sexta-feira, 30 de setembro de 2011



é Deus que, com linhas de Universo,
Escreveu nesse Planeta forte amor e sem medidas
por humanos, raça frágil, mas que Lhe é Obra prima
do processo de criar!

Poeta é Deus que disfarçou-Se de humano,
experimentou cansaço,
percebeu como é a dor
que transtorna o coração
e Se deu sem restrições,
porém vendo que a maldade
tornou cego o resgatado,
escreveu com sangue puro
"Eu vos amo assim mesmo"!  
Poeta é Deus que está compondo uma Ode
cujo nome é tão bonito!
É Nova Jerusalém,
onde escreveu em ouro
o seu nome e o meu.
Vamos lá ver se é bom mesmo?  

Feliz Sábado!





quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Homenagem ao Redil onde nasci para o Reino de Deus...


Soneto à Casa do meu Pai!

Nasci em ti, ó Templo tão sagrado
A ponto de escorrerem-me na face
As lágrimas de quem foi amparado
Em hora crucial! Bom desenlace!

Do mundo escurecido, resgatado,
E sem temor deixei que me alcançasse
A graça excelsa do crucificado
E ressurreto Deus... Cessou impasse.

A Vida Eterna eu pude vislumbrar,
Qual tenra ovelha tímida e em dor
Que nunca desviou-se da proposta

Oferecida a quem a desejar:
Deixar-se sob as mãos do Salvador
Na I A S D do Nelson Costa!

Ronaldo Rhusso


domingo, 11 de setembro de 2011




Você conhece o Fib?

Atribuído em relação à sua criação ao poeta  John Frederick Nims em 1974. O FiB é um meio de contar histórias de forma poética, embora ainda seja um formato experimental da poesia ocidental, tendo semelhanças com o haicai, mas baseado na seqüência Fibonacci (é formada da seguinte maneira: inicia-se a contagem com o algarismo 1 o próximo será a soma dele mesmo, ou seja, 1. Em seguida teremos 1 + 1 = 2 Assim já temos: 1, 1, 2... Agora somamos 1 + 2 = 3 então temos 1, 1, 2, 3, então somamos 2 + 3 = 5, então temos: 1, 1, 2, 3, 5, então somamos 3 + 5 = 8 Assim temos 1, 1, 2, 3, 5, 8...  É uma sequência infinita e sempre iremos somar os últimos dois algarismos para chegar-mos ao próximo).  Ou seja, o típico soco (fib, pois também é uma gíria nos guetos americanos) é uma versão do haiku ocidental contemporânea ambos seguem uma estrutura rígida.  O FIB é tipicamente sexteto contando com o título que pode e deve fazer parte do texto. Tradicionalmente deve conter  20 sílabas poéticas! A verdade é que esse número não deve variar nem para mais nem para menos. Sua construção é a seguinte 1/1/2/3/5/8:
 
1
Eu
1
Sei
2
O que
3
Você fez,
5
Pois sou visionário;
8
Mas você consegue entender?
 
Então... Agora que você já conhece a fórmula, que tal compor algumas hisTorinhas em forma de Fib?
 
 
Quem desejar mais informações é só acessar o blog do Gregory K. um dos maiores exercitadores dessa arte poética contemporânea!
 
http://gottabook.blogspot.com/2006/04/fib.html
 
Ronaldo Rhusso
 
 
São
 
seis
os versos
com o título.
Um, um, dois, três, cinco
mais oito os sons do real fib...
 
RRhusso
 
 
 
 
 
Morte
 
única
certeza
que se tem
para a humanidade;
caminho a ser percorrido...
 
Ronaldo Rhusso
 
 
Sei
 
que
algumas
dessas coisas
fui quem escreveu,
mas finjo que não me recordo...
 
Ronaldo Rhusso
 
 
Rio
 
de
Janeiro
a dezembro
tudo muito lindo!
Tem as digitais do Senhor!
 
Ronaldo Rhusso
 
 
Dispo
 
o
sentir
pra mudar
o meu rumo aqui;
a alma e me despeço nu...
 
RRhusso
 
 
Dor
 
é
parceira
de quem foi
na vida iludido...
É sinal de que inda respira...
 
