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sábado, 3 de maio de 2025

Resenha de "Espólio" da Flávia Ferrari

 Recebi o terceiro livro da Flavia Ferrari: Espólio


– Publicação independente como ela própria, Capa da Jéssica Iancoski e um conteúdo daqueles que a gente lê, relê e sabe comentar: é pura Poesia!

A fluidez com que os versos decorrem e vão escorrendo em forma de poemas vai saciando aquela sede/fome de Poesia escrita e bem dita de forma que faz a gente sentir um abraço e ouvir o sussurrar a nos dizer: "Eu sei! Também sinto isso"...

O poema que abre essa Obra cativante, “Arrima” pode passar despercebido apenas ao desavisado poeticamente, mas mostra a alma nua da poeta como a passar coberta apenas pela translucidez proporcionada por uma imaginária cortina transparente e, enquanto ela passa, lança seu olhar concorde como a dizer:

“é também a minha”...

Noto em seguida a efêmera fragilidade que completa a ideia do que será objeto da simplicidade, mas não simplória morada porque lar é lar e versos não precisam do rebuscamento matemático, apenas de um poema onde se encaixem e como se encaixam os da Flávia!

“ao humano, uma melindrada barreira

qualquer muro é menos dissimulado”

Em “Pontas de lança” aquela realidade caótica que restringe sem restringir, de fato, e a separação ou privacidade que deveria apenas ser combinada, precisa da imposição dos quase limites ou o que valha para garantir a tal inviolabilidade.

E a “iluminação”? A limitada luz que permite apenas ver os “intrusos” misturados ao abstrato do pensar filosófico acerca das coisas que ornam o recôndito ou a iluminação de metaforizar como um dom que metominiza as lucubrações mentais?

Demoro-me na prosopopeia que define as poltronas e vou observando cada cena, enquanto a poeta “ausculta” e descreve o papel dessas que “sabem quase tudo sobre os homens” e, deles, amparam ou protegem o “lar”...

“não aceito metades

do sono

do amanhecer

de você”

É como ela explica as “medidas” aceitáveis e depois confessa a “revelação” de seus olhos que brilharam quando os ouvidos captaram aquele “sim”.

Já o “Sal” nos faz corar.

Ainda há quem core, quem leia, releia, sorria e pense: nossa?

Eu sigo nesse deliciar-me com a leitura e me deparo com:

“a materialidade, essa sim, é toda ilusão”

A Eternidade? Quem sabe? Conforta e importa confortar, já a realidade, é caravana: passa.

Na “Vigília” a poeta comete a “extravagância” de sonhar reciprocidades e lembrou de se amarrar “na exuberância do primeiro enlace com o fervor do último toque”...

Observo a “Claraboia” em que tanto a poeta pensa, vê essencial, morta no “Futuro”, que já é, e algema a si mesma no diálogo só porque “a pele aprende rápido”.

Como entender o “Estanque” da paixão, a “Estreia” da novidade e olhar pelas “Janelas” da outra casa pensando nos costumes da cidade?

Alguém me disse que não entendo “Semântica”, já a Flávia, diz:

“Uso o amor, minha palavra coringa”...

No mais ela é “Reclusão” e “Dissocia”, afirma:

“queria um corpo-console-inconsciente

que dança se outros dançam”...

Eu também queria! E tu?

Curtiste essa pseudo-resenha até aqui?

Mas não viste quase nada, já eu aproveitei que a Flávia Ferrari confessou:

“: desejei tanto ar que ganhei asas”

E cheguei com ela ao final dessa leitura agradável, quase como um voyeur dessa alma mulher e o que mais quiser ser porque pode e me prendeu letra por letra, verso por verso, elevou-me com ela!

Conheça a Obra completa! Entre em contato:

https://www.instagram.com/fmferrari/



Ronaldo Rhusso




 

 

 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Creia

 Com filtro ou sem filtro

estás dentro em mim...

Não sabes, mas faço

esforço sem fim

de, nesses teus cachos,

deixar meu cansaço

achar o descanso,

perfume, fragrância,

que deixa meu ser

mais perto do céu...

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Paulo Freire

 Paulo Freire completaria 100 anos em setembro próximo...

 

Quando preso político, o Doutor,

recebeu um pedido inusitado:

ensinar a recrutas iletrados

com seu método muito inovador.

Porém ele falou sem ter rancor:

" - Tu não sabes, meu caro capitão,

que por isso é que estou nessa prisão"?

Seu legado é maiúscula Memória!

"Paulo Freire tem nome, tem história

e é Patrono da nossa Educação"!

 

Ronaldo Rhusso (Mote entre as segundas aspas do poeta Marconi Pereira de Araújo)

 





domingo, 31 de agosto de 2014

Volteio de Hoje!



Vem! Vem forte, liberdade!
Dos louros me traga um ramo.
É pra ti que eu declamo
Pelo fim da falsidade
e em defesa da Verdade
que liberta corpo e mente
e me tornou diferente!
Olvidado por amigos,
transmutados, inimigos
do meu pensar consciente!
Sei, virão muitos perigos!
Fechar-se-ão os abrigos,
porém seguirei em frente
destemido e coerente
sem viver pela metade
os dons da Eternidade
esse anelo que eu amo!
A plenos pulmões proclamo:
Vem! Vem forte liberdade!


Ronaldo Rhussolol! 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mãe V...



Hoje tu farias meia cinco!
Jovem para esses novos dias...

Esse céu de cinza emoldurado
não vai mais ficar azul na mente
de quem não vai mais ver o teu riso
nem vai escutar os teus conselhos...

Hoje tu farias meia cinco!
Quase nada para a Eternidade...

Órfão, sinto o medo do castigo
de viver aqui por muito tempo
sem aquela voz que me dizia
como eu era forte e eu nem sabia...

Hoje tu farias meia cinco!
Foste embora logo e a dor ficou...

Hoje descobri grande defeito
dessas criaturas, quase anjos...
Amam, dão-se a nós qual ninguém faz,
mas voltam pro céu cedo demais...

sábado, 6 de abril de 2013

Atentes...

Tu, salpicada em estrelas,
dá-te conta dessa dobra no Universo
em palavras tenras, sóbrias que enternecem
e desata nós das almas rejuntadas e felizes
com teus versos, ó senhora?

Conta, se puderes,
as fagulhas que acendes e que tornam-se
um não fátuo, fogo fúlgido em grans chamas
que aquecem frio da alma que jazia,
oh! sim, despida de esperança!

Armas, sei, as tens acumuladas,
pois a lida dura, infinda, tem montado
em teu peito um arsenal!

Quem sou eu, ó gran senhora,
para não beijar com os olhos
esses raios que espalhas em letras nobres?

Oh! Quem dera a Poesia me abraçasse e eu alçasse
voo alto e me tornasse vero bardo, vera vez...

Ronaldo Rhusso



 


sábado, 5 de janeiro de 2013

Ainda retrancada...


Tentando vencer a batalha
O muro que encontro é gigante
Enquanto sou só um menino
Deveras pequeno, um infante...

Por que tu me fazes sofrer
Se és minha vida a valer?

Talvez te transmutes já tarde
E não seja a tempo de ver
Secar o que escorre-me e me arde...

Vai ver é só sonho essa vida
Que tranca depois que convida...

Ronaldo Rhusso