domingo, 28 de julho de 2013

Bípedes emplumados...



É claro que eu escrevo alguns versinhos
olhando o derredor, me emocionando
com o cantar gentil dos passarinhos
tranquilos, ora solos ora em bando...

O frio os chama aos seus perfeitos ninhos!
O dia vai-se e o Sol vai declinando...
Daqui avisto lá os menininhos
deixando a água do rio, vão tiritando!

Um pouco de melissa quente espera,
mas quero o jatobá (chá precioso)
que aquece o coração e traz a cura!

Desejo pouco, nada de quimera
ou de sorriso fátuo, frágil gozo:
das aves, menininhos, a alma pura...

Ronaldo Rhusso

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Você perdeu!



Tenho em mim esse meio sorriso,
Um intrépido siso,
Um denodo, uma mente
Que despe o plangente
E o afunda no mar.

Tenho o siso,
O sorriso,
O plangente,
Essa mente...
E o mar?

Intrépido,
Afunda
E despe
O denodo
Em mim...

Tenho em mim a mudança
E a Esperança incontida
E se queres saber
Sou de Cristo,
Ele é meu
Juntos
Ele e eu
Somos só
MAIORIA!

Ronaldo Rhusso



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Poema a um Garotinho…


Eu vi quando oraram, se abraçaram,
felizes com a soma recebida.
Eu vejo um povo crente, mas em que?
Em gente que não tem qualquer respeito
a ponto de iludir a plebe rude
usando as armas que eram sagradas,
mas se tornaram fonte de descrença
por causa de pessoas vis, bandidas?
Quem rouba uma vez rouba de novo!
Se não roubar, melhor, mas pague o preço.
Que seja exemplo aquele que ajoelha
e diz estar buscando ao Senhor!
Fez parte de quadrilha e quer voltar?
Devolve aquilo que surrupiou
pra crermos que está arrependido.
Mas deixa o Rio em paz, ou mesmo em guerra
na busca de um líder forte e justo.
Não posa de herói pra gente frágil
que não sabe votar, são só crianças...
A lista de seus crimes apavora
e faz-me crer que posso morrer hoje,
mas não vou permitir que um Garotinho
engane meus irmãos sem que eu expresse
o meu zelo, a minha obrigação,
pois sou Cristão, de fato, e odeio o Mal
que é representado bem por si.


Ronaldo Rhusso



terça-feira, 9 de julho de 2013

Repente no Facebook


 
Ronaldo Rhusso:

Qual tás tu, mestre Camelo?
Eis que as preces vão subindo
e teu fã aqui pedindo
novas qual anjo sem sê-lo...
Haverá alguém com zelo
a dizer de teu estado?
Que por D’us ‘tejas cuidado,
mas ainda entre nós
teus alunos que a sós
teus versos têm ansiado?
 
Qual tás tu, Paulo, o doutor
dos versos padronizados;
dos Sonetos rebuscados?
Tu que rimas dor e ardor;
rimas gris com viva cor;
que compões com grande astúcia
versos para Carmen Lucia 
quem por trás do doutor mestre
forte e rara qual cipreste
livra-o de toda súcia...
 
Qual tás tu, há quem o diga?
Estás só convalescendo
com a mente aquecendo
dando fruto feito espiga
cujo grão bonito instiga
a criar com maestria
verso que faz noite dia?
Ou será que teu estado
inspira maior cuidado?
Temo eu e a Poesia...
 
Paulo Camelo:

Eu estou quase sarado,
amigo Ronaldo Rhusso.
Me dói somente se eu tusso
a cicatriz. Já curado,
eu ando pra todo lado,
mas não corro, ainda, não.
Pra dirigir, meu irmão,
minha família não deixa,
mas essa é só uma queixa
que eu deixo logo de mão.
 
Uma hernioplastia
é cirurgia pequena.
O anestesista - que pena! -
quase não ganhou. Eu via
quase tudo, eu não dormia
- ou imaginava assim -
tudo passava por mim
e eu ouvia quase tudo.
Em dez minutos, contudo,
tudo chegou a seu fim.
 