RRhusso

Espelho


Os dilemas espalham-se aos montes
e eu nem olho pra face de um deles,
pois que sei que o conheço do céu
que por mim já foi fantasiado.
Dá razão a quem tem, pois é justo
e talvez até traga-te um prêmio!
Quanto a mim fico dentro de casa
a esperar o que sei que nem vem.
Só queria esse espaço mais cônscio
apesar de saber que é insano
o sorver dessa sobriedade
alterada na cor do estranho.


Ronaldo Rhusso
Refletindo

Eu sou réu e do tipo "confesso"
E nem peço pra ter u'a defesa!
"Gentileza gerou gentileza"

Mas dormia debaixo da ponte!
Lá do monte espreitei o caminho
e um espinho senti na ilharga!

Essa carga que impõem ao poeta
é veneno, mas nunca lhe veta.

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 9 de setembro de 2011





S abe o presente sagrado de D’us?

Á timo pr’Ele, mas grande p’ra nós.
B ônus, de fato, para os filhos Seus!
A h! Do descanso real, eis a Foz.
D ia sagrado em todo o Universo.
O nde houver vida ressoa esse verso! 

 '

D ize, ó minh’alma, louvores perfeitos!
O h! Que alegria findaram-se pleitos!

 '
S almodiando persigo o além
E m novos céus onde a paz será fato
N ada de mal, só tranqüilo regato
H ás de fruir, Nova Terra, também.
O h! Que esperança, pois nada de dor,
R iscos ou perdas... Somente o Amor!


'

Ronaldo Rhusso





Reciclagem


Do pó fiz vidro,
moldei um copo,
enchi de sonhos...


Ronaldo Rhusso

Conjecturas...


 
Se o mar está sereno, a mente, então, tranquila,
Cavila o pobre tolo; ostenta sua ilusão.
Diz não a tempo ameno; obtuso se perfila.
Desfila em tosco rolo; aumenta a solidão!

Razão não lhe é forte. Entorna a letargia.
Vazia a mente pena; acode ao definhar...
Deixar de ser consorte, envida a euforia.
Se um dia rouba a cena, a fala 'suja' o ar.

Estar não lhe conforma; então o que fazer?
Viver pensando em 'ter'? Por que deixar de 'ser'?
Sorver o que transtorna, evoca insensatez.

Se a tez, por sí, deforma é que chegou a vez.
Freguês do corromper só colhe o mais sofrer.
Querer ter mais que ser é triste! É de doer!



Gostaria, ainda de brincar com esse Alexandrino, pois, apenas para uma questão didática o verso Alexandrino tem doze sílabas poéticas e é dividido em dois hemistíquios de seis sílabas, cada:
'
Ex:
'
Se-o mar es tá se re no,/ a men te,- en tão, tran qui la.
'
1......2...3..4..5..6.......1..2...3....... 4....5....6
'
'
Se contarmos até a sexta sílaba de cada hemistíquio e pularmos para o verso seguinte poderemos ler dois poemas independentes hexassilábico.
'
'
Pode parecer complicado ou impertinente, mas essa construção foi trabalhada de forma que, seja no todo, ou na dicotomia de hemistíquios, o texto verse acerca da controvérsia entre Parmênides e Heráclito.
'
'
Sempre que construo um texto busco alguma contextualização e me pergunto se esses "detalhes" são percebidos. Todos os dias percebo que estou num Grupo novo e não me faço de rogado, escrevendo ou repetindo postagens nessas dezenas de Grupos e ainda não lí qualquer comentário onde essa minha prática fosse percebida...

'

'
Por que estou comentando isso?
Primeiro por falta de sono nesses instante e depois, porque sinto que a minha mensagem não é passada por completo...
Só isso!
'
Então a dicotomia ficaria assim:
'
1o HEMISTÍQUIO:
'
Conjecturas...
'
Se o mar está sereno,
Cavila o pobre tolo;
Diz não a tempo ameno;
Desfila em tosco rolo;
'
Razão não lhe é forte.
Vazia a mente pena;
Deixar de ser consorte,
Se um dia rouba a cena,
'
Estar não lhe conforma;
Viver pensando em 'ter'?
Sorver o que transtorna,
'
Se a tez, por sí, deforma
Freguês do corromper
Querer ter mais que ser....
'
'
2o HEMISTÍQUIO:
'
'
Conjecturas...
'
a mente, então, tranquila.
ostenta sua ilusão.
obtuso se perfila.
aumenta a solidão!
'
Entorna a letargia.
acode ao definhar...
envida a euforia.
a fala 'suja' o ar.
'
Então o que fazer?
Por que deixar de 'ser'?
evoca insensatez.
'
é que chegou a vez.
só colhe o mais sofrer.
é triste! É de doer!



