O SEGREDO
I
Eu não sou muito bom para segredos...
Ai! A língua me coça; eu vou contar:
Não importa o maior desses teus medos;
Não importa que tempo ou que lugar,
Ele está muito além de vil degredos;
Ele está mais aberto, oh, sim, que o mar!
E conhece teu ser, qual eu aos dedos
Os quais eu uso até para contar.
É cansaço o problema? Então entendas:
Não se busca Esse Ser para possuir
O que a mente lhe diz ser necessário.
Eu espero que tu, por fim, compreendas
Que Ele é a razão do existir
E buscá-lo é sorver o Dom primário.
II
Já pensaste quão triste é alguém olhar
Para ti e medir o teu valor
Pelo que tu possuis para doar
Ao invés de olhar-te com amor?
É assim, oh, que a Ele eis a buscar
Quem O vê como Alguém a se dispor
A fazer real todo o desejar
Egoísta que é fato um desfavor...
Ser ou ter? Descobriste o meu segredo?
Vou a Ele por ser abençoado
Ao sorver Sua doce companhia.
No restante, aprendi (e não foi cedo),
Haverá de ocorrer-me o ansiado
De uma forma melhor que a que eu queria!
Ronaldo Rhusso