quarta-feira, 4 de maio de 2016

DIÉRESE ( MARGARETH THATCHER )


Aqui introduzo alguns conceitos bastante importantes no tocante a particularidades de divisão silábica.

Começamos com a DIÉRESE que separa vogais unidas, por ditongação, em uma sílaba, formando um hiato.

Ex: 1 - O saudoso ressente. No texto acima, em Redondilhas Maiores (sete sons poéticos) a Escansão ficou assim: “O/ sa/u/do/so/ res/sen/te”. Ou seja, o ditongo “sau” foi escandido como hiato.

Ex: 2 – Onde não possui voz. “on/de/não/pos/su/i/voz. Dessa vez foi o ditongo “sui” que recebeu escansão de hiato.

Margaret Thatcher é eleita Primeira-Ministra da Grã-Bretanha em 4 de maio de 1979, com a vitória do Partido Conservador. Foi a primeira mulher a ocupar o cargo. Thatcher opôs-se aos programas socialistas do Partido Trabalhista e esforçou-se em diminuir o papel do governo na economia do país.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Dicionário...



Ainda falando de Elisão em Alexandrinos deixo as dicas:

- Jamais termina-se o 1º HEMISTÍQUIO, que é o espaço compreendido da 1ª até a 6ª sílaba poética (entendida como ponto de CESURA - logo após a cesura dá-se início ao 2ª hemistíquio) utilizando-se de palavra proparoxítona.

- Ao término do 1º HEMISTÍQUIO, com palavra paroxítona terminada em vogal, é necessário que a próxima palavra comece com uma vogal átona ou consoante muda (h) para haver a elisão.

No Quarteto acima em versos Alexandrinos podemos ver as rimas internas nas sextas sílabas ou finais de cada primeiro hemistíquio:

Vai procurar no Aurélio ///// E não demora, amigo
O que se quer dizer ///// “ela é ferro e fogo”
Vai procurar saber ///// esse é meu forte rogo
Por que o Sol é Hélio ///// e tem “u” no umbigo.

Eu usei esse expediente de rimas internas, também, no poema do dia 1º.

Com isso encerro meu arrazoar básico acerca de versos Alexandrinos lembrando que não precisa, necessariamente, ter esse tipo de rima interna, mas fi-lo para tornar mais perceptível para quem está relembrando ou aprendendo essa metrificação.

Nasceu em 3 de maio de 1910 o lexicógrafo, professor, ensaísta e crítico literário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Esse mesmo, o cara do dicionário! Alagoano cabeção de verdade! Aos 14 anos já dava aulas de português! Miseravão...


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Nossa trilha...

LEONARDO DA VINCI (ELISÃO)



Aqui, um Quarteto (preciso frisar que nem sempre um texto de quatro versos pode ser chamado de Quarteto. Se tiver até seis sílabas é uma Quadra. A partir de oito sílabas é que é um Quarteto. Sete sílabas é o formato de uma Trova Clássica, portanto nem é Quadra nem Quarteto) tecido em versos Alexandrinos (para relembrar, um Alexandrino é composto de doze sílabas poéticas, contudo é dividido em dois hemistíquios de seis tônicas. Esses hemistíquios precisam ter sentido completo).

Vejamos:

E Leonardo deu vinte, oh, deu tantas ideias.
Primeiro hemistíquio: “E Leonardo deu vinte”; Segundo Hemistíquio: “Oh, deu tantas ideias”.

É aqui que entra a famigerada Elisão (supressão de letras numa palavra ou de uma expressão).
E/ Leo/nar/do/ deu/ vin/te,- oh,/ deu/ tan/tas/ i/dei/as.

Enquanto as barrinhas separam as sílabas poéticas, o tracinho (hífen) faz a Elisão, ou seja, mostra a junção das duas sílabas em uma só. Basicamente, você faz a Elisão obedecendo a separação silábica feita oralmente. O dilema é que algumas elisões podem variar conforme a região. Por exemplo: Em Portugal normal não rima com mau, pois o “l” de normal quase não é pronunciado como o fazemos no Brasil. Então até poderíamos dizer que ambas as palavras rimam apenas por assonância, isto é, por semelhança fonética. Dessa forma o próprio substantivo Portugal, lá, não rima com mau, qual rimamos no Brasil. O português pronuncia o “l” dando uma pausa na língua colando-a ao palato, enquanto ao pronunciar “mau” nem há o uso da língua para auxiliar na pronúncia.

Obviamente essa uma informação que foge do tema Elisão, mas da uma ideia de diferenças no regionalismo.

Então: “que/ nos/ di/as/ de/ ho/je- ain/da/ tem/ uns/ pro/je/tos”

Repare que “ainda” está sendo Escandida (Escansão é a forma de separar ou contar sílabas poéticas) da seguinte forma: “ain/da”, mas haverá quem faça a Escansão assim: “a/in/da”.

Qual o certo? Não há certo! Depende da região do poeta. O leitor precisará levar isso em conta. Portanto não dá para analisar um poema envolto em métrica sem levar esses detalhes em consideração.

Viche! Tenho que mencionar que Leonardo Da Vinci, engenheiro e artista renascentista italiano, morreu aos 67 anos, no dia 2 de maio de 1519. O autor de obras famosas, como Última Ceia, Virgem dos Rochedos e Mona Lisa , deixou centenas de ideias e estudos científicos escondidos em cadernos de anotações.


domingo, 1 de maio de 2016

Guerra dos mundos (a fusão)...

Dia do Trabalho...



Neste “Soneto em versos Alexandrinos” usei um artifício do qual gosto muito: Três poemas de uma só vez! Dá um pouco de trabalho, mas hoje, 1º de maio, é Dia do Trabalho, não é?

Então, se você lê o texto todo é um Soneto Alexandrino. Se você lê apenas até o fim do primeiro hemistíquio (sexta sílaba poética ou tônica), então será um Hexassílabo com formato de Soneto (só o formato, pois Soneto mesmo, classicamente falando, tem que ser Decassílabo) e, finalmente, se você lê apenas o segundo hemistíquio (da sétima sílaba tônica em diante) terá outro Hexassílabo!

Exemplo 1: (“Não poderei ser teu. Não é a hora amor!”[Alexandrino] Ou “Não poderei ser teu” ou “Não é a hora amor!” [hexassílabos])

Exemplo 2: (“Poesia em retalho, a ela, enfim, movimento” [Alexandrino] ou “Poesia em retalho” ou “a ela, enfim, movimento” [hexassílabos]).

Procurei tecer um texto bastante simples para que seja de mais fácil compreensão, mas, doravante, vou falar um pouco mais de Elisão, Hemistíquios etc. Até amanhã!




sábado, 30 de abril de 2016

GRADAÇÃO ( CAYMMI )



Versos hendecassílabos (onze sons poéticos) com tônicas fixas nas 5as e 11as. Ritmo muito apropriado para canções.

A Figura de Estilo ou de Retórica utilizada é a GRADAÇÃO; relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax). Ex: Cantava, encantava, fazia sambar...

A 30 de abril de 1914 nasce Dorival Caymmi, cantor, compositor e pintor baiano.
Aqui encerro o breve estudo das Figuras de Estilo ou de Linguagem ou, ainda, de Retórica (em Portugal).

O intuito foi fornecer ao leitor alguma compreensão de algumas das ferramentas utilizadas pelos poetas de alma que se dedicam a interagir com aqueles que os leem de maneira a falar-lhes direta, subentendida ou subliminarmente ao coração, sem, contudo, deixar-lhes trilhas do caminho percorrido durante a composição.

Obviamente há quem escreva sem pensar nesses detalhes e, ainda assim, o fazem com beleza, graça e maestria...

Veremos o que maio nos reserva...


sexta-feira, 29 de abril de 2016

FRIO GOSTOSO....

EPIZEUXE ( JOANA D'ARC )




Balada em variações de versos bárbaros (treze sílabas nesse texto) e Redondilhas Maiores em homenagem à Joana D’arc, jovem francesa idealista que convenceu ao rei Carlos de que D’us a enviara para libertar a França do jugo da Inglaterra...

Morreu queimada aos 19 anos de idade e, só para constar, nada tem a ver com a data de hoje.


A Figura de Estilo ou de Retórica utilizada no texto acima é a EPIZEUXE, na qual a mesma palavra é repetida duas ou mais vezes seguidas sem outra de permeio.