Ronaldo Rhusso 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Diálogo com Marcos Loures II - A Dominação!



Meu amigo, o teu grito é um alerta
E me ponho ao dispor para atender
O que o Santo e bom Deus puder fazer
Ao usar-me, instrumento que desperta!

Amigo, oh, eu percebo a hora certa
Para dar testemunho, e com prazer
De que sei muito bem desse doer,
Mas eu lembro: Eis, de Deus, a porta aberta!

A minha prece é forte ombro, amigo!
O meu orar apela ao Soberano:
“Tem piedade, ó Senhor! Sei, tens um plano.

Eu te rogo a mercê que é forte abrigo
E, oh, livras, suplico, do perigo
Meu amigo de todo e qualquer dano”!

Ronaldo Rhusso

Por vezes nossa vida se transforma
E as bases que julgara firmes são
Apenas arremedos da ilusão,
Tomando num instante nova forma,

Ouvir a tua voz já me conforma,
Saber que inda existe solução,
Em Deus, feito no Amor e no Perdão,
Ousando na esperança, nobre norma.

Escuto a tua voz, meu companheiro
De tantas e difíceis caminhadas,
Promessas de outras claras alvoradas,

Cevando com nobreza este canteiro,
Aonde em florescência a vida brota
Mudando num momento a antiga rota.

Marcos Loures

Poder nos vem do Alto e regozijo
Pela dádiva nobre e eficaz
Concedida pra nós: Augusta paz
Que é tépido e lindo esconderijo!

Ah! Eu corro pra Ele, eu me dirijo
Na certeza da força que me faz
Pressentir que podemos muito mais
Nesse Amor que é Rocha, é forte, é rijo...
Quando eu olho o passado e vejo tudo
Que Ele fez... Nem mereço, eu fico mudo!
Então penso melhor na florescência

Dessa aurora necessária para a vida
Que pro fraco e cansado é a guarida
Mas que chamo de Amor, a pura essência!

Ronaldo Rhusso

Unidos pela fé que nos permite
Vencer quaisquer batalhas vida afora,
A força divinal nos revigora
E não conhece- eu sei- nenhum limite.

E quando nesta glória se acredite,
Em meio às vis borrascas já se ancora
Com toda mansidão e sem demora,
No Amor que nos liberta e não se omite.

Seguimos pela vida sem temores,
Embora tantas vezes mortas flores
Expressem um futuro tão instável,

Fazendo do perdão nossa bandeira
Prepara-se de fato, a vida inteira,
Terreno para a Glória, em paz arável.

Marcos Loures

Perdão é o pendão que me interessa
E sei que tem mão dupla e liberta;
Ele age no pecado qual coberta
Que sana o frio da dor com muita pressa!

A força divinal pra quem confessa
O erro cometido, eis, acoberta
E traz real conforto em hora certa.
A quem interessar: a hora é essa!

Abrir o coração ao Criador
É só para os fortes e valentes,
Pois sorvem grande Amor vindo em torrentes!

A Glória que procuro, e com ardor,
Não faz escolha entre classe ou cor
Mas acha-se aberta a todos entes!

Ronaldo Rhusso

Quem conhece a verdade libertária
Jamais se negará enquanto a vida
Às vezes parecendo sem saída
Encontra a palavra solidária.

Ainda sendo a sorte procelária,
O Amor feito em louvor logo lapida
Na Glória uma certeza construída
Trazendo em noite escura, a luminária.

No Deus eterno e vivo, persistimos,
E mesmo quando a vida trama os limos,
Nesta esperança além teimo e persisto.

E tendo como Pai e nobre Irmão,
Abrindo sem fronteira o coração,
Sabendo a perfeição em Jesus Cristo

Marcos Loures

A Verdade liberta e traz a cura
Para a alma, pro corpo e para a mente.
Eu bebo dessa Fonte e é contente
Que afirmo: é a mais límpida e pura!

