('Estamos de olhos nos bons para perdermos de vistas os maus'. Ronaldo Rhusso).
terça-feira, 6 de maio de 2025
Fruta-pão
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Queria gostar do meu cachorro como ele gosta de mim
Queria vê-lo olhar pra mim na outra vida
Queria essa lambida divertidaQueria ser mais digno de ti, menino...
Ah! Como eu queria ser tão bom quanto tu és
Queria ter biscoito todo dia, te ver correr com a coruja
Teu brinquedo predileto...
Gosto tanto de pegar as torradas,
Dividir e te ver sorrir macio
Com o olhar assim feliz
Com pouco
Com nada
Tão lindo
Tão lindo
Que bom que te escolhi
No quintal do golpista
Andando todo bambo
E pensei: és tu, safado!
Tão lindo
Tão lindo
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Ronaldo Rhusso
sábado, 3 de maio de 2025
Resenha de "Espólio" da Flávia Ferrari
Recebi o terceiro livro da Flavia Ferrari: Espólio
– Publicação independente como ela própria, Capa da Jéssica Iancoski e um conteúdo daqueles que a gente lê, relê e sabe comentar: é pura Poesia!
A fluidez com que os versos decorrem e vão escorrendo em forma de poemas vai saciando aquela sede/fome de Poesia escrita e bem dita de forma que faz a gente sentir um abraço e ouvir o sussurrar a nos dizer: "Eu sei! Também sinto isso"...
O poema que abre essa Obra cativante, “Arrima” pode passar despercebido apenas ao desavisado poeticamente, mas mostra a alma nua da poeta como a passar coberta apenas pela translucidez proporcionada por uma imaginária cortina transparente e, enquanto ela passa, lança seu olhar concorde como a dizer:
“é também a minha”...
Noto em seguida a efêmera fragilidade que completa a ideia do que será objeto da simplicidade, mas não simplória morada porque lar é lar e versos não precisam do rebuscamento matemático, apenas de um poema onde se encaixem e como se encaixam os da Flávia!
“ao humano, uma melindrada barreira
qualquer muro é menos dissimulado”
Em “Pontas de lança” aquela realidade caótica que restringe sem restringir, de fato, e a separação ou privacidade que deveria apenas ser combinada, precisa da imposição dos quase limites ou o que valha para garantir a tal inviolabilidade.
E a “iluminação”? A limitada luz que permite apenas ver os “intrusos” misturados ao abstrato do pensar filosófico acerca das coisas que ornam o recôndito ou a iluminação de metaforizar como um dom que metominiza as lucubrações mentais?
Demoro-me na prosopopeia que define as poltronas e vou observando cada cena, enquanto a poeta “ausculta” e descreve o papel dessas que “sabem quase tudo sobre os homens” e, deles, amparam ou protegem o “lar”...
“não aceito metades
do sono
do amanhecer
de você”
É como ela explica as “medidas” aceitáveis e depois confessa a “revelação” de seus olhos que brilharam quando os ouvidos captaram aquele “sim”.
Já o “Sal” nos faz corar.
Ainda há quem core, quem leia, releia, sorria e pense: nossa?
Eu sigo nesse deliciar-me com a leitura e me deparo com:
“a materialidade, essa sim, é toda ilusão”
A Eternidade? Quem sabe? Conforta e importa confortar, já a realidade, é caravana: passa.
Na “Vigília” a poeta comete a “extravagância” de sonhar reciprocidades e lembrou de se amarrar “na exuberância do primeiro enlace com o fervor do último toque”...
Observo a “Claraboia” em que tanto a poeta pensa, vê essencial, morta no “Futuro”, que já é, e algema a si mesma no diálogo só porque “a pele aprende rápido”.
Como entender o “Estanque” da paixão, a “Estreia” da novidade e olhar pelas “Janelas” da outra casa pensando nos costumes da cidade?
Alguém me disse que não entendo “Semântica”, já a Flávia, diz:
“Uso o amor, minha palavra coringa”...
No mais ela é “Reclusão” e “Dissocia”, afirma:
“queria um corpo-console-inconsciente
que dança se outros dançam”...
Eu também queria! E tu?
Curtiste essa pseudo-resenha até aqui?
Mas não viste quase nada, já eu aproveitei que a Flávia Ferrari confessou:
“: desejei tanto ar que ganhei asas”
E cheguei com ela ao final dessa leitura agradável, quase como um voyeur dessa alma mulher e o que mais quiser ser porque pode e me prendeu letra por letra, verso por verso, elevou-me com ela!
Conheça a Obra completa! Entre em contato:
https://www.instagram.com/fmferrari/
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