terça-feira, 5 de janeiro de 2016

****




Haicai ou Haiku é uma forma poética de origem japonesa (Séc. XII), que valoriza a concisão e a objetividade. Sem título, são escritos em três versos de cinco, sete e cinco sons poéticos (é bom entender que sílabas ou sons poéticos são contados apenas até a última tônica). Os japoneses os escrevem em uma só linha vertical. Além da Métrica 5/7/5 há a exigência do Kigo ou alusão à Estação do ano. Acima, além do próprio “Verão”, menciona-se o “calor”, característico... O tema do Haicai é sempre a natureza. São desenhos de uma cena em poucas palavras. A professora Benedita de Azevedo com seu Projeto “Haicai na Escola” é, sem dúvida, a grande exercitadora e motivadora dessa prática poética, atualmente, no Brasil.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Que lástima!


Rondel ou Rondó uma variação do francês “Rondeau” (plural = rondeaux). 3 ESTROFES duas Quadras e uma Quintilha: esquema rímico ABAB/BAAB/ABABA. Metro livre! Quanto às suas origens, remontam ao período medieval. O Rondel possui uma clara semelhança com a “bailada” galego-portuguesa e com a balada provençal, ambas medievais.

No dia 4 de janeiro de 1988 morreu o grande Cartunista brasileiro Henfil... Contraiu o vírus H.I.V. em transfusão de sangue, pois o poeta do “cartoon” era hemofílico... Uma pena!

domingo, 3 de janeiro de 2016

A Hora do Brasil...




Repente em Redondilhas Maiores (septissílabo). 

Redondilha é o nome dado, a partir do Século XVI aos versos de cinco (menor) ou sete (maior) sílabas — a chamada medida velha. Muito utilizada no esquema rímico acima abbaaccddc pela excelente poeta chilena Violeta Parra, imortalizada em músicas interpretadas por Mercedes Sosa, cantora argentina. 

Foi a 3 de janeiro de 1938 que o Programa A Hora Do Brasil tornou-se de divulgação obrigatória em Cadeia Nacional (criado por Armando Campos, amigo de Getúlio Vargas, intentando ajuda-lo colocando suas ideias para a população escutar e, assim, serem a favor de seu governo e que em 1971 mudou para A Voz do Brasil). Hoje a audiência é tão irrisória que nem faz sentido ter o Programa veiculado. 

Saga!



A Trova já era composta na Idade Média como poema ou letra de música e refletia o panorama histórico da época: As Cruzadas, as lutas contra os Mouros, o Feudalismo... Predominava o estilo gótico. No Sul da França e Portugal floresceu o Movimento chamado de Trovadorismo e os poemas da época eram produzidos para serem cantados. Atualmente possui conceituação própria distinguindo-se da Quadra, do Cordel, da Trova Gauchesca, do Repente, bem como do poema musicado na Idade Média. É o poema de quatro versos heptassilábicos (redondilhas maiores) com rima e sentido completo.


Confraternização Universal




Soneto Decassílabo Heroico com encadeamento rímico (mescla de rimas internas e externas).

A origem do Soneto (cançãozinha) remonta ao Séc. XIII e teria como “pai” Jacopo Da Lentini que o escrevia com uma Oitava e dois Tercetos. Coube ao fiorentino Francesco Petrarca organizar a estrutura poética (4/4/3/3 Decassílabo) e difundi-la por toda a Europa... Camões o imortalizou na Língua Portuguesa, de modo que os lusófonos costumam classificar os versos Decassílabos Heroicos como “Camonianos”.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Cotas para que?



Mexendo Com COTAS...

Dia desses, fuçando a linha do tempo de um poeta, deparei-me com uma tal Lei do Boi...
Morro e não aprendo 1% da História desse nosso diferenciado país!
Tinha alguma informação na postagem do poeta, mas, incrédulo, fui conferir no site do Legislativo Federal...
E não é que o Presidente Costa e Silva, em três de julho de 1968 – auge do Regime Militar -  assinou o Decreto de número 5.465 concedendo COTAS para filhos de proprietários de terras ou não, filhos de criadores de gado ingressarem em Faculdades Federais de Agrimensura, Agropecuária, Veterinária...
As cotas poderiam chegar a 80% somando quem morava em cidades que tinham Faculdades Federais e quem morava distante!
Mas não me dei por satisfeito e busquei mais informações com amigos que estudaram na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) nesse período entre 1968 (ano do Decreto) e 1985, ano da Revogação do mesmo...
Todos me disseram que com essa “Lei do Boi” os filhos de fazendeiros ricos poderiam estudar nessas Faculdades públicas e fazer o Curso que bem quisessem. Faziam uma prova de admissão “para inglês ver” e garantiam suas vagas tranquilamente!
Daí eu penso: “– Mas essa gente que prega a meritocracia (sucesso por merecimento) não é a mesma que pede a volta dos militares”?
Ora! Foi, exatamente, durante o Regime Militar que essa Lei do Boi durou!
A Lei que a revoga é a 7.423 de 17 de dezembro de 1985. Ou seja, acabou o Regime Militar, acabou a mamata!
Advinha quem é contra as cotas para negros?
O Bolsonaro outro dia disse que não é racista, apesar de ter dito ao vivo no CQC que filho dele era bem criado e não iria namorar uma negra, e é um dos que combatem veementemente as cotas para negros (Aliás, foi condenado, recentemente, a pagar 150 mil reais por crime de Racismo – se não tivesse imunidade parlamentar estaria preso)! Ele, agora, até menciona o sucesso de Barack Obama, Joaquim Barboza...
Num país de mais de 200 milhões de habitantes você se pautar em um só caso de sucesso (embora eu tenha que admitir que há pelo menos mais dois ou três) para justificar a falta de necessidade de cotas é realmente um pensamento maravilhoso para quem deseja ser presidente de um país que entre negros e mestiços tem no mínimo 80% da população (Viu? Estou sendo bonzinho e deixei por 80% da população, coisa de 160 milhões de brasileiros, só!)!

As COTAS da Lei do Boi eram para brancos. Filhos de ricos ou, no mínimo, proprietários de terras que possuíam mão de obra para “toca-las” sem a ajuda dos filhos porque pequenos proprietários não poderiam se dar o luxo de abrir mão da presença dos filhos na lida diária... Era cota para ricos!

Ronaldo Rhusso