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quarta-feira, 6 de julho de 2022

Lágrimas


...


descem asem controle, salgam face
deixam o ser leve e a ponderar
qual desses motivos pedem reclamar?
respirar, ainda.
comer coisas boas
(pois que boa coisa
é ter a comida)?
ter um teto quente
(pois que tanta gente
passa o mês pensando
no vil aluguel
e outros são chamados
"morador de rua",
mas ser "morador"
implica ter casa)?
lágrimas são burras!
descem, mas nem sabem
que viver poeta
implica tristeza
ou inconformismo
(é mais bonitinho)....
vai-te depressão!
já não tenho espaço.
sou minimalista
(decidi faz tempo).
só não minimizo
deslizar, de fato,
nesse mundo doido
de corpo e de alma
com a inteireza
dos que todas noites
pensam: fiz o que de bom?
se resposta é nada,
se não mudei vidas,
fui menos que esterco,
pois esse é adubo
e quem nada faz
pra mudar seu mundo
faz aqui o que?
somente atrapalha...
Taciana Valença, Eliana Castela e outras 10 pessoas
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sábado, 9 de setembro de 2017

Descanse em paz Diogo...




A gente vê nascer, crescer... Morrer? Que crueldade!
Não venham me dizer que foi a hora, pois não creio.
Cansei de sepultar os meus meninos... Chega disso!
A culpa de quem é senão das luzes desse mundo
que vão os atraindo e os delindo quais insetos?
Fracasso na Missão é conquistar mais de mil tentos
e ver o próprio sangue retornar para a mãe Terra...
Contemplo o invisível, não blasfemo, sou do Cristo,
mas essa minha carne dói e aperta forte o peito...
A vida, assaz, madrasta vai se rindo do poeta
e sabe que ele tem uma vontade indomável
de ver mundo melhor pra essa raça desumana
e não vai desistir até restar final suspiro...


Ronaldo Rhusso




segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mãe V...



Hoje tu farias meia cinco!
Jovem para esses novos dias...

Esse céu de cinza emoldurado
não vai mais ficar azul na mente
de quem não vai mais ver o teu riso
nem vai escutar os teus conselhos...

Hoje tu farias meia cinco!
Quase nada para a Eternidade...

Órfão, sinto o medo do castigo
de viver aqui por muito tempo
sem aquela voz que me dizia
como eu era forte e eu nem sabia...

Hoje tu farias meia cinco!
Foste embora logo e a dor ficou...

Hoje descobri grande defeito
dessas criaturas, quase anjos...
Amam, dão-se a nós qual ninguém faz,
mas voltam pro céu cedo demais...

sábado, 5 de julho de 2014

Mãe IV...




Roubaram-te os sessenta e cinco Invernos
e quem sobrou, qual eu, ficou com frio.
Tu foste completar o mar qual rio
que junta-se a outros rios ternos...

Mamãe quis te contar dos hodiernos
dilemas que me afligem, mas sombrio
é esse eco vindo do vazio
que deixou tua ausência: mil infernos!

Trancado aqui no cômodo inseguro
da minha existência sem guarida
de teus conselhos, mãe é dura a lida...

Pensaste que eu estava bem seguro
nessa idade de homem maduro,
mas sinto-me desnudo nessa vida...

Ronaldo Rhusso

domingo, 22 de junho de 2014

Mãe III



Quem me dera você estivesse aqui
e o riso que amaina a tempestade
banhasse meu semblante só metade...
Veria eu o céu que não mais vi...

Quem me dera sorver qual não sorvi
os segundos que tive de verdade
com aquela que se foi em brevidade...
Teria eu o olor que estava em si...

Não desce na garganta a sua ausência!
Não vejo graça e o dia é tão sombrio
que a noite é tão igual! É denso o frio...

Você me abençoava e a anuência
do som da sua voz, a providência...
Você dormiu tão cedo e hei-me em vazio...

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mãe...



O frio que me congela nesse instante
assusta, dói, destroça desde a alma...


Parece endurecer minha medula
e desconcerta a fonte de pensar...


Eu sei: a lágrima adianta nada!
Tampouco me interessam sensações
que não mais sentirei, sou nau sem porto...


Eu tremo, convulsiono... E adianta?
Que nada! A morte é má e acerta em cheio.


E a fé? É por o pé sem ver o chão
e já não vejo esse chão faz tempo...


Mas ponho pé, cabeça, assim mesmo
porque eu sei em Quem eu tenho crido...

Ronaldo Rhusso




quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tristeza...


Esse desejo louco de ser D’us
apressa a vida ou morte por piedade?
Com que direito eu posso interferir
no ciclo que não posso controlar?

Os humanos nós somos, não esqueço,
mas penso que alguns somos animais;
não como os animais que são humanos,
mas como seres monstros, vis, letais...

Ronaldo Rhusso

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Falta amor...



Eu vejo tudo e anseio a morte da maldade
que existe em mim, ó D'us, e em meu irmão, perdoa!
Tudo é tão claro, ó Pai, e muito me atordoa,
embora eu ame o bem que é a liberdade...

Por que nos damos, Pai, com força à brevidade,
quando podemos mais, embora muito doa
buscar o bem que no futuro galardoa
e nos transporta, enfim, pro alvo: a Eternidade?

Suplico ajuda a mim e a cada filho teu
que luta contra o eu e contra as tentações,
mas, eis, pratica o mal na mente e nas ações.

Eu sei: quem não amou em si mesmo bateu!
Oh! cada vez aumenta o que se diz ateu
e só porque ainda é noite em corações...

Ronaldo Rhusso



 

sábado, 3 de novembro de 2012

APOSTASIA...




Fico aqui relembrando a minha amada
e os meus olhos marejam de alegria!
Vou tentando conter a euforia
de olhar para Ela transformada!

Como dói vê-la, assim, desanimada!
Suas cores tão distantes dO que cria...
Fosse eu nada disso entenderia!
Como pode estar tanto deformada?

Quereria não vê-la  nessa cena,
envolvida em sorver esgoto imundo:
o restolho e as sobras do vil mundo...

Que jamais respondesse ao Mal que acena
a você que nem vê que ele encena
com o fim de afundá-la em vil submundo...

RONALDO RHUSSO