segunda-feira, 20 de agosto de 2018

NÃO EXISTE SER HUMANO ILEGAL...


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes







Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes...

Proteges-me e me perco de mim mesmo
e a esmo tento achar velho caminho...
Soturno não mais sou, mas não renego
os dias que, sem Sol, foram mais frios
e eu quase despenquei do meu abismo...

Procuro um novo tom, nova canção,
que faça eu me lembrar daquelas pedras
que vinham num rolar muito excitante
perantea minha face embevecida...

Querida! Tu bem sabes: és refúgio!
Regaço que me aquece e me adormece...
Assim, tão protetora, me dás força!

Parece que sem ti já não há vida
e os beijos que não sinto me sufocam...

Quisera esse monóstico trazer-te...

Lá fora a chuva força um aconchego
e o medo é bom parceiro. Ele me alerta!

Quem salva tem dever de manter vivo!
Não temas ser chantagem, mesmo sendo,
pois rendo o meu querer ao teu dispor...

Por que não desejar os meus carinhos,
se alinho esse meu tato à tua derme
e, inerme, tu tens mais porção de gozo,
enquanto a minha tez mais te deseja?

Vem cá me proteger da tua ausência
e deixa esse meu rio banhar teu istmo
até que seja tarde para o vento
que tenta separar flecha e aljava
que ficam mais bonitas quando juntas...

Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes...

Desarmas meus silêncios. Vale a pena!
Serena, não atinas pras planícies
que foram as montanhas perigosas
das quais eu me lançava feito um louco
pra ver a cor carmim do frágil sangue...

Corri molhado em meio a tempestades
e tarde me peguei lavando a alma
sem calma, sem prelúdio para a morte
que tanto desejei, mas me salvaste...

Que queres para não partir de novo?
Renovo essa questão porque me apraz
a paz que só desfruto no teu seio...

Agora eu só apelo com sorriso,
pois siso já não tenho: sou teu, sabes...

Quisera esse monóstico trazer-te...

Muralha que não deixa a solidão
ver vão aberto para me invadir...

Querida juntos nós somos alarde!
Recordas de teu grito sem receio
ao ir comigo além de Shangrilá?

É lindo ver-te forte amazona
sem brida e num frenético trotar
por sobre o eu, corcel resfolegante,
perante o teu domínio, minha dona!

Não quero me livrar dessas catenas
Meus pulsos têm as tuas digitais
deixadas ao pedir por meus afagos
nos pomos, montes que olham para o céu
e fazem meu deleite... Como os amo!

Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes...