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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Dia desses...



O galope à beira-mar foi criado pelo repentista cearense José Pretinho.

Conta-se que ele, após perder um duelo em martelo agalopado, foi retirar-se à beira-mar, e ali, vendo e ouvindo o marulho, imaginou o som de um galope.
Então compôs os versos de onze sílabas (hendecassílabos), com a mesma estrutura de décima (estrofe de dez versos). Manteve o esquema rímico ABBAACCDDC usual no martelo agalopado e acabou inspirando os cantadores apaixonados pelo mar.

Diz a lenda que foi num dia 27 de maio. Já o ano...

Ah! Só para enfatizar: as Tônicas encontram-se nas 2as, 5as, 8as e 11as sílabas poéticas, perfazendo um Iambo e três anapestos. Estudamos essas nomenclaturas do ritmo (pés básicos e compostos) há meses atrás. Outro detalhe é que a última palavra da Estrofe tem que ser sempre “mar”.


quinta-feira, 21 de abril de 2016

PELOS (de ratos) - Oséas Rodrigo Rego Ferreira

Pelos povos brasileiros
De Norte a Sul, Leste e Oeste
Pelos heróis do Nordeste
Por proletários guerreiros
Pelo suor dos roceiros
Pelo pão de cada dia
Pela carta de alforria
Festejada na senzala
E um Brasil que não se cala:
Meu NãO para a hipocrisia!

Pelos que foram findados
Nos porões da ditadura
Aos que sofreram tortura
E aos que foram exilados
Por cada corpo chorado
Por toda mãe que sofria
E todo pai que não dormia
Chorando a perda de um filho
Por um país com mais brilho:
Meu NãO pra demagogia!

Pelos mártires de Eldorado
Pelos milhões de Allendes
Por Betinho, Chico Mendes
E Marighella assassinado...
Por um povo maltratado
Padecendo de agonia
Que se enche de alegria
Vendo a água no sertão
Por nossa transposição:
Meu NãO pra essa tirania!

Pelos que venceram a fome
Pela expansão do REUNI
Pelas bolsas do PROUNI
Pelo FIES, pra que some
Fazendo o pobre ter nome
Que só rico possuía
Medicina, Engenharia
Odonto, Fisio e Direito
Por um Brasil com respeito:
Meu NãO à peniafobia!

Por Deus e por Oxalá
Por Cristo e por Maomé
Pela Umbanda e Candomblé
Por Buda e pela Torá
Por Lutero e o Orixá
Por Kardec e por Maria
Pela fé que profecia
Por ateus e outros mais
Por sermos todos iguais:
Meu NãO pra xenofobia!

Pelos pelos desses ratos
Eu sinto imensa vergonha
E pelos sonhos de quem sonha
Pra sempre seremos gratos!
Pelos brasis de retratos
De gente que pensa e cria
No teatro, na poesia
Na música, esporte e na dança
Por um país de esperança:
Meu NãO pra essa oligarquia!

Pelos povos das favelas
Pelo nosso agricultor
A honra do professor
Mais comida nas panelas
Negros, índios: Raças belas
Direitos da minoria
O sonho da moradia
Por nossas grandes conquistas
Por um país sem golpistas:
MEU SIM À DEMOCRACIA!"


Oséas Rodrigo Rego Ferreira - Pau dos Ferros/RN

domingo, 9 de outubro de 2011

Outro de amor...






Realidade...

Sei que anjos veem distante,
Mas cadê que eles se enxergam?
E quando suas asas vergam
Pode haver ser mais massante?
Não suporta um rasante...
Já não pode proteger
A si mesmo ou outro ser,
Pois com fim já decretado
Vai definhando calado;
Vai morrendo sem morrer.


Anjo velho e imprestável
É enfado ao Universo!
Antissocial, disperso
Do real. Que lamentável!
O passado, memorável,
Fica até envergonhado!
Fica desmoralizado
Pelo atuar escasso
Coroado de fracasso
Digno de ser lamentado...


Sobe frágil a montanha
E o olhar fica perdido
Fixo em algo já vivido:
Em uma antiga façanha
Que foi grande, foi tamanha
A ponto de ser lembrada,
Mas que já não vale nada
Porque sabe em seu eu
Que passado é pra museu
E pra alma amargurada...


Homem Raio envelhece
E se torna olvidado.
Sabe que ser rejeitado
É algo que lhe acontece
Porque de fato merece.
Sabe que não tem futuro
E que mesmo sendo duro
Escutar o coração
A dizer-lhe um outro não
É melhor que um sim escuro...


Resta-lhe olhar pra frente
Porque ele ainda tem brio
E encara a sangue frio
Sua condição recente,
Pois se é anjo é decente
Mesmo velho e dispensável.
Anjo é sempre um ser amável
E consegue até sorrir
Do inútil existir;
Tem um humor invejável!


Quando declarou amor
Uma ou outra vez na vida
Foi um sentir sem medida
Cheio do mais puro ardor
Do tipo que dói sem dor!
Para toda uma existência
Amar e com excelência
Duas vezes é tão raro
Que para encerrar declaro:
É uma linda experiência!



Ronaldo Rhusso