domingo, 22 de abril de 2012


Hoje não mais...

Estorno o decorrer da Ode antiga...
De longe o leve voo da borboleta
É algo que me põe em transe, ainda!
Que coisa estranha e linda ao mesmo tempo!

Desmancho meus castelos lá nas nuvens
E é certo que o pra sempre se acabou...

Não durmo mais no claro e, é claro, eu temo
O que pode atingir o pensamento.

Eu vi quem me jurou haver sentido
Nas letras espalhadas pelo vento
E que formaram versos ansiosos...


Percebo que à deriva as naus se entregam
Ao sopro desse vento que é mordaz...

Vai ver, daqui de cima dessa pedra,
O mar já não parece mesmo o antigo...

Se o frio não me trouxesse o sal que arde
E gruda em minha pele nesse instante

Decerto eu voltaria pra Trindade...

Ronaldo Rhusso



Muito...




A minha noite vai, mas depois volta,
Embora eu abomine as suas cores...
Quem quereria um cinza por escolta
Ou mesmo um cor de rosa em meio a dores?

A minha noite é fria e, eis, que revolta
O ser que há em mim. Té murcham flores
Do meu jardim interno e ele me solta
Dessa catena, o olor dos dissabores...

Passei, talvez, por horas destemidas
Que não pouparam minha juventude
E me trouxeram sombras amiúde.

Mas tu és dia lindo e as mal dormidas
E frias noites vão ser percebidas
Apenas por quem não vir que em ti pude...

Ronaldo Rhusso


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Fique atento!




Outro Sábado santo e necessário...
Outra chance de ver que esse presente
É sinal do cuidado tão latente
Contra o mal do cansaço... Temerário.

Nesse mundo onde o amor é tão precário,
Eis no Sábado, qual colo de um Ente
O regaço que assinala, certamente,
Quem são os Seus e no mal remam contrário...

Um Profeta¹ afirmou lá no passado
Que alguém haveria de mudar
Lei e os Tempos no intento de enganar.

Pensa bem, mas reflita com cuidado
Pois o cerco já fecha e o meu recado:
“Oh! Não deixe o domingo² lhe marcar”!

Ronaldo Rhusso


¹“E proferirá palavras contra o Altíssimo,... e cuidará em mudar os tempos e a lei;” Daniel 7:25

² Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome”. Apocalipse 13:17.

Sinal = domingo
nome = anticristo
número = 666 = VICARIVS FIILIS DEI


Some os números romanos correspondentes ao título do representante da besta:

V = 5
I =   1
C = 100
A
R
I =  1
V = 5
S

F
I  = 1
I  = 1
L = 50
I  = 1
S

D = 500
E
I = 1
__________
=  666




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Um pouco mais...



É híbrido o sentir de poeta!
É forte essa fé que o move
E o demove do mal...

É forte a palavra correta!
É híbrido e tanto comove


É santa essa cena que eu vejo
E o ensejo para me curvar
É profundo e eu aceito!

É forte essa dor que suporto!
É Santo Esse Ser que socorre minh’alma...

É sim para a vida que eu digo!
É sim, eu me sinto cansado
E o enfado me segue...

Paciência...

Ronaldo Rhusso



I(n)diocracia...




I(n)diocracia...



Perdeu, playboy de penas na cabeça!
Um dia pra você... Qual o sentido?
É como ser sem ser (nunca ter sido),
E não querer que o mundo lhe esqueça...



Você é estranho, então, antes que cresça
O seu costume antigo (que eu olvido)
De preservar, cuidar, tão decidido,
Curte seu dia e, após, desapareça!



A gente usa tanga, dança e ri,
Mas verbo destruir nos dá tezão!
Usamos um tacape em cada mão!



O fato é que, de fato, aqui e ali
Nossas fogueiras ardem e o que eu vi?
Você sumindo aos poucos da nação...



Ronaldo Rhusso



Não adianta...