A noite nunca mais fica escura
Se temos Essa Luz resplandecente
Mostrando que se torna diferente
A alma que em louvor vive segura!

O persistir nAquele que é Eterno
É a sabedoria que me importa
Pois mostra que a esperança nunca é morta.

Mas nesse mundo louco e tão moderno
Prefere-se a frieza desse Inverno
Do que todo Esse Amor que Ele comporta!

Ronaldo Rhusso

Porém enquanto houver alguma luz
Que venha nos guiar a cada dia,
Do túnel a saída se veria
E ao todo cada facho nos conduz.

Não falo e nem percebo mais a cruz,
A liberdade traça em galhardia
O sonho que domina a poesia,
Pois nela está presente o Bom Jesus.

Após o duro inverno, a primavera,
E a vida noutro instante regenera
Transforma toda a neve em flórea senda,

Ergamos nossas preces e orações
Unindo vozes, versos e emoções,
E assim novo verão, amor desvenda..

Marcos Loures

Certeza dessa Luz é maravilha!
A guia para vida é importante
E torna a lida tão menos massante
Que vemos bem melhor a melhor trilha!

Jesus, por certo, não quer-nos qual ilha
Das gentes e de tudo tão distante,
Pois quer nos ver trilhando o triufante
Percurso de mãos dadas. Isso brilha!

As Estações do ano Ele atenua
E traz ar fresco em tórrido Verão
Ou no Inverno aquece o coração...

Apraz a Ele ver a alma nua
Despida do pudor que se insinua
E alça a voz em plena gratidão!

Ronaldo Rhusso

Jesus que é feito Verbo, meta e luz,
Farol desta existência que buscamos,
Um mundo sem escravos, donos e amos,
No Amor que mansamente nos conduz.

Levando para o Eterno em rara Glória,
Unindo nossos passos num só passo,
Num tempo aonde o todo é mais escasso,
Somente com o Pai temos Vitória.

A vida nos ensina com espinhos,
Porém é necessário o caminhar
E tendo algum motivo p’ra sonhar
Fazendo de esperanças nossos ninhos.

E acima de qualquer canto ou louvor,
O agir co’a imensidão do pleno Amor.

Marcos Loures

O Verbo fez-Se carne e foi por mim!
Em minha vida é fúlgido farol
Que da Justiça é ímpar, belo Sol
A mostrar o Caminho certo, enfim!

Derramou o Seu sangue carmesim
Para cobrir pecados qual lençol.
Os meus, confesso, é grande e triste o rol,
Mas Ele sussurrou pra mim assim:

“ - Querido, Eu te conheço. Sei tua lida!
E a esse teu amigo talentoso
Eu vejo com olhar terno e orgulhoso!

Artista como ele tem guarida!
Por ele sim sofri grande ferida
E com todo esse amor fico animoso”!

Ronaldo Rhusso

Amar sem ter limites nem medidas
A vida nos ensina, companheiro,
E sei do quanto o canto é verdadeiro
E traz em seus acordes nossas vidas.

E tanto em poesia tu dividas
Gerando muito além de algum canteiro,
Num templo aonde possa este luzeiro
Traçar as alegrias presumidas.

O dom que tu carregas, divinal,
Expressa o ser além do racional
Cuja emoção se espalha no arrebol,

E eu qual fosse apenas mera lua
Reflito o que minha alma ora cultua
Bebendo a claridade de ti: Sol!

Marcos Loures

Limites para que se o amor é tudo?
Medidas não lhe cabem, todavia,
Havia um tempo bom que noite e dia
O Dom supremo era mais que escudo...

Às vezes penso “Deus, ficaste mudo”?
Mas ele me responde: “Rebeldia
É o mal que à minha voz até desvia”!
E assim mais me dedico ao Seu estudo...


Ainda há esperança na poesia,
Pois ela brilha mesmo que tardia
E bebe dessa Fonte luzidia.

Trazendo lindo encanto e quem diria?
Concede para o Amor a primazia
Tocando o coração que não sentia...

Ronaldo Rhusso


Reflete sobre tudo esta certeza
De um Ser que sendo essência gera e doma
E mesmo quando a vida nega a soma,
Sublime maravilha põe a mesa.

A vida presumindo a Natureza
Daquele que em verdade em paz nos toma,
E jamais se escondendo em vã redoma
Eclode a cada dia em tal beleza.

