segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Um 16 de agosto numa parte do Universo...





Enquanto vocifera o jovem louco
e lançam impropérios “patriotas”
vestidos com camisas sujas rotas
que simbolizam lixo e mais um pouco...

...enquanto ao longe ouve-se o espouco
da soma dos ruídos de idiotas
que vão às ruas com as suas cotas
onde o saber da História é nulo, é mouco...

...a dama de vermelho impassível
desloca-se com dó desses zumbis
que babam, gritam, pulam, são febris.

Sim. Eis um paradoxo assaz terrível!
Mas ela é vacinada e mostra um nível
capaz de colorir um quadro gris...

Ronaldo Rhusso  

domingo, 30 de agosto de 2015

Não passarão....




Acunha que ele cai. Nós somos fortes!
Não somos cegos, somos antenados!
O mal preside o rol dos Deputados.
Esses ladrões provocam muitas mortes...

Querem matar os que nos dão aportes
para um país melhor, são despeitados
agindo como agem desgraçados
acharcando o direito, impondo cortes!

Não somos índios! Levem seus apitos,
pois só queremos ver nosso país
crescendo sem limite e mais feliz!

Não vão intimidar com esses gritos.
Nós somos bem reais, não somos mitos
e em dois mil e dezoito vai ter bis!

Ronaldo Rhusso 

#CunhaNaCadeia


Dá nada, não...


A horda desencalma essa nação
Que vem sendo estuprada noite e dia
Desde quando Cabral aqui vivia
Tirando do braseiro o seu tição...

Qualquer que não se envolva numa ação
Com força mesmo sendo já tardia
Verá no amanhã que não havia
Escolha diferente, outra opção...

Eu quero ver os “nobres” deputados
Caindo de seus galhos confortáveis;
Macacos que nos roubam, miseráveis!

Tem cura para seres transviados?
Então terá, também, para os safados!
Mas vejo essas curas improváveis...

Ronaldo Rhusso

sábado, 29 de agosto de 2015

A ti heroína!




Amo pessoas que têm atitude!
Não os covardes que não fazem nada.
Amo essas almas que dão de lavada
e que se arriscam de vez amiúde!

Essa Manu cujo nome alude
a quem se envolve e empunha a espada
contra essa prole que, desajustada,
nunca faz nada e quer que tudo mude.

Bando de hipócritas! Vão estudar!
Passavam fome e perrengue real...
Cospem no prato que comem... Normal!

Eu já me pus a mais nada esperar
de quem jamais quererá cooperar
e é “revoltado on line” e boçal.

Ronaldo Rhusso


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Mexendo Com Divórcio...



Mauro tinha uma vida muito interessante! Havia progredido na carreira e ainda estava em franca ascensão... Marisa, sua esposa e mãe dos dois filhos, havia estado ao lado dele nos momentos mais complicados e fizera todos os sacrifícios possíveis. Mas Mauro ficava olhando para as “esposas” dos outros empresários nas reuniões sociais e de negócios e passou a nutrir a vontade de desfilar com uma garota daquelas. Não faria mal algum uma garota dessas pelo menos quinze anos mais jovem que ele, pensava...
O problema era o preço. Sairia caro uma separação e, provavelmente mais caro ainda, bancar os caprichos de uma bela e jovem amante!
Porém um vencedor não vai se acovardar com um desafio tão excitante!
Já sabia o que fazer: daria atenção a uma daquelas meninas do escritório; de preferência àquela loirinha de seios fartos e olhar pidão. Experimentaria a sensação de um caso que não precisava ser amoroso e, se fosse tão bom quanto afirmavam,  pagaria o preço do divórcio. A Marisa iria entender! Ficaria magoada por um tempo, mas depois perdoaria... Por outro lado dividir o patrimônio com quem o ajudou a ganhar não seria problema, pois havia os filhos que no final herdariam tudo mesmo...
Entra em cena a Maria Eduarda! Vinte e três anos de idade, escolaridade baixa, mas uma recepcionista que era tão solícita que quem buscava informação com ela até esquecia o que tinha ido fazer ali na M&M Empreendimentos!
Mauro escolheu bem!
Em uma semana de relacionamento pediu o divórcio!
Marisa quase teve um troço! Implorava que o marido dissesse o que ela estava fazendo de errado, no que ele queria que ela mudasse... Era uma sensação de derrota, de culpa, de arrependimento... Veio o momento do ódio, da vontade de matar! Com certeza havia uma vagabunda por trás de uma tragédia dessas! Estava decidido, mataria a vagabunda!
O advogado, amigo da família de Marisa havia arrancado mais da metade do que ambos tinham juntos e Mauro aceitou numa boa!
Mauro estava vivendo momentos radiantes!
Onde aquela doçura aprendera todas aquelas habilidades na cama?
E tinha um bom paladar para vinhos!
Não era das que ficam repetindo roupas como uma flagelada! Não. E conhecia a procedência do melhor de Nova York e de Milão!
O bom, pensava Mauro, é que ela já estava com muita coisa acumulada e precisavam terminar a obra do apartamento novo  a fim de poder organizar melhor todas aquelas coisas que compravam numa espécie de gozo para ela e de alegria para ele, já que cada ida às compras propiciava momentos tórridos de prazer e de uma loucura boa de sentir...

