sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Drama

Toda a fé é pouco em dó maior!
Urge a compreensão que faz a vida
abrir suas comportas para cura.
E o coração ferido e endividado
co'a esperança, praga imortal,
verá que o mundo é palco
e os artistas precisam encenar
com mui talento...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

¨E foi mesmo!

Ah! Esses amores...
Esses dos quais são alvo o poeta...
Sim, o poeta!
Não o humano, porque poeta não é humano.
E eis que é a ele que elas amam e se derramam em sonhar...
Ah! Poeta de sorte!
Já beira à morte em tenra idade, pois felicidade é só virtual.
Se cada amor dissesse uma prece ao Deus do poeta!
Se cada amor banhasse esse vate com plenos desejos e a morte se fosse...
Esforça, poeta! A lua vem vindo, mas gozaste o sol e o amor te foi fato.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


***
Certo de que o esperto olhar me enganou,
decerto, penso, irei para as masmorras da ilusão?
E por que não?
Que seja!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Fazer o que?

Gozosa ela desce outro degrau
a partir da costela que hei perdido
e distorce um amor que nem é fato...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Bufão I

Se voltei aos desvaneios
foi por medo de dormir;
foi por medo da manhã,
do chamado da raposa!

Se voltei aos cuidados
e às escritas;
aos poemas que nunca dizem nada
admito que foi por causa dela
e eu me sinto o curinga
que abomino...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Cada lágrima um verso,
cada verso uma saída
pra deixar que essa lembrança
não me deixe ir à loucura.
Cada sonho expirado
junto a ti que agora dormes
em terrível letargia...
Ah! Eu sei que sou volúvel,
mas sem ti sou coisa alguma
e não disse que te amo,
mas agora não mais ouves
e eu sou lixo irreciclável...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Diz

O que vês nesse olhar?
Ardor, a dor, amor?
A cor do lar de gente que se vai,
Pois está pronta pra esperar às Portas quem ficou mudo co’a partida?

O que vês nesse olhar?
O mar, um par de luzes tristes
Que nem mostram mais caminho,
Pois perdeu-se em vão atalho que não deu em lar algum?


O que vês nesse olhar?
Segredo, o medo do degredo que ora o cerca?

O que vês?
Fala! Eu imploro porque eu mesmo já não vejo nada...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Será que não?

As flores não deixam seus espinhos de fora por maldade.
Por maldade, de fora, seus espinhos não deixam as flores.
Seus espinhos de fora, as flores não deixam, por maldade.
Não deixam seus espinhos de fora por maldade, as flores...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Eu, hein!

Contas pra mim dos teus anseios
e eu nem posso recusar,
pois não faço parte deles;
sou só bicho de pelúcia.

Abre-te em sorriso reluzente
e eu nem posso te tocar,
pois sorris pro meu amigo;
sou só um velho cupido.

Choras mágoas desvairadas
e, enfim, queres meu consolo...
chora na cama que é lugar quente!


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

É assim.

O tento aludido
e o tempo passado.
Onde era um monte venci
só pra ver que a queda é maior
e o corpo suporta,
mas mente que manda
em cacos se finda.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


À toa!

Tomei de assalto
um grito emprestado.
Estava mui rouco
pra manifestar
tod'esse improprério
que é justo demais!
Mas quem vai ouvir
se eu for lá do alto
em asas sublimes
dizer: Não gostei?



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Pra que?

Vai e diz: ele sofre,
se entrega,
se toma,
se nega,
se vê enrascado e não quer mais voltar...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Tou indo...

Perco nada em pendurar mais um mocinho
que nascendo em parto puro vai sentindo
o cheiro podre desse mundo tão fingido!

Perco nada em demorar pra pra dar mais uma
tentativa de atingir a letra g.

Desconfio que é no bolso do casaco
que eu usei aqui na serra ontem cedo
onde esqueci minha carteira com migalhas
que o governo repassou pra mim de novo...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

¨Fenixamente...

Junto nada, nem sou junco
que se dobra e não se quebra...
Peço nada, pois vergonha eu já perdi
e nem quero achar a tosca...
Bebo nada só o suco da goiaba
que é licor para a nobreza
e é pobreza pros com fome...
Deixo nada, só me deixo ser de novo
o poeta que já fui:
peito aberto, a sangrar,
a deixar esse entrever de raras letras...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Tenho dito
'
Quase sinto o peso desse ódio
que povoa a minha mente...
Se não era pr'eu ser feliz
pra que cargas d'água foi esse engano?
'
'
Por isso eu não quero essa merda
que chamam erroneamente de amor...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Pérfido olhar...

Falava-me com os olhos
e eu bem desconfiava:
Era laço esquisito
a querer-me a ruir.

Falava-me e eu lia
e muito dizia de ser-me metade.

