Desato os feixes de cores
que reverberam em meu sonso olhar...
Desato a louvar o Altíssimo
pelos dons que Ele concede!
Transmutar olhos em ouvidos,
palavras em sussurros,
delírios no sentir frenético e raro...
Ah! Inspiração que erradia euforia e
avilta o tempo e o espaço!
Ah! Quimera ansiada e entronizada
no íntimo do ser...
Abismado e em sonho contemplo o jardim rico e lindo!
O jardim é pra mim duplamente importante
e é meridiano!
Da roseira mais nobre escolhi uma rosa olorosa e macia;
tão rosinha e enfeitada por pólens lisinhos!
Ela treme e se encolhe ao meu toque gentil
que, de longe, ressente feliz terno toque.
É a rosa que é rara e que inspira esses versos;
rosa inteira entre caules marfim-salmonados.
"— Ei Nirvana! Eis que és pouco e me rio de ti"!
Não concebe o meu gozo inefável, coitado...
"— Tu sorris, minha musa"?
Eis que a dor não supera esse brilho no olhar
que pressinto daqui, do covil de poeta
que é o salteador desse corpo, ora frágil.
Arrepio me percorre ao provar dessa trama
ideada nos meus mais profundos recônditos!
"— Mera pausa, ó Prenda"!
"— Hora de conversar com quem há de fazer
tua dor desistir de morar ao teu lado"...
Ronaldo Rhusso
Um comentário:
Lindo trabalho! Boa noite...
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