quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Carlitos...


Não vou dizer de teu talento,
do teu esmero pela arte
quando falar era impossível,
mas cada gesto era um poema...

Não vou falar que, pioneiro,
tu protestaste contra o feio,
contra a miséria do trabalho
que escravizava o corpo e a mente...

Não haverei de mencionar
de teu zombar de ditadores
que nos fizeram gargalhar...
E tu? Um mero vagabundo...

Ronaldo Rhusso

Mal vi nas guerras todas...


Ó meu D’us! Livrai-nos de nós mesmos.
Da crueldade insana e gana em fazer mal.
Tu lutas pela terra e ganhas, ó, tu levas
pás delas pela cara!

Ó meus sais! Prefiro o Magnésio,
regulador do Cálcio,
do Sódio que alavanca
o “boom” arterial!

Ó Hermanos! São belas as Malvinas,
mas vi os teus navios
sujarem mar de óleo e sangue de quem nem
pediu pra guerrear...

Ah! Eu sei que vence se é mais forte
e se empunhar o cetro
é certo o morticínio!

God save the queen e a lance lá no inferno!

Ronaldo Rhusso

Tristeza...


Esse desejo louco de ser D’us
apressa a vida ou morte por piedade?
Com que direito eu posso interferir
no ciclo que não posso controlar?

Os humanos nós somos, não esqueço,
mas penso que alguns somos animais;
não como os animais que são humanos,
mas como seres monstros, vis, letais...

Ronaldo Rhusso

Eu, robô?


Roboticamente me arrasto
e alastro o fecundo Universo.
Sou verso composto, sou Ode;
sou mais que a metade, o transverso!

Meu bip me alerta: eis a hora
de olhar na janela do tempo
e em tempo rever os conceitos
afeitos a ver meus defeitos.

Robô não magoa... E o que eu faço
com essa vontade tremenda
de rasgar a fenda da vida
e, enfim, machucar a mim mesmo?

Será que sou lobo e deu fome?
Será que o capim não sacia
o imenso vazio que provoca
e evoca pane em meu sistema?

sábado, 19 de outubro de 2013

POPULISMO OU CAPITALISMO?



Qual mal é menos nocivo? Esse é o Raio-X do planeta, portanto, retrato do âmago do Brasil...

Muita gente nem sabe o que é Capitalismo, o que é Populismo...

A maioria da população, se entender o que é Populismo vai até acender vela para quem tem mantido esse sistema escravizante do “não penso, mas como, tomo umas cachaças e ainda danço tchê-tchêrêrê-tchêtchê”, então tá beleza (ou blz)!

Já os que iriam preferir um governo mais voltado para o Capitalismo são os que têm saudade dos aviões sem pobres e seus ruidosos aparelhos celulares, restaurantes sem a galera do pagode depois do bucho cheio e do sangue etilizado...

Aqui em Trindade, na época do FHC, fora os bichos-grilos, com seus dreds rastafarianos, a gente só atendia a nata da empáfia; hoje a plebe rude se beneficia dos sites de ofertas em cascatas e os remanescentes do Capitalismo nos culpa porque têm de dividir o espaço dos cafés das manhãs com os “indignos”... Bando de babacas! Nem sabem que a gente prefere os sorrisos desse povo que ascendeu ao patamar que nem sabiam que existia, mas a natureza, essa não agradece. 

Fazer o que?

O Populismo não ensina a preservar. O capitalismo prefere concretar. “Árvore pra que? Essas porcarias de folhas ficam caindo, servindo de abrigo para insetos”... 

O Populismo vai fazer com que a meia dúzia desinformada não entenda bulhufas do que estou perdendo tempo em escrever, enquanto crio coragem de partir pro Projeto 2016 que já está atrasado (nada a ver com Olimpíadas, outra piada Populista num arremedo do Capitalismo que vai esculachar a Metrópole na qual nasci)...

Enfim, o Populismo deve governar esse país por mais uma década, no mínimo, se não falir antes...

O Capitalismo teve sua chance e “deu ruim” (aprendi a usar esse besteirol!!!).
Esses tucanos venderam bonito! A Vale do Rio Doce, que tinha 40 bilhões de reservas, mas que acabaram descobrindo mais veios, foi entregue por trezentos milhões de nada porque ninguém sabe pra onde foram esses dólares... As operadoras de telefonia nem roubam mais. A gente entrega até as calças para elas! Graças ao FHC! Até frango a gente (eles porque se tá morto e tinha sistema nervoso tou fora!!!) pôde comer, mas não à vontade...

O Capitalismo vende sua roupa íntima com você dentro dela!

O Populismo deixa a sua roupa íntima e ainda lhe dá a oportunidade de você sujá-la... Mas tem que votar no que rouba, mas faz!

Se lascar ou se ferrar? Eis a questão!

Às vezes vejo essas fotos de africanos cheios de pereba, barriga inchada de tanto comer barro e uma tarja com a inscrição culpando o Capitalismo... 

Então o populista chora e compartilha, mas cadê que sabe que milhões de toneladas de comida e roupa vão para esses países, mas não chegam a quem precisa porque os mestres da eugenia não permitem e, pasmem, os conterrâneos desses coitados são os que enterram esses alimentos, roupas e remédios, cuidando que estão fazendo um bem para o mundo...

Capitalismo e Populismo são faces da mesma moeda!

Não se enganem achando que o Lula mandou no Brasil, que o lulinha é rico porque roubou, que a Dilma é sapatão (não, sapatão ela é sim, foi mal!)...