E, melhor, Maria Eduarda o impulsionava a impressionar! Marcava sessões de massagem, drenagem linfática, spa com direito a um bom trato nos cabelos já embranquecidos e cansados, manicure, podólogo... Exigia que Mauro usasse ternos e relógios caros! Aproveitava para comprar um colarzinho e alguma pulseira que combinassem com os bons e novos relógios de Mauro! Afinal os dois deveriam combinar em tudo!
Marisa estava se recuperando e já não tinha mais vontade de matar. Queria apenas ver Mauro mais ferrado do que era quando se casaram! De acordo com os filhos, pelo jeito que as coisas estavam fluindo, ela nem precisaria se esforçar muito! Contrariando o Contador e amigo, Mauro vinha vendendo parte do que lhe restara da empresa e Marisa comprava tudo.
Menos de 8 meses depois e Mauro passou da fase de felicidade extrema para a fase da preocupação! Quem ligava tanto para Maria Eduarda e por que ela insistia que eram assuntos de mulher e que não valia a pena enchê-lo de problemas tolos?
Mas isso era o de menor importância! Mauro se esforçava para cuidar da saúde, tomava uns comprimidinhos que lhe permitiam acompanhar um pouco do ímpeto sexual de Maria Eduarda, mas ultimamente ela não parecia satisfeita... Parecia ter perdido a criatividade. Já não fazia questão de acompanha-lo nas reuniões sociais e mostrava-se insatisfeita com o limite imposto em seu cartão de crédito pessoal. Mauro não queria incomoda-la com a notícia recente de que estava falido e era mero funcionário da empresa que construíra juntamente com Marisa!
Mas Mauro já tinha tudo sob controle! Percebera que Marisa, que agora fazia questão de participar das reuniões com os Diretores da empresa, olhava para Mauro com aquele brilho antigo e que lhe dava a certeza de que ela ainda o amava e não lhe negaria um socorro. E Mauro até estava disposto a dar uma boa compensação amorosa caso Marisa se mostrasse disposta...

No entanto não parecera tão difícil como o imaginado por Mauro. Marisa aceitara ir com ele ao hotel de Angra onde ambos haviam passado momentos maravilhosos! Naquela tarde Mauro ficou encantado com a ex esposa! Ela não exigia nada! Sabia onde tocar em Mauro e respeitava sorridente os seus limites!
Na viagem de volta para o Rio Mauro aproveitou a expressão de felicidade na face de Marisa e abriu o coração. Falou das dificuldades financeiras e da grande quantidade de dívidas; falou que estava se sentindo sozinho, sem alguém para conversar e que se envergonhava em fazê-lo, mas naquele momento precisava de uma grande ajuda financeira de Marisa!
Ela não demonstrou surpresa, não demonstrou qualquer mudança de humor e lhe perguntou quanto ele queria no novo apartamento.
Mauro não esperava por esse interesse de Marisa no único imóvel que lhe restava, mas concluiu que Marisa ainda o amava, iria lhe ajudar, mas, diferentemente de Maria Eduarda, não queria mexer com seus brios. Preferia que fosse uma ajuda mascarada pela compra de seu apartamento e permitiria que ele continuasse a viver lá, afinal Marisa parece ter dado mais sorte do que ele porque mais que triplicara os bens, enquanto ele se distraíra e perdera tudo.
Era uma boa saída! Vendeu o apartamento para Marisa que nem pechinchou e agora poderia usar sua experiência para um recomeço. Com todo o know how acumulado atingiria o sucesso muito mais rápido que antes!
Chegou em casa feliz e ao entrar no quarto viu sua jóia, a Maria Eduarda chorando e todas as gavetas espalhadas pelos cantos do quarto! Chegou a pensar que foram assaltados!
Ela com aquela voz maravilhosa repetia: “ – Não é você! Sou eu”!
“- Eu vou embora da sua vida porque você não é mais feliz e apenas tenta me agradar! Eu não mereço um homem tão bom quanto você! É uma questão de honra não mais fazê-lo infeliz! Vou embora! Já levei quase tudo para o antigo apartamento onde eu morava! Não precisa me dar mais nada”!
Mauro estava desesperado! Chorava feito uma criança surrada!
Implorou de todas as formas e não vendo outra saída propôs irem passar uns dias em Milão, a cidade dos sonhos de Maria Eduarda e, só depois, falariam em separação se ela ainda quisesse!