Num átimo mergulho no infinito,
E tendo muito mais que necessito,
Agradecendo ao Pai cada momento.

O mundo desenhado em harmonia
O tanto quanto trama em alegria
Trazendo a quem padece um raro alento...

Marcos Loures

Ah! Ele Causador da própria vida,
Certeza do cuidado sempiterno,
Derrama sobre nós poder superno
E põe no mal a certa e forte brida!

A Sua natureza é tão querida
Por mim e por quem não vê no externo
Razão que justifique ódio moderno;
Reparte cada bênção concedida.

Amigo, a rapidez que Ele mergulha
Em busca da ovelha desgarrada
É algo incomparável e enfada

Àquele que perdido,  qual agulha
No palheiro da vida, sofre, arrulha
E a dor não Lhe entrega... Alma coitada...

Ronaldo Rhusso


DUETO
-
Ronaldo Russo e Marcos Loures dão
um mostruário da categoria
a que pode elevar-se a Poesia
a ser lida em voz alta e escansão
-
Exemplar espetáculo de união
faz-me sonhar que este país um dia
poderá se livrar da arritmia
da ganância, do orgulho e da ambição
-
que descaminham muitos para o crime;
pondo fé e esperança em cada verso
não dão espaço algum para o Perverso,
-
na exaltação dAquele que redime.
Fiel aos temas que o dueto traça
sou grato a Deus por tão excelsa graça.
-
Diógenes Pereira De Araújo

domingo, 4 de setembro de 2011


Rogo!

Esse opróbrio que torna o meu ser
Esfacelado por causa da dor
Que no meu íntimo queima a valer
Diz-me do mal que me faz pecador.

Oh! Eu preciso pedir: vens fazer
Desse mortal alguém digno do Amor
Que do Teu Trono permites correr
Para lavar-me, servir de penhor!

Mas, por favor, não desistas de mim
Porque preciso mudar totalmente
Desde o profundo da minha vil mente!

Se me deixares será o meu fim!
És a esperança, o meu tudo, és enfim
Quem poderá me salvar novamente...

Ronaldo Rhusso


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Drama

Toda a fé é pouco em dó maior!
Urge a compreensão que faz a vida
abrir suas comportas para cura.
E o coração ferido e endividado
co'a esperança, praga imortal,
verá que o mundo é palco
e os artistas precisam encenar
com mui talento...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

¨E foi mesmo!

Ah! Esses amores...
Esses dos quais são alvo o poeta...
Sim, o poeta!
Não o humano, porque poeta não é humano.
E eis que é a ele que elas amam e se derramam em sonhar...
Ah! Poeta de sorte!
Já beira à morte em tenra idade, pois felicidade é só virtual.
Se cada amor dissesse uma prece ao Deus do poeta!
Se cada amor banhasse esse vate com plenos desejos e a morte se fosse...
Esforça, poeta! A lua vem vindo, mas gozaste o sol e o amor te foi fato.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


***
Certo de que o esperto olhar me enganou,
decerto, penso, irei para as masmorras da ilusão?
E por que não?
Que seja!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Fazer o que?

Gozosa ela desce outro degrau
a partir da costela que hei perdido
e distorce um amor que nem é fato...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Bufão I

Se voltei aos desvaneios
foi por medo de dormir;
foi por medo da manhã,
do chamado da raposa!

Se voltei aos cuidados
e às escritas;
aos poemas que nunca dizem nada
admito que foi por causa dela
e eu me sinto o curinga
que abomino...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Cada lágrima um verso,
cada verso uma saída
pra deixar que essa lembrança
não me deixe ir à loucura.
Cada sonho expirado
junto a ti que agora dormes
em terrível letargia...
Ah! Eu sei que sou volúvel,
mas sem ti sou coisa alguma
e não disse que te amo,
mas agora não mais ouves
e eu sou lixo irreciclável...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Diz

O que vês nesse olhar?
Ardor, a dor, amor?
A cor do lar de gente que se vai,
Pois está pronta pra esperar às Portas quem ficou mudo co’a partida?

O que vês nesse olhar?
O mar, um par de luzes tristes
Que nem mostram mais caminho,
Pois perdeu-se em vão atalho que não deu em lar algum?


O que vês nesse olhar?
Segredo, o medo do degredo que ora o cerca?

