domingo, 11 de janeiro de 2009

Flying High Again!


Estou vivo e eu espero outro voo, outra vez¹.

Minha tez até treme ao sentir que inda posso

Do destroço da alma ascender. Ai! Remoço!

Se eu esboço quieto, eis que digo a vocês:


Sensatez não povoa esta mente que é três

N’altivez por um sonho e por ele me coço!

‘Té já endosso contente: eu do céu me aposso!

Ele é nosso, mas vejo o azul, grã pavês!


Esse mês é propício a tranquilo voar.

Deixa estar, reinício! É, pra mim, mui gozar!

Esperar é difícil! Eu já nem me aguento!


É momento de auspício entre sonho portento!

Não intento armistício; Eu sou uno co’o vento!

Sei, atento, que é vício! Ah! Eu quero planar!




Ronaldo Rhusso








¹ O primeiro verso é do grande mestre sonetista Paulo Camelo.

Foi utilizado no tópico "Construa novo soneto Alexandrino a partir do último verso do soneto acima" do Forum do Recanto das Letras: http://recantodasletras.uol.com.br/forum/index.php?topic=4528.msg142433#new




Paradoxos II



Que reporte ao sertão: chuva, esteio pra vida!

Cada gota encantada em chão seco é mui festa!

Cada lata é enchida ao sabor que ela empresta.

Chuva santa e bem vinda a essa terra sofrida...


Se o que é qual castigo ao Brasil litorâneo,

Onde morros não são mais que vis armadilhas,

Onde pilhas de orgulho se isolam, quais ilhas,

Pro sertão é u'a Graça! É o melhor sucedâneo!


Ah! Torrente sonhada, és alívio pra lida!

És a prova que o chão sertanejo inda presta!

És o bálsamo vivo a inundar cada fresta...


Eu que vejo essa gente assim tão decidida

A plantar novamente e confiar sem medida,

Agradeço ao Eterno essa dádiva, gesta!






Ronaldo Rhusso
Um Alexandrino que também é decassílabo se lido até a décima tônica:

Desafio interessante!
A vida é um desafio e a sorvo forte, embora
Agora com mais fé no meu futuro, incerto,
Aberto ao desvario que a mim conforte, alerto
E oferto o que dá pé, eu lhe asseguro: é hora!
Explora como eu faço um sem rival segredo.
Enredo que enriquece o que apetece à lida!
E envida um bom compasso em surreal batida
Adida que enobrece e “acontece”! E o medo?
É cedo pra sentir o que atrapalha o sonho
E ponho em minha mente o que me anima logo
E rogo que o devir muito me valha: Arrogo
O vogo que em torrente escoe em rima, imponho,
E aponho em vil delir sem qualquer falha, exponho
Inconho fruto emente ou que deprima... Afogo!
Ronaldo Rhusso

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/RonaldoRhusso