segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Jovens...





A tez que é tenra e toda luzidia
aventa a alma alegre... Eis juventude!
Quem há de perceber a amplitude
da força que eles têm; da ousadia?

Pro jovem sei que nunca é tardia
a chance de mudar da quietude
pra luta justa em busca da virtude
que enleva a alma e faz valer o dia!

Importa que essa prole trame e vença
a fim de que a miséria do passado
não volte e seja só algo impensado.

Eu quero a juventude em desavença
com tudo o que é feio e que convença
a todos de que o Mal é ultrapassado.

Ronaldo Rhusso


 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dossiê...





Outro luzir dissonante em trevas d’alma
Achou de tecer o ângulo descrente
Desse lampejo indolor que cresce e envolve
A tempestade encoberta em sonho e dor,
Sob a esperança encontrada na semente;
Sob a dureza encerrada em corações
De outros sepulcros caiados, adornados
Pela aspereza do caos que é iminente;
Pela grandeza do nada a se espalhar
Lá no horizonte perdido e inconsequente...

Outra manhã de descanso já cansada
Pelo pecado inserido em mente insana,
Onde o entregar-se a delírios desconcerta
E me permite checar o eu que eu tenho
Para encontrar novamente a origem: pó.

Outro poema insosso, gris, inválido.
Outra lembrança encravada em mero alívio
Que proporciona o infinito e despe o mal.

Outro olhar para as ondas e entender
Que não há pranto que molhe e irrigue a terra
Onde pisou a Poesia... Eis que essa é santa,
Mas tem as flores estranhas, inodoras,
Cujas opacas, disformes, feias pétalas
Mostram que o tom já nem é o tom sublime
Que despertou ser humano em outro Sábado
Em alvorada de luz que era bem vinda.

Outro monóstico algures tinto e findo...

Ronaldo Rhusso


 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Percurso...





Déles todo o mal que há em mim... Que me condena;
Fazes muito mais que eu mereço e me comoves;
Moves céus e Terra pra mostrar quanto me ama;
Clamas bem baixinho em meu ouvido por afago...

Quando entenderás que sou volátil e sem massa?
Nunca sentirei mais que euforia ou o que valha
É o que me esforço para crer sobre mim mesmo,
Mas sou pura chama de amor tenso e me espalho...

Vem! Vamos tentar a outra chance, a outra porta!
Essa cujo nome evoca mais que a esperança
E que não se importa de passar por derrotada
Mesmo que a derrota seja cálice bebível...

Ouça! Eis que o som da Primavera agora é fato!
Tudo já conspira em favor de nova sina.
Deita e me abraça, pois o frio quer nos tentar
Por saber que juntos nada pode nos deter.

Digo que essa lágrima tem tons de alegria.
Vejo que teu gosto ainda é doce e me sustenta
Como se os dias nem tivessem nos cansado.
Amo e muito mais do que amei lá no passado...

Ronaldo Rhusso