No trono do meu viver
Só reina um Ser que é mui digno,
Contudo eu nem sou condigno...
Sim, isso faz-me sofrer,
Mas sempre irei recorrer
Ao Seu bondoso socorro.
É triste, mas eu percorro
Por sendas e vales maus
E chego perto do caos!
Sem Ele é fato que morro.
Por que será que me ama
Alguém tão grande, tão terno,
Que faz Verão meu Inverno
E nada em troca reclama?
Nos meus deslizes me chama
E torna a mim novo, forro,
Pois eu “acordo” e recorro
Ao Seu perdão que não falha.
Não há qual Ele quem valha!
Sem Ele é fato que morro.
Não há amor forte assim
Capaz de se renovar
E que tem tanto p’ra dar
A quem busca ao próprio fim.
Não há qualquer bem em mim;
Do mal é que (ai!) decorro...
Pro Seu regaço eu escorro
Qual rio demais poluído
Que vai pro mar desvalido...
Sem Ele é fato que morro...
Ronaldo Rhusso
('Estamos de olhos nos bons para perdermos de vistas os maus'. Ronaldo Rhusso).
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Laudas
Porfia em torturar morna ventura
e apura o retrocesso algures posto.
O rosto, bela face, ó criatura
é pura imagem desse rei deposto...
Agosto escancarou a desventura
e a cura pr'esse sangue aguado, mosto...
Proposto suicídio, noite escura
e jura que o Torrão tomou por gosto.
Desgosto contemplar corpo caído
e tido como o mártir altaneiro.
Certeiro eu sei que foi disparo e raro!
Deparo com resquícios no anteparo.
E o caro persa sujo, camareiro?
Oh! Beiro essa mentira e eu hei sorvido...
Ronaldo Rhusso
e apura o retrocesso algures posto.
O rosto, bela face, ó criatura
é pura imagem desse rei deposto...
Agosto escancarou a desventura
e a cura pr'esse sangue aguado, mosto...
Proposto suicídio, noite escura
e jura que o Torrão tomou por gosto.
Desgosto contemplar corpo caído
e tido como o mártir altaneiro.
Certeiro eu sei que foi disparo e raro!
Deparo com resquícios no anteparo.
E o caro persa sujo, camareiro?
Oh! Beiro essa mentira e eu hei sorvido...
Ronaldo Rhusso
domingo, 10 de outubro de 2010

