segunda-feira, 28 de maio de 2012

Soberanamente...



Caso perdido detido em coração que é frágil
Não recupera a vontade de ser mais que ter.
Caso dorido e trajado de Tie Black ou White
Não me incomoda, pois moda pra mim é tolice.
Fui eu quem disse que os maus são coitados;
Vítimas pobres do demo ou do ser que não são.
Sãos, eis, nem são os que bebem da ira, eu creio!

Eu continuo a amar com a força de mil!
Ela me despe ao olhar-me e eu tremo sem graça...
Sou ser humano e humanos meus atos, de fato!

Tenho em meu beijo o que é doce e é veneno, também.
Ói! Não tem preço tocar-me, eu não deixo! Sou louco!
Mas eu conheço o Caminho e O adoro! Oh! É lindo!

Ronaldo Rhusso

Eu fiz pra ti, mas lês?


sábado, 26 de maio de 2012

Dossiê...


Outro luzir dissonante em trevas d’alma
Achou de tecer ângulo descrente e descendente
De um lampejo indolor que cresce e envolve
A tempestade encoberta em sonho e dor,
Sob a esperança encontrada na semente;
Sob a dureza encerrada em corações
De outros sepulcros caiados, adornados
Pela aspereza do caos que é iminente;
Pela grandeza do nada a se espalhar
Lá no horizonte perdido e inconseqüente...

Outra manhã de descanso já cansada
Pelo pecado inserido em mente insana,
Onde o entregar-se a delírios desconcerta
E me permite checar o eu que eu tenho
Para encontrar novamente a origem: pó.

Outro poema insosso, gris, inválido.
Outra lembrança encravada em mero alívio
Que proporciona o infinito e despe o mal.

Outro olhar para as ondas e entender
Que não há pranto que molhe e irrigue a terra
Onde pisou a Poesia... Eis que essa é santa,
Mas tem as flores estranhas, inodoras,
Cujas opacas, disformes e feias pétalas
Mostram que o tom já nem é o tom sublime
Que despertou ser humano em outro Sábado
Em alvorada de luz que era bem vinda.

Outro monóstico algures tinto e findo...

Ronaldo Rhusso



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tinha que ser comigo...


Boatos me revelam cara mau?
Tem louco para tudo nesse mundo!
Não sinto mais tristeza lá no fundo
E perdi o meu tempo em trivial.

A Poesia linda é minha nau
E nela eu nem me importo se redundo,
Pois tira o sentimento iracundo
E me faz alcançar outro degrau.

Disseram que sou ópio e eu me ri
Porque odeio drogas e afins.
Odeio muitas coisas, vis ruins...

Mas odiar de fato não me vi.
É sentimento que jamais nutri.
Agora me odeiam... Fim dos fins.

Ronaldo Rhusso


Cru...


Olhou-me como quem vê negro anjo
E a morte lhe sorriu em face clara.
Deixou-se lastimar e um desarranjo
Na mente em confusão... Coisa não rara!

Se poupo da tortura eu não esbanjo
E se faço o contrário, diz-me: pára!
Até vou concordar que às vezes manjo
Da arte de jogar contra a antepara.

Eu sei o que queriam que eu dissesse,
Mas meu ser é confuso e não tem pena
E sabe infligir a dor que é plena.

Nem tudo nessa história é o que parece
Ou é o que dá voltas, quase em “s”,
Na estrada de feridos... Não pequena...

Ronaldo Rhusso


Talvez!

Não fantasio, sou sem graça...
Previsível!
Não amacio, sou sem seca...
Inflexível! 


Ato os feixes de minhas sobras
e percebo que não vão dar uma fogueira.


Acaricio, sou sem temores...
Sou terrível!
Policio sentimentos, sou testado...
Irascível?

Ronaldo Rhusso





terça-feira, 22 de maio de 2012


Quase...

Que direi do inverso interrompido pelo verso
que me veio em momento crucial, quase em gozo?
Fê-la à ação interrompida e agora a aurora
cruel se ri.
E o verso?
Coisa à toa...

Ronaldo Rhusso



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Do lúbrico!




Lampejos de euforia invadem ser teimoso
onde o fremir gozoso açoita a alegria!
E, dando, exprimiria um tanto desse gozo...

Ao delir o escabroso o céu se abriria!
E eu sei o que diria a musa entontecida:
"Oh! Fundo, minha vida! Eis que já vejo a Lua"!

Eis a verdade crua em versejar aberto

em tíbias que, decerto, aventam musa nua...

Ronaldo Rhusso




Fotografia...


Eu vi quando chegou tão diferente!
A face sem rubor; eis fantasia!
Eu vi, confesso, mais do que eu queria
E tudo está aqui na minha mente...

Os pixels, aos milhões... Surpreendente
A carga que a memória, em mim, copia...
As luzes acendendo, quase dia...
E sinto: essa impressão é permanente!

Okay! A imagem pode não ser tudo
Ou pode nem ser parte da verdade
E eu rio, pois é tudo novidade!

Relembro de um detalhe e fico mudo...
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Não sei se meu sorrir é só o escudo
Ou se meu foco é pura insanidade.

Ronaldo Rhusso



Tenso...

Conto as horas que separam meu momento;
Meu alento... O cauterizar feridas...

Mudo...

O absurdo passa atroz por minhas lentes!
Arrepios e até medo do vazio...

Limpo...

Corpo e alma (intelecto) banhados em ternura...
Quase sinto o que sentes por mim!

Vivo...

A esperança renascida;
Uma menina que se move
Calma linda e que me diz:
Estou aqui.

Penso...

Até quando?


Ronaldo Rhusso



sábado, 19 de maio de 2012

Normal...



Se sustento o tento ansiado
Vejo a areia do tempo cair;
Vejo o momento inexato expandir
Como se fosse tragar meu lamento.

Quem é você a me olhar nesse espelho?

Restos de mim ainda portam feridas
E esse descaso é quem denuncia
Todo o amor que me tem nessa hora,
Mas jogo fora porque penso muito.

Quem é você pra julgar meus deslizes?

Outro Inverno e o inferno é quem ganha...

Ronaldo Rhusso