sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um ano sem meu menino e a dor, que é covarde, só piora...

BETINHO

۞ 07/1987 † 08/2010



Meu filho querido que eu mesmo escolhi

E a estrada ceifou-te: tou triste demais...

Tu eras xerife, um mal que te passei

E o amargo corrói.

Ah! Filho, só dói!

Eu quis diferente, mas nem percebi

Que o sangue não nega os nervos iguais.

A velocidade eu também enfrentei

Mas pressa na vida

Deixou-me a ferida.

Betinho, perdoa! O dom me falhou

O mal te levou e a dor,sim, ressoa!

Se ao menos pudesse trocar de lugar

Eu na pedra fria

Sem pensar iria

Deixar-te no dia e na noite deitar...

Ronaldo Rhusso

quarta-feira, 10 de agosto de 2011



Trovinhas para Isabel!


Acredite, ó querida:
Eu não cria em amizade
Nessa, n’outra ou qualquer vida
Como a nossa: de verdade!

Agradeço ao bom D’us
Por um privilégio assim!
Ele que em cuidados Seus
Revelou você pra mim!

Oro por sabedoria,
Por manter o privilégio
De fruir com alegria
Desse Dom que é quase régio.

Seja sempre abençoada
Junto com os caros seus!
Essa vida não é nada
Sem amigos e sem D’us!

Ronaldo Rhusso




 
Com certeza!

Dançam as horas... Vejo o desenlace,
Ápice lindo e cheio de euforia...
Penso comigo: “Tempo, ai se voltasse
Cada momento em mágica alegria!”

Dançam as horas... Moça, se dançasse
Só para eu sorrir... Vai dançar um dia?
Penso comigo: “Tento eu alcançasse -
Lábios carmins – Ah! Muito os sorveria!

Desço do tempo. Sou só marginal,
Qual debochado, ímpar meliante!
Dando as costas sem temer flagrante.

Tempo ou espaço não me é usual.
Danço co’as horas. Eu sou sem rival,
Pois, por beijo seu, mato doravante!

Ronaldo Rhusso

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tanto que...

Tomo um trago do amargo de minh’alma
E o sabor adocica enquanto dói.
Onde estás, ó absurdo que me encalma?
Onde errei? Eis questão que me corrói...

Ah! Se o gosto da tez que a mim é trauma
Aquietasse em palato que remói
Essa dor tão horrenda que espalma
O melhor que há em mim e, eis, me destrói...
'
Onde o bom serviçal se ocultou?
Acredito em poesia, pois é lindo
O nascer de uma Ode que vem vindo

Afagando outro ser que a alcançou
E do frio desse chão o arrebatou
Pr'onde a dor e esse ardor vão se elidindo...

Ronaldo Rhusso 


DepreSonnet!

Balbucio esse verso contendendo
Com o forte cansaço contumaz
Que me toma por presa concedendo
A um mal que abomino algum cartaz...

Outro verso, percebo, vai nascendo
Desejando outra quadra, mas assaz
É a dor que eu me pego remoendo
E que não me deseja o ir em paz...

Amiúde eu pensei: “melhor parar”!
E o que faço do Dom se não se vende,
Nem se doa ou empresta, só se aprende?

O Soneto é capaz de intrigar
Quem o olha qual fosse um vão rimar
E de fato, inocente, não o compreende...

Ronaldo Rhusso