Agora é só nada,
só vento enganoso
do tipo que nunca
será temporal...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Liberto
'
Eu sei da porta aberta pro sorriso de uma flor.
Eu sei daquela cor que é preferida pela bela.
E ela que é fascínio me orienta a querer mais.
E eu nem sou capaz de olhar sério para os montes...
Ta! Eu sou culpado e sei merecer a vil morte.
Mas deixo para ontem porque agora eu sinto o orvalho
Dessa fresca noite que me cai como uma luva.
Sinto a liberdade me abraçar e eu vou profundo!
Dane-se o mundo, pois sou meu e não me dou.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Prosseguindo...

Se o estampido foi ouvido
desde as bandas lá do algures
quem poderia olvidar
algo tão sinistro e triste?
Fui levado a absorver
cada impacto em meu rim
como absorve ou assimila
um direto do inimigo...
Veja que nascer do sol
anuncia o vermelhar
sobre as nunvens carregadas!
Ah, eu sou só esse insano a escrever mais uma vez...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Fatídico oblidar em versos suspirantes
Dos entes lindos que esvoaçam em odes firmes.

E o devaneio assaz presente em tantas letras

Quilhadas com paixão remanescente e enriquecida,
Mescla-se com o dom da expressão!
Rastilhos de uma dor sem ter razão...
'

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


 ¨Lástima!
'
Abro o jornal e o cheiro de chumbo avisa que não tem novas de ti...
Abro a janela e o sol é tão tímido!
Onde andará a bela que o aquece?
Teço um poema avesso a essa dor e passo ao lamento que é escuro e disforme...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Quater...
'
Podes ver o meu semblante
todo dor, tristeza e pranto?
Também eu não posso ver
tua cara de espantada
em dor de gozo em extremo...



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




De novo...
'
Volto pra terra que é chã
em busca da tentativa
indômita de semear
pra que se colha
a unidade
e
que o sol
nasça outra vez
pra quem ainda é do bem...



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




Quando...
'
Quando o homem era criador de sí mesmo
já era difícil de atura-lo!
Quando ele passou a criar deuses
seu ego ficou apertado pro Universo,
mas quando decidiu ser ele mesmo deus...





¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




¨Gêmeos

Entre róseo e lindo ébano aurelando os dois montículos,
Vejo uma infinidade que matiza pomos tantos.
Eis que uns avantajados são caminhos e os percorro
Linguajando em alpinismo agradável de fazer.
Tem, também, os pequeninos, eriçados e durinhos;
Todos doces com pitada de um amargo amendoado.
Não importa se cansados ou quais peras madurinhas,
Todos são mui desejados, e eu, criança, os gosto muito.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨



¨Ventarola
Nas raízes da toada eu aprendi que o desatino
Alvorece em mente crua acenando à flor da bela.
Ah! Se eu fosse um vento forte, rodearia o belo corpo!
Um tremor que é bom de ver lhe seria por prenúncio
De um momento sem igual de nome sofreguidão.
Mas eu sou só um ventinho
Desses que levantam plumas
E essas roçam levemente tez enxuta e desejada!


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Páscoa
Passado...
Passagem;
passaram;
passaremos?
Passou...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Sal dá de doer de novo...
Deu pra ti também, ó truta?
Tutti bonna gente, eu sei.
Dura dor de dar que salga
e eu te vi dentro de mim.
Vem, então, também de corpo
e eu te esgano de beijar...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨






NO AMOR NÃO EXISTE MEDO
(I João 4:18.)

O címbalo que retine reticente
Previne a alma incauta sobre o medo.
Quem teme sofre o malho do tormento;
Recebe a vil pancada em pleno cérebro.
Algema-se aos pés da paranóia;
Encolhe-se em mundinho distorcido.
Não frui da perfeição do “summum bonum”!
Nem bebe Água da Vida, embora fresca.
Se estás a te enxergar nesse “grupinho”,
Apega-te Àquele que liberta
E quebra essas algemas que te prendem.



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Parte 1


Amarei muito mais!
Penso ter conquistado, do dia,
terna fantasia de poder vivê-lo!
Desenrola-se um novo novelo,
porém nem se sabe até onde ele vai...
Esvai-se a desesperança,
pois que essa dança é em alegreto!
Ainda assim não prometo ser fraco,
ser forte ou resignado!
Lembro o que fiz de errado
e vejo assustado: não aprendi!

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Parte 2

Amarei muito mais!

Já li algumas receitas as quais foram feitas com o fim de ajudar.
Voar é meu sonho agora, mas olho pra fora e não vejo o monte...
Já fui fonte bastante sorvida e encaro a vida num sempre me dar.
Deixa estar! Alerto o aprendiz, vê que a matriz está se apagando!
Chegando a metade do dia, ela que sorria, desconfia de mim,
Pois vê que meu fim anunciado ficou no passado. É cinza agora!
Embora as dores alertem que a vil presença é fato ainda,
Infinda é a minha vontade de não ser metade e viver por inteiro!


