domingo, 11 de abril de 2021

Pensando no mestre Valdir Teles...

  

Da desídia que assola essa nação

(eu pergunto me havendo vate reles)

cantaria meu mestre Valdir Teles

por quem eu tenho muita dileção,

esse bom torcedor do meu Mengão?

Questiono porque temos deixado

covardia demais como legado

e não há como ter melhor futuro

se nas horas difíceis sobe em muro,

“é” sem “ser” por viver acovardado...

 

Não terei, com certeza, uma resposta,

pois morreu o poeta cantador

que cantou para todos sobre o amor

e também sobre dor, mas com disposta

alma dada pro bem e ao mal oposta.

O maior cantador, sim, tinha lado

e cantava um Sertão muito empenhado

no existir pelo bem comum, eu juro:

se nas horas difíceis sobe em muro,

“é” sem “ser” por viver acovardado...

 

Cantador que alegrou a todo mundo:

presidentes, povão, quem recebia

os seus versos com ímpar alegria!

Cantador que tornava um só segundo

muitas horas de seu cantar profundo...

Se tivesse aqui do nosso lado

ergueria também a voz em brado?

Pois é parte dos ruins quem deixa furo,

se nas horas difíceis sobe em muro

“é” sem “ser” por viver acovardado...

 

Ronaldo Rhusso




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