quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sou, também, assim...

Amo o frio como quem ama
algo bom e atraente.
Amo mais que o vigilante
ama e anseia a alvorada!

Amo mais que o marinheiro
ama o porto que o fará
ver mais do que água e céu!

Amo o frio e sou assim
desejoso do calor
que eu consigo controlar.

Amo o frio sentido forte
nessa derme que envelhece,
só não amo o frio que sinto
nesses corações tão duros...


Ronaldo Rhusso



Consegui?


Brincar com Poesia é divertido
E dá leveza a alma enclausurada
Em meio a dissabor tanto sentido
Em vida cinza, em lida que é pesada!

Você que lê um verso comedido,
No qual o bardo emite a voz alçada
Só pra dizer que o mundo está perdido,
Dá crédito ou não liga para nada?

Entenda, a Poesia é instrumento
Que uso por amor a quem me lê,
Mas sobrenatural ainda não vê!

De amor e dor eu falo e no momento
Espero que ao ler meu divertimento
Eu tenha dito muito pra você.

Ronaldo Rhusso


Ta bom?




Se eu disser que eu me dou é de verdade,
Mas quem vai entender esse se dar?
Se eu disser que ainda voo é de verdade,
Mas quem vai entender esse voar?

Eu chorei outra vez e foi estranho!
Não senti a vergonha tão normal...

Se eu disser que me vou é de verdade,
Mas talvez eu retorne e te ensine
A se dar, a voar, mas ir feliz.

Ronaldo Rhusso


terça-feira, 1 de maio de 2012

Mas e daí?




Por que você me quer? Eu me pergunto...
Sou só um nada já despreocupado
Com a luxúria besta... Eu sou quadrado!
Nem vê que sempre verso o mesmo assunto...

O bom ta bem ali e eu chego junto?
Que nada! Gosto mesmo é do passado.
Ele me faz lembrar que, resguardado,
Não volto a sofrer dores em conjunto.

Eu gosto de escrever por ser de graça
E a graça é constatar que tem quem leia
E me descubra preso em própria teia.

Já tive boa fama pela praça,
Porque meu beijo é doce e ultrapassa
O trivial que nem sequer tonteia...

Ronaldo Rhusso

Fool!



O reverso do meu verso é uma coisa angustiante.
Se ele tem o pé quebrado e manqueja a mim puxou,
Pois manqueja a minha mente nessa gana de ser livre.

Não me importam turbilhões, julgamentos ou o que valha.
A palavra que eu escrevo não faz curva, eu sou real
E mesmo as digitais que me fazem ser diverso,
São transversos do que tenho sido nessa vida tosca!

Essa fila nunca anda e eu me sinto um idiota!
Quem pediu – eu não pedi – essa coisa de paixão?

Sou um rato pequenino num laboratório sujo
E nem gosto desse queijo que me trazem por ração.

Sei amar com força e tato;
Sei fazer bem diferente...
Sei que sou um Universo, mas não sigo em paralelo.

O que esperas desse “eu” que te diz “look out, baby”?

Quando eu me vi em catena, té gostei da sensação,
Mas ao descobrir o engano dei risada de mim mesmo
Por acreditar que a vida da uma trégua quando em vez...

Ronaldo Rhusso

Sono...



Esperei-o enquanto tentava fazer o impossível...
O pior é quando ele vem logo e eu teimo em tentar.
Vou ficando em frangalhos; a mente só quer desligar...
Frustração e jiló têm muito em comum...

Vou deixar que ele vença e tentar amanhã,
Mas eu sei que o amargo virá outra vez....
Pois que venha! Eu, também sou teimoso aos metros!
Por agora vou me desligar e falar com Morfeu...

Ronaldo Rhusso

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Conflito Cósmico




Visto o Sol
 mais que depressa,
 pois eu quero fazer Lua
 nessa Orbe intrigante
 que vagueia por Estrelas
 e orbita em meu Espaço,
 linda, mais que o Infinito!

Ela é Terra desejada
que parece habitada,
no entanto a sua Rota
não quer colidir com a minha...

Tenso vejo um Cometinha
despejando uns meteoros
lhe ferindo a superfície
e eu não quero, mas entendo:
tem Planeta que prefere
desfazer-se em Crateras
do que receber a graça
de um Rei que é só cuidados...

Ronaldo Rhusso



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Rendam-se!

Não sei o que fazer quando eu me vejo
Azul e o azul no olhar só diz: dormi!
Não sei qual o segredo, mas senti
Que quem encanta o faz fruindo o ensejo.

Agora eu me perdi porque desejo
Dizer como eu me sinto e consegui
Tornar-me mais confuso e estou aqui
Sorrindo e é tempestade que prevejo...

Tirei minhas sandálias, pois que arde
A árvore da vida, da existência...
E vi a terra santa e toda a essência.

Por que colher os frutos se é tão tarde?
O mundo não percebe que o alarde
Diz claramente: “Ei-Lo!” Reverência!

Ronaldo Rhusso



Outono




Tornei planícies montes altos
que não pude suportar perante mim.
Achei melhor não transportá-los para o mar
que é a multidão esbaforida em meio ao mundo...

Tornei-me ponte para unir o infinito
e percebi que o mal vem junto, pois
há corações pesados e cansados, mas que teimam
em portar o que é ruim...

Tornei a rir de tantos erros do passado
e não passei de um louco vivo,
transbordante de euforia...


Tornei a ver no entorno do meu ser
que a vida é boa, dura e fria,
mas se dou-me a sorrir
o calor vem forte
e aquece até
o mal...

Ronaldo Rhusso


Sendas...




Escorri para o profundo do intelecto
e não vi motivos para arrepender-me
de ir pouco lá...

Para que entender o que eu não posso tocar?

Sinto a brisa leve a lamber minha tez
e não entendo como posso ser tocado
e sentir o refrigério que me apraz...


Sinto a mão de Deus que afaga a alma e,
sem, contudo, entendê-Lo, não me espanta
que Ele entenda o que há em mim.


Quando vejo um vislumbre desse Ser
sinto-me banhado por um balde de estrelas
derramado sobre mim e, ainda assim,
é tão diverso!


Gotas salinadas me escorrem pela face
e eu me sinto em unidade com o mar...

Daqui percebo as canoas indo e vindo
com conteúdo que interessam aos que
aguardam nos portos quase seguros...


Adeus é coisa de somenos...

Ah! Deus é bom e não entendemos a bondade...

Que desfaçam os nós que nós tecemos,
pois as luzes que trocamos iluminam
explosivas e alegres o Universo...

Ronaldo Rhusso