E agora, ainda parado,
sete dias de licença,
não há ninguém que convença
ficar apenas deitado.
Não vou ser equiparado
a um carro na oficina.
A medicina me ensina
que o exercício me ajuda.
Num instante tudo muda,
assim diz a medicina.
 
Ronaldo Rhusso:

Tu és forte, és cientista!
Sabes do melhor cuidado;
sabes que ficar deitado
pra dormir há quem resista,
mas saúde logo dista
se é vã a permanência,
visto dizer a Ciência 
que o leito em via extensa
mata mais do que a doença
ou promove a indolência.
 
Resta agradecer a D’us,
grande cientista mor,
que nos conhece de cór
(somos todos filhos Seus,
crentes ou mesmo os ateus).
Ele cuida, Ele doutrina
e concede cada sina
tanto quanto suportamos.
Há na alma dos humanos
a essência, sim, divina!
 
Já que vejo, e de bom grado,
que te recuperas bem
em uníssono o Amém
com o anjo do teu lado
é meu “silencioso brado”!
Vamos, então, adiante
nesse versejar grimpante,
pois se pára a Poesia
vai-se junto a alegria;
vai-se o belo doravante...
 
Paulo Camelo:

Poesia eu sempre tenho
mas me falta inspiração
de vez em quando, ou então
já não é forte o engenho.
Entanto, nisso me empenho
e adiante eu vou andando,
mesmo agora, mesmo quando
a inspiração me faltou.
dou a volta e alço voo
e vou-me embora voando.
 
Ronaldo Rhusso: 

Inspiração é donzela
envolvida em timidez
que reluz, tem bela tez,
mas esconde-se da tela.
Não se da em passarela,
mas na mente do poeta,
ei-la tenra e irrequieta
saltitando qual menina
que sua parte mais fina
não esconde, não, não veta!
 
Paulo Camelo:

Inspiração é também
a espera da estrela guia,
ver estrela à luz do dia,
e não correr de ninguém.
Inspíração é um bem
que a todos nós, quando falha,
a mente logo embaralha
e o lápis pesa na mão.
Mas me chega a inspiração
e eu caio na mesma malha.
 
Inspiração me transforma
em um menino, um moleque.
Eu vejo Marli Bulek
e insisto na velha norma:
aqui ninguém se conforma
em vê-la longe de nós.
Não tem contra, só tem prós
e você de voltar trate.
Poeta do seu quilate
é raro, ouça essa voz.
 
Ronaldo Rhusso:

Já eu trago essa danada
em rédea curta demais
ela, então, me satisfaz
qual me fosse enamorada,
nunca ficando amuada...
No entanto a mente acusa:
“essa moça é quem me usa”!
E eu aqui, pobre iludido
vou rimando repetido
em Redondilha difusa!
 
Nilza Azzi ...

“que compões com grande astúcia
versos para Carmen Lucia 
quem por trás do doutor mestre
forte e rara qual cipreste
livra-o de toda súcia...”
 
Estes versos ficaram perdidos lá no início do repente, mas em minha opinião são uma pérola.
 
Paulo Camelo:

E a redondilha eu sustento
e vou além - penso: quase! -
para chamar Nilza Azzi
e ela meu pensamento
já leu e nesse intento
veio antes que eu chamasse.
Poeta de muita classe
é assim: chega depressa.
Não é àquela. É a essa
que eu cuido não me embarace.
 
Nilza Azzi:

Chamou, entanto eis-me aqui!
gritando qual bem-te-vi,
ao defender território.
Junto a talento notório,
nem sei que faço da vida,
mas sou muito empedernida,
se me assopram, vou c’o vento.
 
Ronaldo Rhusso: 

Marli Bulek acompanha
e Nilza Azzi elogia.
Essa tem co’a Poesia 
amizade e muita manha!
Pois eu digo: não se acanha
quando o caso é um Repente!
Ela demonstra pra gente
que tem toque imensurável
versejando irretocável
pondo pra longe o plangente!
 
Nilza Azzi:

Sim, é fato, eu digo, quase,
não passo uma hora ou dia,
sem tratar co’a poesia,
sem dela me aproximar.
Ela tem o seu lugar
de honra, é a companheira
e, se leva a dianteira,
só não me ganha do amor.
Digo isso, sim senhor,
pois o Amor é a minha eira.
 
