Descansa meu peito, descansa!
Na ânsia de ser mais humano
vi dentes sorrindo pra mim
da cobra que o louco cantou,
serpente que chamam de mãe,
porém nem a chamo, sou frágil!
Eu quis dissertar sobre botos,
Iaras, sacis, curupiras,
mas pira quem pensa que sou
letrado nas lendas do mundo...
Sofrido até mais que sovaco
que aguenta muletas na vida
eu tenho dois, três ou mais causos
reais, mas que não são bonitos...
O grito que trago no peito
que quase se afoga no sal
das lágrimas que desidratam
não topa ficar sossegado!
Descansa, meu peito, descansa!
A noite chegou outra vez;
ninguém vai me ouvir soluçar...
Monóstico finda outro drama...
Ronaldo Cansado Oliveira
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