segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Natal, não é?





E tu, papai noel, cheiraste o que?
Os jovens, de manhã, chuparam lata
e sabem que essa  merda sempre mata,
mas, escravos, eis, são! E alguém os vê?

Zumbis que aguardam morte sem por quê...
Mas deixa que é natal, festa da nata
que conta lucros seja em ouro ou prata
e tem quem nessa bosta ainda crê...

É revoltante ver gente morrendo
e tantos consumindo sem igual,
qual quer a nova ordem mundial!

E o mal, terrível, mais e mais crescendo
enquanto esse meu crítico vai lendo
e passa a crer que eu sou um anormal...

Ronaldo Rhusso

Arcaico ardor, amor e dor...


Não vi o amor que dizem-me ter feito...
Não vi a dor sentida por ti, musa!
Nem sei por que razão o olhar me acusa!
Jamais reivindiquei-me ser perfeito...

A ênclise apossa-se e o desfeito
nem é por não temer-te, alma confusa!
E sim por entender que a vida abusa
de quem se esmorece e é imperfeito.

Tu queres me roer além da conta?
Não vês que a dureza é a metade
que mais tem força em mim? Sim é verdade!

Metade frágil é em mim a ponta
dessa delicadeza que desponta
e logo morre... Oh vida em brevidade!

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Gracias, Jesús!




Componho uma outra Ode ao Soberano
porque me descomplica a vida, a saga,
e toda a desventura em mim apaga
arando a minha terra com Seu plano.

Eu sei que há algo bom no desengano,
pois vejo que sorrir demais estraga
o percorrer da luz da Mão que afaga,
embora alguns me vejam qual insano...

Senhor, Tu que pendeste num madeiro,
não deixes que me estribe no meu “eu”
e seja como um velho epicureu.

Todo o filosofar é passageiro
e Tu que a nós Te deste por inteiro
estendes Tua mão mesmo ao ateu...

Ronaldo Rhusso


E muito!


De vez em quando eu vejo aquela cena
que nem vivemos de tão ocupados
em enviar, em versos, vãos recados
e sinto nada menos do que pena...

Poeta é bicho besta, pois encena
a solidão e o medo de viver
por não ter o melhor para fazer
e tece história escura qual ravena.

A experiência nunca nos diploma
e o ardor que já sentimos se corrói
porque sem alimento a sí destrói.

Dificilmente o amor da gente soma
e em profusão ressente; entra em coma,
pois a felicidade também dói...

Ronaldo Rhusso

Como sempre acontece...


...drago as margens de mim
que, rio caudaloso, faz fértil
o chão; faz vida enrustida
abrir-se em dilema indócil,
infame, infante, incapaz...

Vem também saciar, talvez revelar a vontade suprema!
Vem no vau vadiar, vigiar a corrente e ser alma serena!

Trago essas marcas do Cristo
do Substituto de mim e do mundo!


Quase tropeço na curva escondida, eita lida difícil!
Sigo meu rumo e o prumo inexiste errar é meu vício...

Vagas desgarram de mim, Aleluia!
Vejam que as ondas já beijam o vento...


Entro nessa ascendência
e o mar já me espera,
precisa de mim, o coitado!
Vou misturar os anseios
e vou completá-lo sou
rio que se dá, que se entrega e não nega...

Ronaldo Rhusso

sábado, 8 de dezembro de 2012

Obstinada...



Percebo a porta aberta e alerta eu canto:
" - O pranto, enfim, é nada e o tudo é vida"!
Despida a alma é forte e à luz convida
pra lida que exaspera e déle o encanto.

Sou tanto amor ou dor em meu recanto
porquanto o dia é claro e meigo envida
guarida que é justa, é sim, devida;
querida à mim, à ela e ao desencanto...

Decanto os pés dos versos, sou poeta...
Eis, veta a minha dor presença linda
que finda a vil pergunta, é fato, a blinda!

Ainda é de manhã n'alma inquieta
e a seta que traspassa a flor quieta
coleta o mel que adoça a vã berlinda...

Ronaldo Rhusso

Seca ou tempestade?



Intrépido e altivo o sol decorre
tornando o que era tépido em fornalha;
tornando a esperança que não morre
em mais um desespero, outra batalha.

E a água quando vem? Quando ela escorre?
Pergunta alguém, porque muito atrapalha
esse calor insano que ora ocorre
e faz sentir no corpo o alarme: falha!

Talvez o céu desabe e inunde tudo!
Talvez a natureza, então, então se vingue
e torne essa secura em podre mar.

Talvez quem perguntou se veja mudo
e sua fé no nada logo mingue
ou cesse, o vão e tolo reclamar...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Uma só carne...



Evoco a rosa rubra, a rosa aberta
ao meu tocar com zelo, com cuidado;
e cada poro, aos poucos, encharcado
soltando olor, perfuma em hora certa!

Em uma carne só o Livro alerta:
O amor é puro e não está manchado
do tinto mal que tem apostatado
a prole que urgia estar alerta!

Os dois em um é quadro tão bonito!
Dois pares de olhos rindo, fulgurantes,
abrindo e se fechando... Alucinantes...

O som no ar alcança o infinito,
pois dois em um se fundem num só grito
voltando a serem dois os dois amantes...

Ronaldo Rhusso


 



Evitai as raposinhas...

Por que pintas a face que era linda?
Por que sujas a Obra do teu D’us?
Por que o mundo é mais forte e a mente blinda?
Tu não crês no Perfeito, quais ateus?

Já não vês que te pões na vil berlinda
renegando o Senhor, cuidados Seus,
testemunho e o dom da Graça infinda
misturando-se, assim, aos Amorreus?

Não desejas reinar Lá por Mil Anos
comprovando que D’us é fato, é justo
e que o Mal quer tragar-te a qualquer custo?

Raposinhas, retoques são enganos
que da Vinha deseja delir planos...
Reviver pós Milênio trará susto!

Ronaldo Rhusso


"Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor."
(Cantares 2 : 15)

As raposinhas bonitinhas (nada a ver e etc.) sempre foram motivos de desgraça para a Vinha (Israel).