Não pensem que nossos governantes são petistas ou outros istas... São só marionetes do sistema e lhes afianço que sabem o que estão fazendo ao distribuir o PIB do país com a plebe que aprendeu a digitar no teclado da Urna que faz o barulhinho engraçado! Eles sabem o que estão fazendo! 

O Lema “país rico é país sem pobreza” não é redundância, não! É o código! Quem realmente se interessa enxerga assim: nós pertencemos a vocês e estamos comendo os hormônios que nos engordam, entopem as filas dos hospitais, que não têm medicamentos nem instrumentos porque nós que lá trabalhamos roubamos e levamos para nossos filhos brincar; nós estamos afundando o beiço no crack e a cachaça é garantida; nós comemos as árvores que dão lugar a centros de confinamento de gado cheio de veneno; bebemos o leite misturado ao câncer das tetas em carne viva das vacas que já não se aguentam em pé e nossos políticos roubam bem! Votamos em palhaços; nosso sistema judiciário é uma farsa e já sabemos que o diabo não tem chifres porque tem vergonha de ser corno, mas nosso povo acha linda a promiscuidade!

Quem liga se coca cola é veneno? Tem reverendo brincando com a desgraça alheia!

Quem liga se minha igreja não paga imposto; se os “nossos” hospitais só atendem ricos; se nossa lindas e poderosas escolas foram transformadas em casas de recuperação de delinquentes, cujos pais nos odeiam, mas despejam sua prole lá e nossos adolescentes aprendem com eles que D’us não existe e que céu é lugar onde você chega fácil com uns goles de cachaça e umas tragadas de maconha barata?

Quem liga se o Cristianismo virou piada e tem profundo amor pelo Capitalismo selvagem?

Quem leu isso até aqui?

Sério?

Então toma um poeminha de agrado:

Era uma vez um planetinha
que tinha a cor azulada.
Era uma vez um sisteminha
que mostrou ser uma furada.
Era uma vez a Poesia,
mas todos são grandes poetas agora...
Era uma vez a família, a alegria...
Mas o medo, angústia se escondem
em quem tem medo de ir lá fora...
Era uma vez professores, doutores, das Dores...
Era uma vez a realidade...


Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sina...


Teu olhar, doce olhar
a deixar-me na tez.
E esse gosto de azul;
da tristeza maior...
Quanto o quero!

Lambuzou-me o olfato
e, eu, feliz
mergulhei e eis-me
em frio pensar...
A ansiar...

Teu olhar, frio olhar
a me expor e a deixar
e a sorrir e a delir
como se me dissesses:
és meu!
E o sou...


Catacrese...


Só dois dedos de prosa, meu amor,
e o enredo de dores que há em mim
vai fazer-te rever-me assim e assim,
qual quem via-me envolto em denso ardor.


Só dois goles do meu vil dissabor
far-te-á  desejar-me e ter, enfim,
minha espada em teu veio de carmim,
qual abelha a buscar pólen na flor...


Só dois pingos e meio de paciência
mostrará para ti quanto te quero
e por que tanto tempo eu te espero...


Só um tanto e outro tanto de anuência
e virás com teu gosto de clemência
a me dar louco trato que venero...



Catacrese é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Estabelecem comparação às situações em que são atribuídas, qualidades de seres vivos, a seres inanimados. Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de banana", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "cabeça do alfinete", "braço de rio", "dente de alho" etc. Consiste assim em uma metáfora de uso comum, deixando de ser considerada como tal. Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio, empregando-as fora do seu significado real. No entanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que estão sendo usadas no sentido figurado.

(De forma geral a Catacrese ocorre quando há a troca do nome verdadeiro de um objeto ou ação por outro nome - Exemplo, trocar alça por asa da xícara. Isso pode ocorrer, também pelo fato de, em certos casos, não existir um nome apropriado como em "cabeça de alho", "dente de alho", "braço da cadeira"...)

Salve o ardor!


Qual tu Salvador haverá?
Qual cor que não há hoje em ti?
Qual coco que tem o sabor
 qual esse que quis seu Caymmi?
Qual dessas servis capitais,
qual foste servil, eita, enfim,
qual ti que serviste primeira
qual sede de nosso país?
Qual nada! Eis que nem se comparam
qual água do rio e do mar
qual beijo e o simplório abraçar

qual nada pra a ti comparar...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Templários...


Até onde vai a fé?
Onde está o seu limite?
Peregrinos somos todos
sob Brasões tão diversos
quanto os diversos segredos
que permeiam corações

e os chamuscam de esperança...

Castro Alves...

Nau negreira
Os escravos
Vão remando
Quando em quando
Esfaimados
E as espumas
Flutuantes
Dizem nada
Dizem tudo
Da vertigem
Dessa tosse
Que liberta
O poeta

Dos escravos...

Notre Vie...



A minha previsão é que você irá me amar.
Vai ler minha centúria e vai dizer que está traçado
um plano no Universo e esse conspira por nós dois.
O meu ser visionário nunca erra, eu sou profeta
e trago uma mensagem pra você não resistir.
Eu vi constelações, lhe vi a estrela mais brilhante!
Vi guerras de alcova e vi você vencer feliz.
Eu vi nós dois sentados a olhar o Velho Mundo
e o Rei voltar em glória com um grande alarido!
Eu vi a Eternidade e ouvi você dizendo: “- Eu amo!”

Então outra Galáxia apareceu, veio à existência...