terça-feira, 17 de abril de 2012

Zonzo


Gira o mundo em grandes voltas
e eu percebo que estou tonto.
As estrelas são escoltas

e em meus sonhos nelas monto.
Dispo o manto das revoltas
pr'outro engano quase pronto...

Se eu disser que me assustei

foi porque eu acreditei...


Ronaldo Rhusso

Mote da Denise Severgnini







Primavera ao Vento


 Soneto MMCCCXLII

Vislumbro o céu e o Sol em timidez
Corta em cinzel o azul... Raio finito!
As nuvens são assaz muros malditos
Manchas viscosas seivas quase pez...

Mas estas são de ação que tolhe a tez.
Impede-a expor-se à cor de tom bonito.
Pele morena e amena... Eclode um grito:
“Quero sentir luzir quente outra vez”!

Assim minh’alma em trauma se ressente
Se estás ausente e a mente que te pensa
Logo escurece e a prece eu alço tensa:

Oh! D’us eu peço acesso a ela, urgente,
(Que tem a paz que apraz-me, pobre ente!)
Da Primavera ao Vento, a luz intensa!

Ronaldo Rhusso


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Amor e Ardor..




O orvalho, enfim, chegou e a emoção
Abriu a porta que eu deixei trancada
Em outro Outono e vi que era chegada
A hora de dizer “tchau” pra razão...

Amor e ardor sem cor é provação
E eu nunca trilharei por essa estrada,
Embora eu saiba que também enfada
Andar na contramão da tentação.

Ardor em mim tem muito e mais um tanto
Além do verossímil contumaz
E às vezes reconheço: esvai-me a paz...

Agora eu olho o céu e não me espanto.
Outrora em mim havia o desencanto
E hoje eu tenho o Amor que satisfaz!

Ronaldo Rhusso


domingo, 15 de abril de 2012

Sempre!

Qual Salomão, me ponho a te alegrar
com poesia em versos tão reais
quanto do Sol os raios, sem iguais,
vêm derramar em nós luz que é sem par!

Então desdigo muito por lembrar
que teus sorrisos, sempre surreais,
doam pro Sol o brilho que é demais
e a mim, sem fim, consegue iluminar!

Querida, tu não sabes como é bom
sentir que estás por perto nessa hora
em que a dor, teimosa, se demora!

De fato tudo ganha um outro tom
porque tu vens e cobre o céu marrom
com um dourado lindo e o mal vai embora!

Ronaldo Rhusso




Pra que?

Ando sem pressa de respirar...
Devagar é tão mais fácil Te sentir!
Ar que me entra em pulmões necessitados
desse amor que Tu tens e é sem medida...

Ando sem pressa de mastigar...
Tu, o Pão da Vida, vem-me à mente
e eu sei que preciso mais de Ti!

Ando sem pressa de responder...
Tua Palavra tem pra tudo a resposta!

Ando sem pressa para nada...

Ronaldo Rhusso 

Entendeu?

Amor por Ti eu sinto a cada dia!
Beber do Teu saber me faz feliz.
Talvez jamais eu veja quem me diz
“Acorda! Eis mito!” ouvir-Te co·alegria!

Sorrio ainda assim tentando a via
Que vai tirar a cada um do gris
Viver assaz ruim. Melhor que quis
Eu sei farás, pois És maior que eu cria!

O medo, vejo em cada ser humano
Sem forças pra se dar de vez a Ti.
Embora quem o fez feliz eu vi!

Senhor, opera, eu peço, e mata o engano!
Destrói sentir maligno e tão ufano.
Temer não deixa o Amor agir em si...

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 13 de abril de 2012

De boa...

Se eu pedir pra que me erres
far-me-ias tal favor?
Pois suplico que enterres
o que tu chamas de amor.


Ronaldo ~exausto~Rhusso

Trabalho escravo, não! Mas para aprender ganhar o pão...






No profundo d’alma aflita
Uma voz mui suplicante
Num esforço grande grita
Pela mão reconfortante.

Ela clama angustiada
Por socorro, por amparo;
Clama querer ser amada...
Esse sentir, hoje raro.

É a alma de criança
Que, sim, pode trabalhar,
Porém com a confiança
De que não vão explorar.

A criança pela rua
Ou brincando em frente a tela
Fica com a mente nua
E talento não revela.

Trabalhei foi desde os dez
E que bom me foi, garanto!
Tive bola nos meus pés
Prancha, skate e outro tanto.

Curti bem adolescência
E até repetiria,
Pois eu aprendi ciência
Em uma metalurgia.

Também aprendi pintar
Automóveis e o sete!
Nunca deixei de brincar!
Fui o clássico pivete!

Criança fui e estudei
Até mais que gostaria.
Nossa como eu brinquei!
Trabalhei parte do dia!

Sou contra o trabalho escravo
Seja de criança ou não.
Vejo fundo porque cavo
Sem qualquer pré-concepção!


Quando fui ser Marinheiro
Já conhecia o inglês
Aprendido por dinheiro
Guiando gringo burguês.

Em Ilhéus sou conhecido
Como um cara de sucesso,
Mas vi colega bandido
Pois o ócio deu-lhe o ingresso.

Cada um opina fino,
Mas eu sou grato ao trabalho
Que me abraçou menino
E eu, de fato, muito valho!


Passo esse ensinamento
Vindo do povo semita
Que controla o movimento
E as normas hoje dita!

Tem judeu pedindo esmola?
Ou já viu um vagabundo?
Essa raça fez escola
E hoje controla esse mundo!

Presidente da FIRJAN
Da FIESP e poderio.
Rotchild é vil. Afã?
Bildeberg lhe é por brio!

Crianças que trabalharam
Desde a mais tenra idade.
Uns ao mundo controlaram
(reconheço ser maldade).

Mas pregar que vídeo game
É melhor que laborar...
Não está aqui quem teime,
Mas prefiro duvidar!

Ronaldo Rhusso

Retrancado...

Oh! Tu que conduzes meu ser...
Por que sou tão fraco assim?
Por que luto tanto, ó Pai?  
Por que tanto mal há em mim?

O anjo que fui no passado
Está, porventura, enterrado?

Devolve-me as asas, suplico!
Preciso voar dentro em mim
Pra ver por quê tanto complico... 

Defende essa Causa eu Te peço!
Minh·alma está gris, me despeço...

Ronaldo Rhusso

segunda-feira, 9 de abril de 2012





De novo...

Seria outro dia
num certo lugar
pra gente se dar

sem seca, sem guia,
sem hipocrisia...
Não deu pra rolar...

Após desencontro

em sonho te encontro...

Ronaldo Rhusso

Mote da Rose Costa