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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Volteio do “balanço” II



Uma, duas, três ondinhas
fez meu lápis sem parar!
Lá na areia a descansar,
quando estavam bonitinhas
se deitaram... Danadinhas!
Musiquinha que cantei,
mas a ordem inventei,
pois a mim mesmo eu invento,
desinvento e reinvento
desde a hora em que acordei.
Já não sei mais qual o tento,
pois se foram com o vento
os castelos que adornei,
mas em nenhum eu morei...
As canções que foram minhas
pareciam tão mesquinhas
que deixei-as apagar
para de novo cantar:
Uma, duas, três ondinhas...


Ronaldo Rhusso
study

Volteio do “balanço”...


Caminhava eu descalço
e não me cansava tanto
qual se cansa quem é santo;
que nomeia o seu percalço
com um título que, falso,
serve apenas como escudo
para quem tem de ser mudo,
cego e surdo... Lamentável!
Disse a Dirce que amorável
devo ser antes de tudo!
Sobre rodas, maleável,
me desloco favorável
e nem olho a quem ajudo,
porque a mim mesmo acudo;
a meu ser mesmo realço...
Sem ter pés eu, sim, me calço
ao despir a dor e o pranto,
pois num tempo e noutro canto
caminhava eu descalço...

Ronaldo Rhusso
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