Aqui, um Quarteto (preciso
frisar que nem sempre um texto de quatro versos pode ser chamado de Quarteto.
Se tiver até seis sílabas é uma Quadra. A partir de oito sílabas é que é um
Quarteto. Sete sílabas é o formato de uma Trova Clássica, portanto nem é Quadra
nem Quarteto) tecido em versos Alexandrinos (para relembrar, um Alexandrino é
composto de doze sílabas poéticas, contudo é dividido em dois hemistíquios de
seis tônicas. Esses hemistíquios precisam ter sentido completo).
Vejamos:
E Leonardo deu
vinte, oh, deu tantas ideias.
Primeiro
hemistíquio: “E Leonardo deu vinte”; Segundo Hemistíquio: “Oh, deu tantas
ideias”.
É aqui que
entra a famigerada Elisão (supressão de letras numa palavra ou de uma
expressão).
E/ Leo/nar/do/
deu/ vin/te,- oh,/ deu/ tan/tas/ i/dei/as.
Enquanto as
barrinhas separam as sílabas poéticas, o tracinho (hífen) faz a Elisão, ou
seja, mostra a junção das duas sílabas em uma só. Basicamente, você faz a
Elisão obedecendo a separação silábica feita oralmente. O dilema é que algumas
elisões podem variar conforme a região. Por exemplo: Em Portugal normal não
rima com mau, pois o “l” de normal quase não é pronunciado como o fazemos no
Brasil. Então até poderíamos dizer que ambas as palavras rimam apenas por
assonância, isto é, por semelhança fonética. Dessa forma o próprio substantivo
Portugal, lá, não rima com mau, qual rimamos no Brasil. O português pronuncia o
“l” dando uma pausa na língua colando-a ao palato, enquanto ao pronunciar “mau”
nem há o uso da língua para auxiliar na pronúncia.
Obviamente
essa uma informação que foge do tema Elisão, mas da uma ideia de diferenças no
regionalismo.
Então: “que/
nos/ di/as/ de/ ho/je- ain/da/ tem/ uns/ pro/je/tos”
Repare que
“ainda” está sendo Escandida (Escansão é a forma de separar ou contar sílabas
poéticas) da seguinte forma: “ain/da”, mas haverá quem faça a Escansão assim:
“a/in/da”.
Qual o certo?
Não há certo! Depende da região do poeta. O leitor precisará levar isso em
conta. Portanto não dá para analisar um poema envolto em métrica sem levar
esses detalhes em consideração.
Viche! Tenho
que mencionar que Leonardo Da Vinci, engenheiro e artista renascentista
italiano, morreu aos 67 anos, no dia 2 de maio de 1519. O autor de obras
famosas, como Última Ceia, Virgem dos Rochedos e Mona Lisa , deixou centenas de
ideias e estudos científicos escondidos em cadernos de anotações.