O que vês?
Fala! Eu imploro porque eu mesmo já não vejo nada...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Será que não?

As flores não deixam seus espinhos de fora por maldade.
Por maldade, de fora, seus espinhos não deixam as flores.
Seus espinhos de fora, as flores não deixam, por maldade.
Não deixam seus espinhos de fora por maldade, as flores...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Eu, hein!

Contas pra mim dos teus anseios
e eu nem posso recusar,
pois não faço parte deles;
sou só bicho de pelúcia.

Abre-te em sorriso reluzente
e eu nem posso te tocar,
pois sorris pro meu amigo;
sou só um velho cupido.

Choras mágoas desvairadas
e, enfim, queres meu consolo...
chora na cama que é lugar quente!


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

É assim.

O tento aludido
e o tempo passado.
Onde era um monte venci
só pra ver que a queda é maior
e o corpo suporta,
mas mente que manda
em cacos se finda.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


À toa!

Tomei de assalto
um grito emprestado.
Estava mui rouco
pra manifestar
tod'esse improprério
que é justo demais!
Mas quem vai ouvir
se eu for lá do alto
em asas sublimes
dizer: Não gostei?



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Pra que?

Vai e diz: ele sofre,
se entrega,
se toma,
se nega,
se vê enrascado e não quer mais voltar...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Tou indo...

Perco nada em pendurar mais um mocinho
que nascendo em parto puro vai sentindo
o cheiro podre desse mundo tão fingido!

Perco nada em demorar pra pra dar mais uma
tentativa de atingir a letra g.

Desconfio que é no bolso do casaco
que eu usei aqui na serra ontem cedo
onde esqueci minha carteira com migalhas
que o governo repassou pra mim de novo...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

¨Fenixamente...

Junto nada, nem sou junco
que se dobra e não se quebra...
Peço nada, pois vergonha eu já perdi
e nem quero achar a tosca...
Bebo nada só o suco da goiaba
que é licor para a nobreza
e é pobreza pros com fome...
Deixo nada, só me deixo ser de novo
o poeta que já fui:
peito aberto, a sangrar,
a deixar esse entrever de raras letras...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Tenho dito
'
Quase sinto o peso desse ódio
que povoa a minha mente...
Se não era pr'eu ser feliz
pra que cargas d'água foi esse engano?
'
'
Por isso eu não quero essa merda
que chamam erroneamente de amor...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Pérfido olhar...

Falava-me com os olhos
e eu bem desconfiava:
Era laço esquisito
a querer-me a ruir.

Falava-me e eu lia
e muito dizia de ser-me metade.

Agora é só nada,
só vento enganoso
do tipo que nunca
será temporal...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Liberto
'
Eu sei da porta aberta pro sorriso de uma flor.
Eu sei daquela cor que é preferida pela bela.
E ela que é fascínio me orienta a querer mais.
E eu nem sou capaz de olhar sério para os montes...
Ta! Eu sou culpado e sei merecer a vil morte.
Mas deixo para ontem porque agora eu sinto o orvalho
Dessa fresca noite que me cai como uma luva.
Sinto a liberdade me abraçar e eu vou profundo!
Dane-se o mundo, pois sou meu e não me dou.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Prosseguindo...

Se o estampido foi ouvido
desde as bandas lá do algures
quem poderia olvidar
algo tão sinistro e triste?
Fui levado a absorver
cada impacto em meu rim
como absorve ou assimila
um direto do inimigo...
Veja que nascer do sol
anuncia o vermelhar
sobre as nunvens carregadas!
Ah, eu sou só esse insano a escrever mais uma vez...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Fatídico oblidar em versos suspirantes
Dos entes lindos que esvoaçam em odes firmes.

E o devaneio assaz presente em tantas letras

Quilhadas com paixão remanescente e enriquecida,
Mescla-se com o dom da expressão!
Rastilhos de uma dor sem ter razão...
'

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


 ¨Lástima!
'
Abro o jornal e o cheiro de chumbo avisa que não tem novas de ti...
Abro a janela e o sol é tão tímido!
Onde andará a bela que o aquece?
Teço um poema avesso a essa dor e passo ao lamento que é escuro e disforme...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨Quater...
'
Podes ver o meu semblante
todo dor, tristeza e pranto?
Também eu não posso ver
tua cara de espantada
em dor de gozo em extremo...