Maria Eduarda abraçou bruscamente o pescoço de Mauro e gritou: “- Jura, meu amor”?

No dia seguinte Mauro mandou buscar as coisas que ela já tinha levado e foram juntos pesquisar o melhor roteiro para essa viagem que incluiria Paris e Roma. Era uma pequena e justa exigência de Maria Eduarda!

Um mês de viagem  e o dinheiro da venda do apartamento escorreu pelo ralo da compulsão em comprar futilidades...
Maria Eduarda não tocara mais no assunto separação e Mauro apelaria novamente para a generosidade, fruto do grande amor de Marisa.

Ao chegar à empresa descobriu que seu cartão de acesso ao elevador privativo não estava funcionando e nem lembrava como acessar seu espaçoso escritório através dos elevadores comuns.

                O cartão também não dava acesso à sua sala particular e a nenhum dos ambientes que lhe eram exclusivos.

Foi avisado de que Marisa chegaria em algumas horas e queria falar com ele.
Horas de espera observando o ritmo de trabalho no andar em que ele comandou por tantos anos, estava impressionado por não lembrar ter visto um movimento frenético assim antes...
Mais tarde frente a frente com Marisa, Mauro a examinava e ela parecia ter rejuvenescido! Não tinha mais aquelas marcas de falta de sono. Parecia ser uma mulher madura sem marca alguma de agrura!
Marisa foi direta:
“ – O que mais me impressionou em você foi a coragem de se aventurar dessa forma, como se fosse um menino inexperiente! Tenho certeza de que valeu a pena, Mauro! Eu mesma tenho recebido os afetos do meu “personal trainner”! Não preciso pagar mais que o bom salário dele! Tenho mesmo que lhe agradecer por ter me dado esse presente! Já redigi, de próprio punho uma Carta de Recomendação para que você a apresente em alguma empresa que possa reconhecer o seu talento! Eu já vi do que você é capaz e não vou arriscar meu patrimônio. Para mim as outras empresas são concorrentes, de maneira que vai ser ótimo tê-lo em uma delas”.
“ – Mas você não pode estar falando sério! E todo o suor que derramei para criar essa empresa”?

“ – Espero que tenha secado no frio da Europa nesse seu longo passeio! Os dois helicópteros da empresa já são meus e se você quiser vender seu carro eu pago bem. Estou pensando em dar de presente... Agora preciso ir, pois tenho horário com meu “personal”. Você tem um mês para desocupar o apartamento e não se preocupe com sua “joia preciosa” porque, de acordo com informações fidedignas, ela já tem outro trouxa para arrancar o couro. Mais uma vez lhe agradeço por me ensinar a ser feliz depois de tanto tempo”!

Tem que amar a estupidez
pra deixar sua metade
e gozar de uma beldade
que lhe arrancará a tez
e a saúde de uma vez!
Capim novo custa caro
e para manter, não raro,
é preciso ter um sócio
que aquecerá o negócio
e será um bom “amparo”
quando precisar do ócio
na alcova, pois divórcio
não passa de um anteparo
quando o cabra é velho e avaro
e se engraça com uma rês
que lhe abestalha de vez
e lhe tira a sanidade.
Digo sem temer verdade:
Tem que amar a estupidez!

Ronaldo Rhusso

http://www.arcaliteraria.com.br/mexendo-com-divorcio/

sábado, 22 de agosto de 2015

Mais Que Normal...






Escrevo alguns Sonetos... E daí?

                São ventos que se vão muito ligeiros!

                    Sonetos são poemas passageiros.

                   Não marcam e se perdem por aí...



Um dia, esse formato, percebi:

Catorze braços fortes e certeiros

em quatro abraços quartos e terceiros...

Alguma coisa em mim logo senti...



                  Ocorre-me que somos bons amigos...

                  Faz tempo caminhamos lado a lado

                  dizendo dessa vida um bom bocado...



A um e a outro somos dois abrigos

Em tempos mais tranquilos, em perigos...

Dois ventos úteis, unos e olvidados...



                     Ronaldo Rhusso