Não
sou pedreiro ou similar, mas também não sou cego. Construir na areia, e ainda à
beira mar, é tombo certo!
Pode ser uma pequena
construção. Contudo, à medida que se acumula mais peso sobre essa pequena
construção (e isso acontece com o tempo, pois, se no início é apenas aceitável,
com o passar do tempo, aqueles que se esforçam por tal construção vão impondo
mais peso a ela, embora o alicerce continue o mesmo: fraco e desprovido de
utilidade respeitável!) mais passível de queda ela se torna! O que colocarem em
cima vai cair, também.
Por que cargas d’água eu
iria querer morar ou me estabelecer sobre uma construção dessas? Fadar-me a
ruína para que?
O tempo trás, também, a
necessidade de melhorar o alicerce, mas com o peso que já há em cima, o jeito é
emendar dos lados, fortalecer ao redor, colocar escoras...
Pronto! Agora o que havia obtido a condição de aceitável vai se tornando tão alto que a sombra causa
cegueira ou obscurece a tal ponto que aquela construção passa a ser imponente
aos olhos ludibriados; passa a ser tão essencial que ganha suportes
obrigatórios!
É preciso, para chegar a
tanto, criarem manuais que, sob o pretexto de proteger as redondezas da maldita
construção, ensinem que pau não é mais pau e pedra não é mais pedra! Mesmo que
ao toque o pau não demonstre ser pedra (e não importa que seja sob o protesto
daqueles que não conseguem entender porque pau tem que ser pedra)...
A partir daí fica fácil
porque tudo é uma questão de coragem! Quem deseja impor o erro do alicerce mal
fundamentado morre por isso. Morre sem medo de defender sua má obra! Torna-se
uma questão de vida ou morte mostrar que não é o alicerce que é ruim, mas a
ótica de quem o vê é que está equivocada!
Por outro lado há a
covardia daqueles que não são cegos. Apenas" não querem problemas"!
“Não sou contra nem a favor!” “Cada um faz o que acredita ser certo!” “Tenho
outras coisas mais importantes do que esse assunto!” "Cada um responderá
por si"...
E o pau vai petrificando...
Para cada ato de coragem um ato de covardia é necessário!
"Não podemos com
eles!" "Adianta o que brigar por construções mais sólidas se
essas são mais caras em sua manutenção e trazem muitos problemas"?
É o suficiente para os
“cruzados” do alicerce ruim.
Ai daqueles que se atrevem
a continuar enxergando! Ai dos que se mantém firmes na convicção de que pau não
é pedra! "Antiquados", "ridículos", "atravancadores do
direito alheio!" "Saiam de nosso meio!" "Abandonem o
planeta!"...
Está certo! Vamos abandonar
sim. Aguardamos o trem. Se Ele demorar descansaremos sob o pó da desolação, mas
conscientes de que fomos beija flores cuidadosos com a Mata...
Ronaldo Rhusso