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sexta-feira, 10 de junho de 2011

INCLUSÃO SOCIAL?

Recentemente li um artigo acerca de “inclusão social”. A autora dizia que a teoria era muito interessante, mas as pessoas vivem excluindo gente carente de afeto e de outras carências tão comuns no dia a dia.
Li e reli o artigo e cheguei à conclusão de que a autora equivocou-se quando afirmou que essa tal “inclusão afetiva” está inserida no que chamamos de “inclusão social”.

Vejamos:

Incluir pessoas na sociedade, propiciando-lhes oportunidades para desenvolverem-se e terem a oportunidade de galgarem os sonhos ou anelos mais comuns, está intimamente ligado a abrir portas no tocante à Educação de qualidade, Saúde, emprego, lazer...

No entanto, incluir pessoas em nossas vidas significa conceder intimidade e tudo o que acompanha isso.

Como Missionário preciso usar um pouco das técnicas dos psicólogos, dos psiquiatras e de outros profissionais que estudam a mente humana. Também sou proselitista e tenho realmente essa intenção, embora eu seja criticado por isso, mas eu sou isso mesmo, um missionário!

Nessa minha saga acabo dando espaço para que algumas pessoas desfrutem da minha intimidade e isso muitas vezes me causa problemas enormes.

Incluir socialmente nada tem a ver com incluir as pessoas em nossas vidas.

Isso pode ser um perigo terrível e trazer problemas gravíssimos!

A autora mencionou que as pessoas se trancam em si mesmas, se envolvem apenas com aqueles que elas elegem como ideais para o convívio... Ora! E onde está o erro nisso?

Irmãos, pais, família... A gente não escolhe, mas amigos, colegas de trabalho (sim! Colegas de trabalho. Eu jamais trabalharia com pessoas com quem não tenho afinidade e afinidade não é amor, mas características, pensamentos, anseios em comum). Eu escolho até a minha vizinhança! Como Missionário costumo frequentar lugares difíceis de ir ou de permanecer por um tempo longo, mas o conforto é a certeza de que existe a possibilidade de retornar para o meu humilde e aconchegante lar! Estou errado? Amo a minha cama! Posso ficar sem ela, se for necessário, mas se eu puder mantê-la... Ah! Eu a manterei!

Reparem naqueles meninos que ficam nos sinais (semáforos ou faróis)! Quantos daqueles meninos realmente necessitam estar ali? Quantos daqueles têm casa e família, mas preferem estar ali? Outro dia eu vi um programa de televisão chamado “A LIGA”. Os repórteres se infiltraram entre alguns desses meninos e meninas e, de fato, algumas histórias tristes foram descobertas, mas, por mais intrigante que seja, a maioria estava ali porque queria. Uma ONG e uma Fundação governamental insistem diuturnamente com eles para irem para um Abrigo, contudo eles costumam ir, passar algum tempo, comer, beber... Depois fogem, pois, segundo eles, a vida nas ruas, em meio às drogas e sexo é mais interessante! O Rafinha Bastos e outra repórter cujo nome não me recordo acompanharam os golpes que eles, os coitados excluídos, dão nas pessoas e até acharam engraçado como eles são “espertos”!

Leva um desses espertos para casa! Existe uma grande possibilidade de que ele venha a gostar da sua casa, de sua família... Eles só não gostam das famílias deles!

Incluir socialmente é dar a chance de alguém provar que também quer ser feliz!
Mas um envolvimento maior é um risco que pode e deve ser corrido por quem tem força e coragem, mas risco é sempre risco!

Ainda tem o problema do “ser feliz”, pois existe algo mais subjetivo do que felicidade? Eu não me atreveria a definir felicidade de uma forma que generaliza esse estado de espírito (estão lendo? Sem querer já chamei a felicidade de estado de espírito!).

Realmente devemos ser humanos, em verdade e de fato, e lutar para que todos tenham os mesmos direitos, mas a forma como a autora colocou no artigo dela, a mim, pareceu um texto fruto de um momento de depressão e solidão dessas que a gente sente mesmo rodeado de pessoas...

A vida é feita de escolhas e a maioria delas pode trazer consequências negativas e terríveis no futuro! Mesmo uma criança que prefere ficar pedindo dinheiro num sinal, tomando banho de chafariz, usando drogas, haverá de colher os frutos disso mais tarde da mesma forma que também colherão as pessoas que decidem amar quem não as ama e, pior, decidem querer mais bem a essas pessoas do que a si mesmas... Mas tudo acaba!
Até aquela pessoa que você diz amar tanto, mais do que a você mesmo, pode cansar desse seu “amor” e aí você vai ficar sozinho em meio à multidão e talvez aprenderá a grande lição ensinada há milênios:

AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO!

Nem mais, nem menos. COMO A TI MESMO!

Então não invista no seu filho como se ele fosse uma caderneta de poupança ou como se ele fosse a alternativa de realizar na vida dele os desejos que você não realizou na sua.

COMO A TI MESMO E SEM RESTRIÇÕES OU ESPERAR ALGO EM TROCA!

Não vá tirar do sinal quem não quer sair do sinal! É fria!

Feliz Sábado!


Ronaldo Rhusso