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




De novo...
'
Volto pra terra que é chã
em busca da tentativa
indômita de semear
pra que se colha
a unidade
e
que o sol
nasça outra vez
pra quem ainda é do bem...



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




Quando...
'
Quando o homem era criador de sí mesmo
já era difícil de atura-lo!
Quando ele passou a criar deuses
seu ego ficou apertado pro Universo,
mas quando decidiu ser ele mesmo deus...





¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




¨Gêmeos

Entre róseo e lindo ébano aurelando os dois montículos,
Vejo uma infinidade que matiza pomos tantos.
Eis que uns avantajados são caminhos e os percorro
Linguajando em alpinismo agradável de fazer.
Tem, também, os pequeninos, eriçados e durinhos;
Todos doces com pitada de um amargo amendoado.
Não importa se cansados ou quais peras madurinhas,
Todos são mui desejados, e eu, criança, os gosto muito.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨



¨Ventarola
Nas raízes da toada eu aprendi que o desatino
Alvorece em mente crua acenando à flor da bela.
Ah! Se eu fosse um vento forte, rodearia o belo corpo!
Um tremor que é bom de ver lhe seria por prenúncio
De um momento sem igual de nome sofreguidão.
Mas eu sou só um ventinho
Desses que levantam plumas
E essas roçam levemente tez enxuta e desejada!


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Páscoa
Passado...
Passagem;
passaram;
passaremos?
Passou...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Sal dá de doer de novo...
Deu pra ti também, ó truta?
Tutti bonna gente, eu sei.
Dura dor de dar que salga
e eu te vi dentro de mim.
Vem, então, também de corpo
e eu te esgano de beijar...

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NO AMOR NÃO EXISTE MEDO
(I João 4:18.)

O címbalo que retine reticente
Previne a alma incauta sobre o medo.
Quem teme sofre o malho do tormento;
Recebe a vil pancada em pleno cérebro.
Algema-se aos pés da paranóia;
Encolhe-se em mundinho distorcido.
Não frui da perfeição do “summum bonum”!
Nem bebe Água da Vida, embora fresca.
Se estás a te enxergar nesse “grupinho”,
Apega-te Àquele que liberta
E quebra essas algemas que te prendem.



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Parte 1


Amarei muito mais!
Penso ter conquistado, do dia,
terna fantasia de poder vivê-lo!
Desenrola-se um novo novelo,
porém nem se sabe até onde ele vai...
Esvai-se a desesperança,
pois que essa dança é em alegreto!
Ainda assim não prometo ser fraco,
ser forte ou resignado!
Lembro o que fiz de errado
e vejo assustado: não aprendi!

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Parte 2

Amarei muito mais!

Já li algumas receitas as quais foram feitas com o fim de ajudar.
Voar é meu sonho agora, mas olho pra fora e não vejo o monte...
Já fui fonte bastante sorvida e encaro a vida num sempre me dar.
Deixa estar! Alerto o aprendiz, vê que a matriz está se apagando!
Chegando a metade do dia, ela que sorria, desconfia de mim,
Pois vê que meu fim anunciado ficou no passado. É cinza agora!
Embora as dores alertem que a vil presença é fato ainda,
Infinda é a minha vontade de não ser metade e viver por inteiro!


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Parte 3

Amarei muito mais
Fagueiro foi o meu estado,
mas deixo de lado, sou mesmo Homem-raio!
“Lacaio” de um Deus soberano.
Feliz porque Ele estende-me a mão!
Em vão expliquei esse estado,
porque só errado entenderam os fatos...
Regatos escorrem de mim.
Eu chamo de bênçãos e outros, de “Graça”!


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Parte 4


Amarei muito mais

A fumaça só vem lá de cima e isso me anima a chamar outro dia!
“Havia”! Dizia-me o Babbo, agora, eis que a pressa incisiva já era!
Foi tola quimera grimpante.
Doravante devagar e sempre; será a corrida lá pra Shangri-lá!
Haverá algo novo esse ano?
É insano querer cogitar. Deixo o dia raiar cada um por sua vez...
Minha tez inda brilha bonita e isso me incita a amar muito mais!



