Prosseguem os poetas com palavras enfeitadas
deitadas sem acaso pela argila ou pó da vida...
Transformam o que era feio, o que era imensidão de enfados
em molhos de quimeras, molhos que a viver convidam.
Deturpam dores todas, agem qual mal fosse nada,
flertando com o dia esses poetas são bem vindos
em frágeis corações quebrados, tintos, rejeitados
que pensam nos poetas como solução pra lida!
Mas esses tolos dados a mexer com as palavras
são pó, também, e sofrem com a merda desse mundo!
Abraçam, sem querer, a dor de outrem, o mal infindo...
Não podem esquivar-se de dizer toda a verdade.
Lamentam cada morte, mas entendem ser absurdo,
pois a maior desgraça para o ser é ter nascido...