terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Pausando...


Conquanto a saga esteja já vencida
e meu sorriso seja um lume exato,
eu deixo pra dormir uma outra hora,
pois sei que ele não dorme e me quer morto...


Talvez eu tome alento e nunca veja
o Lar de onde vim e que me aguarda!
Talvez eu nunca volte ao Colo meigo
por causa desse meu cansaço estranho...


É certo que a luta não me erra
e como os montes altos que sorriem
quando alcançados pelo lindo Sol
assim me rio dos que nunca creram
em meu empenho pela vida humana...


Agora eu vou deixar um pouco a estrada
e me deitar no verde que imagino
ser prado mais macio que nuvem calma
e repousar o corpo, a mente, tudo...


Ronaldo Rhusso

Outra Saga...





I

A dor que me devora a alma, tudo...
É nada se comparo à estultícia
do dar-se a emergir na imperícia
que só o relembrar me deixa mudo...

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Esforço-me a buscar por um escudo...
Fingir que o pesadelo é uma delícia,
mas minha mente não tem a malícia
e em versos tristes logo me desnudo...

Oh! D´us por que não cresço e me controlo?
Por que me deixo agir como um vil tolo?
É certo que agi mal e com dolo...

O Mal é lama e, nele, a alma atolo.
Se vem qual precipício dele rolo
e nem o arrepender me traz consolo...


II

Navego em mar bravio e, sei, sem rumo.
Sou nau sem cais por livre e própria escolha
e sinto-me quedar-me como folha
sem vida e a mim mesmo, podre, estrumo.

Preciso vigiar ou me acostumo
a não poupar, sequer, última bolha
de ar e obrigar que meu ser colha
a morte, em vida inútil e sem prumo.

Espero que a metade que há em mim
suporte ainda mais esse meu erro
que a arrasta rudemente ao vil desterro!

Decerto isso é mau e intento o fim
pra esse existir que é, sim, ruim
e que carece urgente de um enterro.


III

Deixei-te, ó cidade que me amou!
Mas eu voltei porque D´us é fiel
e quando quer salvar delega ao céu
dizendo: “Raios, Meu filho clamou”!

Então Raios alados, dos quais sou
leal cooperador, me trazem mel
delindo esse sabor de amargo fel
que em meu palato véu se alojou.

 Foi tudo uma questão de certa espera
porque fui eu, de fato, que escolhi
a prova que sorvi, amarga, ali.

A gente quebra e D´us, sim, recupera
e logo que venci mais essa fera
retornei rindo, ó linda, para ti!

Ronaldo Rhusso


  




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

LINDO LUAR




Já se pôs coração lá no horizonte
E nem quis despedida assim tão triste;
Eu que vi reluzir qual bela fonte
O sorrir que minh'alma punha em riste...

Ah! Anseio que logo em mim desponte
Outro brilho, outra luz, pois que persiste
A saudade que fica e que qual ponte
Acontece ligar-me ao que inexiste...

Há de haver resplendor p'ra compensar
Essa falta que faz o riso dela
Inda que seja em tela, em aquarela,

Inda que sobrepuje o meu pensar
E se mostre tão lindo qual o luar
A banhar o meu ser que ainda é dela...



 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Saga!





Eu quase desisti...       Eu sou tão fraco...

Mas amo-Te demais!      Tu me completas!

Sem Ti sou nau sem cais,      sou vidro opaco...

Sou flor sem colibri...         Do mal me vetas.


Quando eu Te conheci,     até destaco:

Senti o algo a mais,      uma das metas,

E disso sou capaz:      deixar buraco,

Estar seguro aqui,      sem temer setas...


Em Tua proteção,     tranquilo, espalho

O meu testemunhar;     a inocência,

Almejo ter sem par!   Com esperança...


Eu quero a Remissão!       E como atalho

Que evoca a solução;    quero a cadência

Nesse meu caminhar     qual linda dança...