quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Uma só carne...



Evoco a rosa rubra, a rosa aberta
ao meu tocar com zelo, com cuidado;
e cada poro, aos poucos, encharcado
soltando olor, perfuma em hora certa!

Em uma carne só o Livro alerta:
O amor é puro e não está manchado
do tinto mal que tem apostatado
a prole que urgia estar alerta!

Os dois em um é quadro tão bonito!
Dois pares de olhos rindo, fulgurantes,
abrindo e se fechando... Alucinantes...

O som no ar alcança o infinito,
pois dois em um se fundem num só grito
voltando a serem dois os dois amantes...

Ronaldo Rhusso


 



Evitai as raposinhas...

Por que pintas a face que era linda?
Por que sujas a Obra do teu D’us?
Por que o mundo é mais forte e a mente blinda?
Tu não crês no Perfeito, quais ateus?

Já não vês que te pões na vil berlinda
renegando o Senhor, cuidados Seus,
testemunho e o dom da Graça infinda
misturando-se, assim, aos Amorreus?

Não desejas reinar Lá por Mil Anos
comprovando que D’us é fato, é justo
e que o Mal quer tragar-te a qualquer custo?

Raposinhas, retoques são enganos
que da Vinha deseja delir planos...
Reviver pós Milênio trará susto!

Ronaldo Rhusso


"Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor."
(Cantares 2 : 15)

As raposinhas bonitinhas (nada a ver e etc.) sempre foram motivos de desgraça para a Vinha (Israel).




 

Fazer o que?




Ontem sonhei que a dor não existia;
que o fim pra agonia havia, então, chegado...
Sim, eu sonhei, que a Grei não mais fingia.
Não dava a primazia pra peste do pecado.

Sonhar é ruim por isso: a gente fantasia,
mas finda a alegria quando está acordado.

Ronaldo Rhusso


 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Where am i?


Andar descalço, agora, é lugar comum!
Olhar pro céu é-me difícil, pois as torrentes me alagam os instrumentos de enxergar...
Eu fecho as portas que ardem devido ao sal que o corpo produz e tento ver com a mente!
Aguardo o Príncipe; anseio a hora...
Por que demoras, Santo?
É tão estranho descer assim psicologicamente!
Não queria me ver assim tão para baixo, mas percebo que minha reverência ao Eterno parece surtir mais efeito e faço de mim, pó, escabelo para os pés grandiosos Daquele que me olha e parece me dizer que inda não é a hora!
O reflexo que o espelho me oferece é de um estranho que mais parece um urso panda de tantas olheiras!
A "dona ruim", ainda aqui, sorri faceira, pois reconhece que minhas forças são-lhe domínio.
Cadê o céu?
Cadê meu eu?
Uma pedrinha me foi posta garganta a dentro e já sinto a paz metálica...


Ronaldo Rhusso