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Parte 3

Amarei muito mais
Fagueiro foi o meu estado,
mas deixo de lado, sou mesmo Homem-raio!
“Lacaio” de um Deus soberano.
Feliz porque Ele estende-me a mão!
Em vão expliquei esse estado,
porque só errado entenderam os fatos...
Regatos escorrem de mim.
Eu chamo de bênçãos e outros, de “Graça”!


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Parte 4


Amarei muito mais

A fumaça só vem lá de cima e isso me anima a chamar outro dia!
“Havia”! Dizia-me o Babbo, agora, eis que a pressa incisiva já era!
Foi tola quimera grimpante.
Doravante devagar e sempre; será a corrida lá pra Shangri-lá!
Haverá algo novo esse ano?
É insano querer cogitar. Deixo o dia raiar cada um por sua vez...
Minha tez inda brilha bonita e isso me incita a amar muito mais!



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Gift

Porfiando co'a certeza
eu me rendo ao tom sublime!
Cerceado pelo sono
agradeço em estar vivo
e ao denodo eu vou, latente,
dedicando o meu cansaço...


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Privilégio
Eis que é meu esse mocinho
por poder estar aqui
num espaço tão saudável
onde a dor já tirou férias
e o ardor é ser presente.
Deixo um rastro de euforia
e desmancho o que era lúgubre...


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 Libertas
Das catenas estou livre
e hei de ver o sol brilhante!
Trago o olor da que me encanta
por debaixo do meu ser.
Ah! Tonteias minha mente
co'essa falta que me fazes.
Se eu tivesse mais da força
que eu sorvi num tempo atrás,
disparava para ti
o meu eu,
meu tudo,
agora...



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Fortuito
Posso dar do desvario
que me toca no profundo
e essa pele tão amena
que me roça o falo mudo,
tão rosinha, me abala
a mais querer desse roçar...
Esse ceifar de gemidos
é u'a lida à qual me rendo...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




Jardinagem
Pormenores dessa flor
já descubro em doses amplas.
Cada pétala bonita
em sedosidade eu sinto plena.
Grãos do pólem de um sorriso
eu diviso e me encantam!
Ah! Se eu toco em suas folhas...
Despiria essa ternura...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Estranhos tempos
Dentre os sonhos dourados
os poços sem caldas divergem
enquanto os lábios encostam
sem costados desalmados...
Pro amor as dores convergem
e vozes que os homens impostam
conseguem delir o fracasso
de um tempo de flores, escasso...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Atalaia!
O crepúsculo me pegou
quando olhava pro infinito...
Percebi ser a quimera
de um poeta conformado
a um ardor que não me veio
e eu sorvi como se fora.
Tens olhado o firmamento?
Tens já visto a rara estrela?
Sabes ser a enviada
pra encher-te do meu ser...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Promessa!
Pros destroços de um ente frio
eu preparei antepara serena.
Tracei caminhos mais difíceis,
mas eu vi n'alguns saída!
Pude ter nas tais escolhas
que as veredas me doaram
um frescor que acelera
o desejo de ir longe.
Vem provar do forte abraço
e eu te darei delícias!



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Donde estás? ♀

Quem és tu que me entontence se eu pensar no quanto és linda?
Vens de um outro patamar pra falar co'as rosas nuas?
Se em ti penso já me dou ao dedure de mim mesmo...
Ó, mulher, de brio sincero, queres ver poeta em transe?
Quando o teu olhar pousar num dos textos que eu te fiz,
haverás de chorar fraco e dizer, fui mui feliz!



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

¨Aspectos
A mordaça que tolhe o ruído
é de cera curtida ao acaso.
Se a tormenta que ora insinua
um ocaso pro enlevo aturdido
fosse dona daquilo que trava,
nunca mais a muralha seria
como sebe já pronta a ruir.







¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Paternidade
Treponemas escapam do vácuo
e se escondem por baixo do instante
que prossegue indômito e frio
a tolher o que o tempo indulgiu.
Vai saber se era só coisa minha
essa fase a deitar sobre ela,
a criar-lhe bons filhos mui lidos.
Nossos, meus e da mãe poesia...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Advir
Num instante esse bom sonho
há de ser a realidade que escolhi
em algum dia e eu deixei na geladeira.
Pode ser que o tempo escoe;
Pode ser que o mar avançe;
Hei de entrar nesse embalar
que traduzes nesses versos...





¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




Súplica
És quimera ou és mulher?
Tu és santa ou puta nobre?
Tens consorte, ó desejada?
Tëu olhar me deixa mudo
e eu já sei que tens denodo.
Abre o céu pra que eu te entre
e te beba devagar...

























































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