Ronaldo Rhusso:

Desembesto e vou rimando
Matando dor e saudade
Porque a vida é brevidade
Não se cansa, vai passando
Enquanto fica-se olhando.
Eu na serra vendo o mar
E esse frio a me “queimar”,
Mas sou grato e com ardor,
Porque quando vem calor
Não consigo suportar!
 
Paulo Camelo:

Só não me deixou a arte,
porque esse tal de engenho
- inspiração - eu não tenho
há muito tempo. Destarte,
eu olho pra toda parte
e a procuro pra voltar,
chamo, imploro, tomo ar
e vou chamá-la de novo.
Quem sabe um fôlego novo
eu encontro? Vou tentar.
 
Nilza Azzi:

Doutor Paulo, pois que atente,
que logo retoma o jeito
e faz um verso de efeito,
daqueles que ninguém faz
com tanto jeito e nos traz
enlevo pelo improviso...
Esqueça um pouco o juízo
e trabalhe no descanso
mande pra longe esse ranço,
pois repentear é preciso.
 
Paulo Camelo:

Que jeito que eu vou tomar,
se não me chega a danada,
se já não escrevo nada
que me agrade? Vou tentar
outra vez, pra não parar,
mas é difícil dizer
que essa tal quer fazer
algo comigo. E eu com ela
também quero fazer trela,
mas não sei se vou poder.
 
Ronaldo Rhusso:

Tentativa sucedida
Muito bem eu reconheço!
Tu tens dela grande apreço,
Visto ser a tua vida.
Poesia é tua guarida
Forte, certa... É companheira!
Não te deixa na traseira
Dessa lida às vezes dura
E outras vezes com ternura.
Poesia é mãe primeira!
 
Nilza Azzi fala forte
porque tem a valentia
em rima que, luzidia,
lhe traz muso por consorte
e, eis, escreve por esporte!
Eu aqui esmerilhando
minha mente vou rimando
lembrando tempo bonito
que deixava o infinito
mui mais perto, mui mais brando...
 
Paulo Camelo:

Mui mais perto, mui mais brando,
mui mais forte, bem o sei.
Vocês dois fazem a lei
e eu, por meu lado, contando
as vezes em que meu comando
me deixa escrever assim.
Um repente é mais um fim
que eu dou à inspiração.
Nilza e Ronaldo, esses não
têm problemas, fazem, sim.
 
Nilza Azzi:

O problemas logo esqueço:
repente tá no meu sangue,
como o lodo está no mangue...
Vacilando no começo,
logo acerto, o estro aqueço
e, embora meio sem treino,
nas rimas pobres me embrenho,
mas não ligo muito, não...
O que vai no coração
me vale, é tudo que tenho.
 
Paulo Camelo:

Nilza Azzi começou
mas retirou o seu verso.
Creio eu que esteja imerso
em um mistério. Esse eu vou
esperar que saia. Estou
há muito tempo escrevendo
e a mente vai encolhendo
e já não sai quase nada.
O que é que eu faço, danada,
pra não fazer mais remendo?
 
Ronaldo Rhusso: 

Fazemos como impelidos
Por impulso diferente
Que nos faz um c’o repente
E nos deixa estarrecidos!
Poetas ensandecidos,
Ávidos pelo rimar
Sonho com realizar,
Riso com a tempestade,
Choro com linda amizade,
E esmero com amar!
 
Nilza Azzi:

O que faz um bom repente
é sempre essa liberdade
e nos julgar, ninguém há-de,
por nosso impulso e avidez...
O que se aprende uma vez,
como andar de bicicleta,
na poesia é como seta;
na memória fica inscrito
e, se o poema é bonito,
o leitor jamais nos veta.
 
Ronaldo Rhusso: 

O que faz um bom repente,
Dou a minha opinião,
É pegar o sol co’a mão
E beijar a Lua ardente.
É pensar tão diferente
Que deixe escandalizado
Esse mundo apavorado
Com as guerras e conflitos.
Nós soltamos nossos gritos
E eis o mundo iluminado!
 