Voltaste, eu vi! Que bom! Foi a saudade?
Por que te atrai meu ser te é questão,
Porque sou mesmo assim: meio razão,
Mas a loucura ocupa outra metade.

O que te deixa triste? A dor que invade
Ou não saber de onde ela vem, ou não?
Eu sei o que é ruim na vil paixão:
“A solidão que fica”. Isso é maldade...

Talvez amar sem ver seja doença
E tudo seja só mera quimera...
Talvez o Sol nem seja o Sol que era...

O certo é que qual seja a nossa crença
Não vai mudar, fazer a diferença;
O amor vem quieto e, rápido, ele impera!

Ronaldo Rhusso


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sem medo...




Não vi, mas cri e é fé e eu sei: tu tens.
Sorvi, gozei, gostei, achei demais!
Senti, doeu, chorei... Que mal! Não vens?
Parou, que bom! O medo é tão fugaz!

A noite sempre vem e aqui me tens
Num frágil dar de mim, talvez demais...
Cadê os anos bons se nem tu vens?
Amor não é assim assaz fugaz...

Quando é que tu vais saber te entregar
Sem ter pudor, sem que a dor possa vir?
Quando é que eu passarei a existir?

Quando é que tu vais te dar sem cobrar
Algo de mim que eu nem posso te dar?
Vem ser feliz, vem ter paz, vem dormir...

Ronaldo Rhusso


terça-feira, 17 de abril de 2012

Um só de amor...


I

Os olhos lá do Sul percebo aqui.
Contemplam cada Eu exposto ao vento
E eclodem nesse azul, qual nunca vi,
Do Dom que D’us me deu: real fomento...

No Norte ou no Sul mui penso em ti
Completando meu eu, me dando alento,
Ornando em tom azul e nem bem cri:
Coragem ‘té me deu nesse momento...

Juntei o Sul com o eu e o azul que deu.
Alento tive em ti, o par de olhos,
Que é vento que nem vi: lembrou-me Abrolhos...

No Norte pouco cri... é assim meu eu.
Fomento que esperei, aconteceu
Momento novo aqui: amar-te aos molhos.

II 

Os olhos lá do Sul
Contemplam cada eu
E eclodem nesse azul
Do Dom que D’us me deu.

No Norte ou no Sul,
Completando meu eu,
Ornando em tom azul...
Coragem ‘té me deu!

Juntei o Sul com o eu.
Alento tive em ti
Que é vento que nem vi!

No Norte pouco cri...
Fomento que esperei:
Momento novo aqui.


III

percebo aqui
exposto ao vento
qual nunca vi
real fomento...

mui penso em ti
me dando alento
e nem bem cri
nesse momento...

e o azul que deu
o par de olhos
lembrou-me Abrolhos...

é assim meu eu:
aconteceu
amar-te aos molhos!

 Ronaldo Rhusso



Zonzo


Gira o mundo em grandes voltas
e eu percebo que estou tonto.
As estrelas são escoltas

e em meus sonhos nelas monto.
Dispo o manto das revoltas
pr'outro engano quase pronto...

Se eu disser que me assustei

foi porque eu acreditei...


Ronaldo Rhusso

Mote da Denise Severgnini







Primavera ao Vento


 Soneto MMCCCXLII

Vislumbro o céu e o Sol em timidez
Corta em cinzel o azul... Raio finito!
As nuvens são assaz muros malditos
Manchas viscosas seivas quase pez...

Mas estas são de ação que tolhe a tez.
Impede-a expor-se à cor de tom bonito.
Pele morena e amena... Eclode um grito:
“Quero sentir luzir quente outra vez”!

Assim minh’alma em trauma se ressente
Se estás ausente e a mente que te pensa
Logo escurece e a prece eu alço tensa:

Oh! D’us eu peço acesso a ela, urgente,
(Que tem a paz que apraz-me, pobre ente!)
Da Primavera ao Vento, a luz intensa!

Ronaldo Rhusso