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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Torre de Pisa (Il Campanile) Alexandrinos




O Campanário 

O texto presente, em versos Alexandrinos (você pode notar que não chamo de Soneto por crer que essa modalidade petrarqueana só se justifica em Decassílabos Heroicos, a despeito da insistência de muitos autores em classificar essa forma, também, como Soneto), prima por rimas toantes (onde se nota a igualdade apenas na vogal tônica da 12ª sílaba poética de cada verso). 

Foi em 27 de fevereiro de 1964 que o governo italiano pediu ajuda publicamente a fim de salvar a Torre de Pisa (Campanário da Catedral daquela cidade) que já apresentava uma perigosa inclinação de mais de 5 graus. Apenas em 1999 foi traçado um plano que seria bem sucedido em evitar o colapso.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Falta amor...



Eu vejo tudo e anseio a morte da maldade
que existe em mim, ó D'us, e em meu irmão, perdoa!
Tudo é tão claro, ó Pai, e muito me atordoa,
embora eu ame o bem que é a liberdade...

Por que nos damos, Pai, com força à brevidade,
quando podemos mais, embora muito doa
buscar o bem que no futuro galardoa
e nos transporta, enfim, pro alvo: a Eternidade?

Suplico ajuda a mim e a cada filho teu
que luta contra o eu e contra as tentações,
mas, eis, pratica o mal na mente e nas ações.

Eu sei: quem não amou em si mesmo bateu!
Oh! cada vez aumenta o que se diz ateu
e só porque ainda é noite em corações...

Ronaldo Rhusso



 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Conjecturas...


 
Se o mar está sereno, a mente, então, tranquila,
Cavila o pobre tolo; ostenta sua ilusão.
Diz não a tempo ameno; obtuso se perfila.
Desfila em tosco rolo; aumenta a solidão!

Razão não lhe é forte. Entorna a letargia.
Vazia a mente pena; acode ao definhar...
Deixar de ser consorte, envida a euforia.
Se um dia rouba a cena, a fala 'suja' o ar.

Estar não lhe conforma; então o que fazer?
Viver pensando em 'ter'? Por que deixar de 'ser'?
Sorver o que transtorna, evoca insensatez.

Se a tez, por sí, deforma é que chegou a vez.
Freguês do corromper só colhe o mais sofrer.
Querer ter mais que ser é triste! É de doer!



Gostaria, ainda de brincar com esse Alexandrino, pois, apenas para uma questão didática o verso Alexandrino tem doze sílabas poéticas e é dividido em dois hemistíquios de seis sílabas, cada:
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Ex:
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Se-o mar es tá se re no,/ a men te,- en tão, tran qui la.
'
1......2...3..4..5..6.......1..2...3....... 4....5....6
'
'
Se contarmos até a sexta sílaba de cada hemistíquio e pularmos para o verso seguinte poderemos ler dois poemas independentes hexassilábico.
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'
Pode parecer complicado ou impertinente, mas essa construção foi trabalhada de forma que, seja no todo, ou na dicotomia de hemistíquios, o texto verse acerca da controvérsia entre Parmênides e Heráclito.
'
'
Sempre que construo um texto busco alguma contextualização e me pergunto se esses "detalhes" são percebidos. Todos os dias percebo que estou num Grupo novo e não me faço de rogado, escrevendo ou repetindo postagens nessas dezenas de Grupos e ainda não lí qualquer comentário onde essa minha prática fosse percebida...

'

'
Por que estou comentando isso?
Primeiro por falta de sono nesses instante e depois, porque sinto que a minha mensagem não é passada por completo...
Só isso!
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Então a dicotomia ficaria assim:
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1o HEMISTÍQUIO:
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Conjecturas...
'
Se o mar está sereno,
Cavila o pobre tolo;
Diz não a tempo ameno;
Desfila em tosco rolo;
'
Razão não lhe é forte.
Vazia a mente pena;
Deixar de ser consorte,
Se um dia rouba a cena,
'
Estar não lhe conforma;
Viver pensando em 'ter'?
Sorver o que transtorna,
'
Se a tez, por sí, deforma
Freguês do corromper
Querer ter mais que ser....
'
'
2o HEMISTÍQUIO:
'
'
Conjecturas...
'
a mente, então, tranquila.
ostenta sua ilusão.
obtuso se perfila.
aumenta a solidão!
'
Entorna a letargia.
acode ao definhar...
envida a euforia.
a fala 'suja' o ar.
'
Então o que fazer?
Por que deixar de 'ser'?
evoca insensatez.
'
é que chegou a vez.
só colhe o mais sofrer.
é triste! É de doer!



Ronaldo Rhusso