http://img231.imageshack.us/img231/5973/e2th.jpg
Movimentos de quadris
Mulheres são profundas e inexatas
Aos olhos dos que enxergam vagamente.
Protestam como frágeis e recatas,
Mas passam seu recado fielmente.
Defendem suas causas como natas
Ness’arte de imprimir razões na mente
De quem acha essas leis normais, sensatas,
Que tratam os dois sexos diferente.
O senso periférico é notado
E buscam o apoio desejado
Olhando de soslaio os passantes.
Conseguem ser notadas e o ansiado
Desejo de mudança, o quanto antes,
Nas cores que as vestem triunfantes!
Ronaldo Rhusso
Cinzas vivas...
Já deu pra ti por do sol e a vil demora!
Eu quero a aurora gentil e que não mente;
eu quero a hora febril, inconsequente,
quero somente o escol que não devora.
Já deu pra ti lua nova que, lá fora,
perscruta o quarto e invade o ser do ente
e renitente e, embora ao tempo tente,
se vê perdida e já sabe: vai embora!
Já deu pra ti sentimento que avassala
que diz, que cala no fundo em minha alma!
Já deu pra ti, já se foi de mim a calma!
Como se diz por aí "teu fim é vala"!
Mas sete metros não dão para enterrá-la...
És grande mala e ama-la é tenso trauma!
Ronaldo Rhusso
Dura demais!
Onde estás, ó verdade? Eu preciso saber.
Sai de mim, ó escuro! Hoje eu já te abomino.
Chega de só metade; é mister pro viver
que se quebre esse muro ou serei desatino!
Eis que em mim algo invade e nem é por querer,
pois de fato esconjuro esse mal e declino
o poder da vontade enrustida em beber
o teu âmago duro. Oh! Demais pr'um menino!
Mas não posso esconder o desejo latente.
Eu rejeito o destino, outro em quem nunca creio,
e me forço a descer lá pro fundo da fonte.
Já sem ar desafino e a verdade é torrente
a, letal, me envolver e na cara o permeio
é de tirar o tino. Ai, volta pro horizonte...
Ronaldo Rhusso
Onde estás, ó verdade? Eu preciso saber.
Sai de mim, ó escuro! Hoje eu já te abomino.
Chega de só metade; é mister pro viver
que se quebre esse muro ou serei desatino!
Eis que em mim algo invade e nem é por querer,
pois de fato esconjuro esse mal e declino
o poder da vontade enrustida em beber
o teu âmago duro. Oh! Demais pr'um menino!
Mas não posso esconder o desejo latente.
Eu rejeito o destino, outro em quem nunca creio,
e me forço a descer lá pro fundo da fonte.
Já sem ar desafino e a verdade é torrente
a, letal, me envolver e na cara o permeio
é de tirar o tino. Ai, volta pro horizonte...
Ronaldo Rhusso
sábado, 4 de setembro de 2010
CELULAR SAMSUNG. NÃO COMPRE!
ESSA EMPRESA NÃO RESPEITA OS CONSUMIDORES.
RONALDO RHUSSO
ESSA EMPRESA NÃO RESPEITA OS CONSUMIDORES.
RONALDO RHUSSO
domingo, 5 de abril de 2009
Graça
E envia a descarga, o luzir desse Céu...
E não resta labéu ou qualquer outra carga!
Há de dar à ilharga uma nova recarga
Onde a estrada mui larga, eis, será chão fiel!
Utilíssimo véu cobrirá todo o fel
E, assim, solidéu sobre essa lida amarga
Impedindo o que alarga ao sofrer e o embarga
Ao lhe dar sobrecarga em “amor fogaréu”!
Ora, eu sei que o papel do luzir é supremo!
E nas notas que fremo em cantar tremulado
Apresentam legado ao dar fim pr’esse enfado
Aludido em mau grado e “gozado” ao extremo!
Inda assim não mais temo e entoo num brado
“Esse estado alcançado a mim foi Dom deixado!”
Ronaldo Rhusso
domingo, 11 de janeiro de 2009
Flying High Again!
Estou vivo e eu espero outro voo, outra vez¹.
Minha tez até treme ao sentir que inda posso
Do destroço da alma ascender. Ai! Remoço!
Se eu esboço quieto, eis que digo a vocês:
Sensatez não povoa esta mente que é três
N’altivez por um sonho e por ele me coço!
‘Té já endosso contente: eu do céu me aposso!
Ele é nosso, mas vejo o azul, grã pavês!
Esse mês é propício a tranquilo voar.
Deixa estar, reinício! É, pra mim, mui gozar!
Esperar é difícil! Eu já nem me aguento!
É momento de auspício entre sonho portento!
Não intento armistício; Eu sou uno co’o vento!
Sei, atento, que é vício! Ah! Eu quero planar!
Ronaldo Rhusso

¹ O primeiro verso é do grande mestre sonetista Paulo Camelo.
Foi utilizado no tópico "Construa novo soneto Alexandrino a partir do último verso do soneto acima" do Forum do Recanto das Letras: http://recantodasletras.uol.com.br/forum/index.php?topic=4528.msg142433#new

Paradoxos II
Que reporte ao sertão: chuva, esteio pra vida!
Cada gota encantada em chão seco é mui festa!
Cada lata é enchida ao sabor que ela empresta.
Chuva santa e bem vinda a essa terra sofrida...
Se o que é qual castigo ao Brasil litorâneo,
Onde morros não são mais que vis armadilhas,
Onde pilhas de orgulho se isolam, quais ilhas,
Pro sertão é u'a Graça! É o melhor sucedâneo!
Ah! Torrente sonhada, és alívio pra lida!
És a prova que o chão sertanejo inda presta!
És o bálsamo vivo a inundar cada fresta...
Eu que vejo essa gente assim tão decidida
A plantar novamente e confiar sem medida,
Agradeço ao Eterno essa dádiva, gesta!

Ronaldo Rhusso
Um Alexandrino que também é decassílabo se lido até a décima tônica:
Desafio interessante!
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/RonaldoRhusso
Desafio interessante!
A vida é um desafio e a sorvo forte, embora
Agora com mais fé no meu futuro, incerto,
Aberto ao desvario que a mim conforte, alerto
E oferto o que dá pé, eu lhe asseguro: é hora!
Explora como eu faço um sem rival segredo.
Enredo que enriquece o que apetece à lida!
E envida um bom compasso em surreal batida
Adida que enobrece e “acontece”! E o medo?
É cedo pra sentir o que atrapalha o sonho
E ponho em minha mente o que me anima logo
E rogo que o devir muito me valha: Arrogo
O vogo que em torrente escoe em rima, imponho,
E aponho em vil delir sem qualquer falha, exponho
Inconho fruto emente ou que deprima... Afogo!
Ronaldo Rhusso
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/RonaldoRhusso
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