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Gift

Porfiando co'a certeza
eu me rendo ao tom sublime!
Cerceado pelo sono
agradeço em estar vivo
e ao denodo eu vou, latente,
dedicando o meu cansaço...


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Privilégio
Eis que é meu esse mocinho
por poder estar aqui
num espaço tão saudável
onde a dor já tirou férias
e o ardor é ser presente.
Deixo um rastro de euforia
e desmancho o que era lúgubre...


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 Libertas
Das catenas estou livre
e hei de ver o sol brilhante!
Trago o olor da que me encanta
por debaixo do meu ser.
Ah! Tonteias minha mente
co'essa falta que me fazes.
Se eu tivesse mais da força
que eu sorvi num tempo atrás,
disparava para ti
o meu eu,
meu tudo,
agora...



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Fortuito
Posso dar do desvario
que me toca no profundo
e essa pele tão amena
que me roça o falo mudo,
tão rosinha, me abala
a mais querer desse roçar...
Esse ceifar de gemidos
é u'a lida à qual me rendo...


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Jardinagem
Pormenores dessa flor
já descubro em doses amplas.
Cada pétala bonita
em sedosidade eu sinto plena.
Grãos do pólem de um sorriso
eu diviso e me encantam!
Ah! Se eu toco em suas folhas...
Despiria essa ternura...


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Estranhos tempos
Dentre os sonhos dourados
os poços sem caldas divergem
enquanto os lábios encostam
sem costados desalmados...
Pro amor as dores convergem
e vozes que os homens impostam
conseguem delir o fracasso
de um tempo de flores, escasso...


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Atalaia!
O crepúsculo me pegou
quando olhava pro infinito...
Percebi ser a quimera
de um poeta conformado
a um ardor que não me veio
e eu sorvi como se fora.
Tens olhado o firmamento?
Tens já visto a rara estrela?
Sabes ser a enviada
pra encher-te do meu ser...

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¨Promessa!
Pros destroços de um ente frio
eu preparei antepara serena.
Tracei caminhos mais difíceis,
mas eu vi n'alguns saída!
Pude ter nas tais escolhas
que as veredas me doaram
um frescor que acelera
o desejo de ir longe.
Vem provar do forte abraço
e eu te darei delícias!



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Donde estás? ♀

Quem és tu que me entontence se eu pensar no quanto és linda?
Vens de um outro patamar pra falar co'as rosas nuas?
Se em ti penso já me dou ao dedure de mim mesmo...
Ó, mulher, de brio sincero, queres ver poeta em transe?
Quando o teu olhar pousar num dos textos que eu te fiz,
haverás de chorar fraco e dizer, fui mui feliz!



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

¨Aspectos
A mordaça que tolhe o ruído
é de cera curtida ao acaso.
Se a tormenta que ora insinua
um ocaso pro enlevo aturdido
fosse dona daquilo que trava,
nunca mais a muralha seria
como sebe já pronta a ruir.







¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Paternidade
Treponemas escapam do vácuo
e se escondem por baixo do instante
que prossegue indômito e frio
a tolher o que o tempo indulgiu.
Vai saber se era só coisa minha
essa fase a deitar sobre ela,
a criar-lhe bons filhos mui lidos.
Nossos, meus e da mãe poesia...


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


¨Advir
Num instante esse bom sonho
há de ser a realidade que escolhi
em algum dia e eu deixei na geladeira.
Pode ser que o tempo escoe;
Pode ser que o mar avançe;
Hei de entrar nesse embalar
que traduzes nesses versos...





¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨




Súplica
És quimera ou és mulher?
Tu és santa ou puta nobre?
Tens consorte, ó desejada?
Tëu olhar me deixa mudo
e eu já sei que tens denodo.
Abre o céu pra que eu te entre
e te beba devagar...

























































Sinistramente...

A poesia é parte destemida
Das artes, sendo mãe tão rejeitada
A ponto de se ver encurralada
Em lábios de poeta sem guarida!

A poesia é rica e essa lida
Na qual divago sobre tudo ou nada
À espera dessa moça iluminada
Que traz meu alimento para a vida...

Não posso concordar com gente fria
E que não vê poemas no seu dia
Ornando cada gesto, cada instante...

Vai ver sorvi de algo alucinante
E outra vez escrevo num rompante
Ou corre em minhas veias poesia...

Ronaldo Rhusso