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domingo, 22 de novembro de 2015

5 Degraus - Escala de Maslow


I
Difícil atingir, e lá ficar,
no ponto que desnuda o Universo
se não consigo, ao menos, saciar
vazio que me deixa, assim, disperso
com medo do futuro não chegar...

Pareço caminhar do lado inverso
e não consigo, mesmo, concentrar
o meu pensar (em lago seco imerso)
a fim de me nutrir, me libertar...

Então consigo aquilo que me falta!
Meu ser prova do pão, se sobressalta;
percebe que vivia qual um nada!

Que louco isso! Tudo faz sentido!
Porque eu era mesmo sem ter sido...

Até que tive a FOME saciada!


  


II
Agora mais um passo, um sacrifício!
Preciso apertar o botão certo
ou ver meu ser cair no precipício
que nunca chega ao fim; é qual deserto
no qual se anda em círculos... Difícil!

Esforço-me, preciso estar desperto!
Não posso permitir o desperdício
Do Dom da vida! Eu sei que sou esperto
e vou deixar jorrar pelo orifício...

É muito bom sentir o frenesi!
Nem quero lamentar o que perdi...
Passar desse degrau é qual voar!

Pareço à ave quando sai do ovo
Que sente um habitat distinto, novo!

E sinto a dor terrível me deixar...







III
Ainda não cheguei ao meu destino.
É pouco ser servil, ser “pau mandado”!
Ficar só nisso é puro desatino!
Mas como atravessar o rio gelado
se sou iniciante? Eu sou menino...

Parar agora é como ter nadado
e ver, no seco, frágil, pequenino,
o ser ceder, se ver despreparado,
pra ter da própria vida a rédea, o tino...

Contudo não cheguei aqui à toa!
Não sinto mais a fome e a alma voa!
Decido não ficar só no querer!

Eu sei ser perigoso esse degrau,
pois pode me mostrar como sou mau.

Chegou a vez de ter, também, poder!







IV
Eu digo vai e vejo ir. Que bom!
Mas erros podem, sim, ser cometidos
e posso ver um céu cinza e marrom!
Poder só pra poder põe os sentidos
em grande confusão, num outro tom...

Eu quero ter meus tentos atingidos,
mas quero ouvir melhor meu próprio som.
Dar um mergulho em meus desconhecidos
fatores que me formam; cada dom!

Nadar no fundo desse denso eu
Não é tarefa fácil! Acendeu
a luz do alarme que me diz: cuidado!

Respiro fundo e sigo, então, em frente,
Em busca de não ser inconsequente

Agora sei quem sou! Degrau deixado...







V
Só fortes poderão, nesse Caminho,
seguir em frente e sei que falta um tento
porque não dá pra ser feliz sozinho!
As ondas vão e vêm, mas há tormento
se não se tornam unas... Vil espinho!

Às lágrimas se somam meu lamento...
Por isso eu me sentia tão mesquinho!
O fardo desse mundo eu não aguento!
Preciso Dele! Eu sou pequenininho...

Eu sinto! O Seu abraço, sim, me ronda!
Estou nessa frequência! É Grande a Onda!
Não há palavras! Tudo é tão bonito!

Humanos sois demais alienados!
Há tantos Universos habitados!

Criar com Ele é muito! É infinito!

Ronaldo Rhusso