Paulo Camelo:

E chegou a minha vez:
O que faz um bom repente
a sustentar essa gente
em frente à tela? Estes três
escrevem tanto e - talvez -
escrevam mais e melhor
sem esquecer, bem de cor,
tudo que nos vem à mente.
O que nos faz um repente?
Faz isso tudo... e melhor!
 
Paulo Camelo, Ronaldo Rhusso e Nilza Azzi

domingo, 7 de julho de 2013

Dá nada, não...


A horda desencalma essa nação
Que vem sendo estuprada noite e dia
Desde quando Cabral aqui vivia
Tirando do braseiro o seu tição...

Qualquer que não se envolva numa ação
Com força mesmo sendo já tardia
Verá no amanhã que não havia
Escolha diferente, outra opção...

Eu quero ver os “nobres” deputados
Caindo de seus galhos confortáveis;
Macacos que nos roubam, miseráveis!

Tem cura para seres transviados?
Então terá, também, para os safados!
Mas vejo essas curas improváveis...

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Leilão ao preço de UM CENTAVO… Saiba a verdade!


Ontem abri na página de um desses entre milhares de sites que exploram esse tipo de leilão virtual.

Nesse tipo de Leilão paga quem arremata e quem não arremata, também!


Naquele instante estava sendo disputado um “ultrabook” (notebook com HD ssd de razoável qualidade que no mercado vale em média R$ 1.700,00).

Curioso, notei que havia mais de uma dezena de pessoas pleiteando o produto.

Dei uma lida no regulamento, nos tutoriais e não me empolguei para fazer o cadastro que dava 5 lances de “graça”!

De graça, realmente, na internet só vírus, querido leitor!

Chegaram umas visitas e deixei meu “acessador” de internet ligado e aberto na tal página...

Mais de uma hora depois percebi que havia apenas dois pleiteantes e o produto que estava no valor de R$ 2,00 já estava valendo R$ 23,00...

Acontece que quem dá um lance gasta R$ 1,00 (Sim! O negócio do "um centavo" é engodo!).

A pessoa dá o lance, o cronômetro retrocede de dez a vinte segundos e o produto aumenta um centavo em seu valor, mas quem dá o lance, repito, paga R$ 1,00!

Ou seja, um produto que após ser arrematado por R$ 46,00, que foi o caso do tal ultrabook, na verdade recebeu 4600 lances e saiu, realmente, por R$ 4.600,00 (quase R$ 2.000,00 reais mais caro do que no mercado)!

Assisti por quase meia hora a disputa de dois sujeitos que gastaram nesse período 1151 lances até atingir a marca de 4600 lances.

Para o site isso significou virtualmente R$ 11,51, mas cada um desembolsou R$ 575,00 (na verdade o vencedor gastou um real a mais sem falar no que gastaram durante o embate com os muitos pleiteantes que acabaram desistindo).

Mas tem um detalhe! O vencedor pode muito bem ser um dos administradores do póprio site, já que todos usam "nicks"...

Com R$ 575,00 a pessoa pode se cadastrar de graça num desses sites de vendas em pacotes tipo Groupon, Clickon, Oferta Única, Peixe Urbano e fazer uma bela viagem!

Por exemplo, na semana passada havia finais de semana em Trindade em uma excelente Pousada por R$ 280,00 o casal! Ou seja três pernoites com direito a dois fartos cafés da manhã e uma experiência única!

Também havia uma oferta de passeio num transatlântico a R$ 480,00, por pessoa, com saída do porto do Rio de Janeiro seguindo para Búzios, Ubatuba e retorno ao Rio de Janeiro com direito a uma passadinha na Baía de Angra dos Reis! Pra quem não sabe as cabines são muito confortáveis e as cinco refeições diárias são para a realeza! Quem nunca foi jamais esquecerá, pois o visual é para lá de depois de belo nos três dias do passeio.

Se você é mais um dos incautos que acredita no conto do “um centavo” e tem algumas centenas de reais sobrando, caia na real e vá viajar pelo nordeste, pelo sul... A Estação propicia passagens muito baratas após as 22h.

Gaste seu suado dinheiro com sabedoria!

Fica a dica!


Ronaldo Rhusso