quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

Aos 9 anos de idade li a seguinte Crônica real num livro de EMC:
“Cheguei a Portugal, desembarquei, saí do aeroporto e chamei um taxi. Informei o endereço do hotel, quando chegamos o taxista cobrou muito acima do valor que eu sabia que custaria. Acabamos discutindo e o taxista disse:
‘-Estamos em Portugal, um país livre, e, por isso cobro quanto quiser’.
Respondi:
‘-Mas isso não faz sentido!’
Um guarda se aproximou, perguntou o que estava acontecendo, contei e ele disse:
‘-De fato estamos num país livre e ele pode cobrar quanto desejar e, pelo mesmo motivo, a senhora paga se quiser!’
A autora da Crônica real encerrou dizendo que pagou em homenagem à liberdade”.
O que se aprende com essa história real?
Que em todo o tempo a mensagem central é que Portugal era um país livre, diferentemente do Brasil que vivia sob Ditadura!
A segunda lição era sobre justiça e igualdade que, aliás, foi ensinada pelo policial
Se Educação Moral e Cívica era tão bom por que não aprenderam nada com isso e hoje estão desmontando o país e a liberdade?

domingo, 24 de fevereiro de 2019

NEM SÁBIO, NEM SABIÁ - O LIVRO DE ESTREIA DO MARCOS FLÁVIO





Se tem algo que não costumo fazer é iniciar a leitura de um livro quando estou pronto para dormir. Contudo, fiquei curioso com relação ao livro do Marcos Flavio "Nem Sábio, nem Sabiá". Eu já conhecia a maior parte dos textos e suspeitava que seria um bom livro. Quando vi o belo trabalho de ilustração e organização dos textos fiquei apaixonado! Leitura fácil e muito agradável. O autor se derrama em textos poéticos de uma forma impressionante! A linguagem é fácil de compreender e as Metáforas, bem aplicadas, não levam ninguém ao dicionário e agrada de verdade! Se eu pudesse avaliar o faria em três partes:

- A escolha do título do livro - muito pertinente! É muito difícil colocar um título que abrace todo o conteúdo do livro e esse foi gol de placa!
- As ilustrações e capa - para muitos até poderá ser um trabalho de resultado contumaz, mas para mim foi impactante! Esperava algo mais "limpo" no sentido de ver um livro apenas de textos, mas nunca esperaria a evidente simbiose entre textos e ilustrações! 
- Organização dos textos - a maestria do poeta ao compor é algo maravilhoso, entretanto, quando outrem organiza um grande apanhado de textos - que, inclusive foram escolhidos pelos leitores da internet - a gente espera que isso aconteça de forma natural e sem quaisquer novidades, mas nesse livro um poema chama o outro como um belo dia chama uma noite tranquila... 
Eu poderia dissertar acerca do autor ou do talento, mas isso seria redundante porque toda a simbiose só foi possível devido à luz que saiu dele em forma de palavras que se encontraram e se refestelaram em Poesia! Adianta dizer que o autor não assistiu aulas teóricas de Literatura e todos os etc?
Mas poeta bom é assim mesmo, desdenha do feio e enche a existência de ar limpo e agradável de ser aspirado...

domingo, 6 de janeiro de 2019

Vale mais que ouro e vende mais que comida...



- O que vale mais que ouro e vende quase tanto como comida? – perguntou o homem de toalha ao que estava ao seu lado na enorme sauna daquele hotel em Nova York.
- Drogas. – respondeu, laconicamente, o outro sujeito.
- Exatamente! Mais precisamente as que vendemos e chamamos de “remédios”! Acabamos de confirmar que as últimas patentes do Paracetamol foram quebradas. Muita gente vai vender genérico do Tylenol e não podemos ficar de fora.
- E você acredita que vale a pena investir contra a Aspirina? O mundo inteiro já está se drogando com esse ácido. As pessoas tomam para febre, dores, resfriados...
- Já ouviu falar em Dengue hemorrágica?
- Dengue não é aquela doença que acreditam ter se espalhado a partir do Sudeste da Ásia?
- Sim. É isso mesmo, mas há um segundo tipo que nossos concorrentes conseguiram criar nos laboratórios e que causa hemorragias que podem levar à morte.
                O segundo sujeito deu um sorriso sarcástico e disse:
- Continuamos inventando doenças para poder vender a cura... Isso nunca lhe incomodou?
- Nunca me incomodei em lucrar! E não inventamos as doenças. Elas estão aí nos primatas e outros animais. Nós apenas as inserimos na civilização e as fortalecemos um pouco, afinal os humanos são mais resistentes que animais e precisamos quebrar um pouco dessa resistência para lucrarmos um bocadinho.
- Um bocadinho, não é?
Os dois gargalharam sem se preocupar em chamar a atenção de três outros homens que estavam numa parte mais distante da sauna.
- Você sabe que a Aspirina ou AAS causa certas complicações gastrintestinais e diminuem bastante as plaquetas sanguíneas, quando usadas com muita frequência, não é?
- Claro! Isso é fato.
- Então... O Paracetamol não tem esses efeitos colaterais e a Dengue é conhecida por diminuir seriamente a quantidade de Plaquetas sanguíneas.
- Você está sugerindo espalhar o transmissor da Dengue contaminado pelo tipo 2 da doença?
- Ora! Você sabe que a ideia não é minha e isso já vem sendo feito sorrateiramente na América do Sul. Já há casos isolados que provocaram morte por terem sido tratados com AAS e Ibuprofeno. Mas os médicos ainda não sabem disso.
- Porém chegou a hora de promovermos alguns deles a heróis a fim de espalharem a notícia boa sobre o Paracetamol, não é?
- Elementar, meu caro Contador. Você poderia ter se tornado cientista, meu amigo.
- E não sou? Quem tem descoberto nas últimas três Décadas como desaparecer com a necessidade de pagar impostos sobre sua fortuna?
Gargalharam outra vez.
Naquela década de 1980 a Dengue assolou os países do Terceiro Mundo. Até o início dos anos 2000 a Dengue foi aparecendo em mais dois tipos e o mesmo mosquito transmissor, o Aedes Egypti, passou, também, a transmitir o vírus da Zica e da Chikungunya, doenças antes desconhecidas pela maioria dos habitantes do planeta. Enquanto isso o Paracetamol e outros nomes genéricos do Tylenol têm sido consumidos mais do que alimentos em épocas de Temperaturas altas e chuvas abundantes, que é quando a Dengue e as duas outras doenças mais se propagam...


sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

sábado, 15 de setembro de 2018

A profeta...



Numa manhã quente meu amigo chegou à minha casa todo empolgado porque iria me levar à casa da profeta que ele admirava sobremaneira! Sou muito retraído com relação a esse tipo de visita, mas não queria delir a empolgação dele e fomos.
Ao chegarmos, percebi certa burocracia para chegar até ela.
Cerca de quinze minutos depois um homem nos conduziu por alguns cômodos até chegarmos a uma espécie de sala principal. Por uma porta, em uma cadeira de rodas, uma senhora foi empurrada com muito cuidado para fora. Ela deveria ter mais de setenta anos e tinha o corpo curvado pela idade. Após um minuto, da outra extremidade, ela olhou diretamente para mim e, com um aceno, me chamou. Olhei para a meia dúzia de pessoas que estava ali comigo e o meu amigo fez um sinal afirmativo para eu ir até ela e me olhava com aquele olhar embevecido, como se eu tivesse sido abençoado com a escolha da profeta...
Fui até ela sem saber o que diria, mas ela acenou para que eu me abaixasse, pois parecia querer me segredar algo ao pé do ouvido. Aproximei-me, ela segurou meu braço com mãos trêmulas e disse, numa voz rouca e frágil:
- Pede a Deus pra eu morrer!
Olhou profundamente nos meus olhos e repetiu:
- Pede a Deus pra eu morrer! Não aguento mais isso...
Olhei para as pessoas que estavam ali comigo, mas não parecera que tinham ouvido a súplica daquela senhora! Meu olhar confuso parece ter despertado na imaginação deles que eu, provavelmente, ouvira alguma revelação sobrenatural daquela velha e alquebrada senhora.
Sem prévio aviso, fiz uma prece em voz alta, encerrei, fui até à senhora, abracei-a e disse em seu ouvido:
- Todas as coisas têm o tempo certo para ocorrer nesse vale de lágrimas...
Abracei-a, beijei-a na face e fui em direção à saída, seguido pelo meu amigo e outros que já estavam ali quando chegamos. Parei num local da casa que tinha três portas e eu não sabia qual me propiciaria a saída. Um dos homens começou a falar algo e meu amigo me disse rapidamente que era filho da profeta. Ele falava acerca de um desses cativeiros para viciados arrependidos que ele administrava em algum lugar rural de Nova Iguaçu. Falava rapidamente e logo pediu uma “oferta” para ajudar na manutenção do cativeiro para drogados. Meu amigo sacou a carteira, deu algum dinheiro... Eu não dei nada. Perguntei o endereço e pedi dicas para chegar facilmente ao lugar e saí pela porta indicada pelo filho da profeta.
No carro o meu amigo já demonstrava ansiedade para saber o que a mulher havia me dito, mas lembrei das muitas vezes em que ele mencionara aquela senhora com grande devoção:
- Ela recebe mensagens diretamente de Deus, Rhusso! – ele dizia...
Achei melhor enrolar e não dizer nada, pois não queria desiludi-lo. Fazia pouco tempo em que havíamos nos reencontrado, após cerca de quinze anos sem contato, e nas poucas vezes que conversamos ele parecia ser outra pessoa; havia esquecido o tempo das loucuras boas inerentes a jovens saudáveis que éramos! Na verdade até renegava aqueles bons tempos! Tornara-se um bolsonete e, por causa dessa nova ideologia nazista, viríamos a nos separar outra fez anos depois.
Já eu, não dou sorte com profetas modernos e decidi não perder mais tempo com pessoas como aquela mulher que estava cansada de ser usada como caça níqueis de incautos e que não conseguem entender o óbvio: tudo nesse mundo “religioso” tem a ver com dinheiro e mais nada! Deus não Se mete com esses negócios, não.


Ronaldo Rhusso


Imagem: google.