quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Loucura em desamor...



Navego... Não nego: viajo sorrindo


e se eu não renego o meu tino é destino


sem fato! Sem data marcada ou sem lema...





Trafego e me pego apagando, delindo


e o céu vai se abrindo


e ainda vou rindo, vou indo, vou indo...


Que lindo!





Eu vi que você não me ama


e nem trama, na cama, deitar sua flor...





Oh! Dor, desamor, desfavor, desodor


que nem soube existir... E daí?


Vou seguindo, sorrindo, vou indo


e me blindo outra vez e de vez


com a tez enrugada do sal


que me escorre e decorre do tento


encerrado e sem ar vou pro mar expirar,


inspirar ou pirar... Ou pular


dentro em mim e dizer:


“ – Putz! Fim”!





Ronaldo Rhusso



Em homenagem ao poeta Vinícius Garcia e seu poema "Igual"!
Parati/RJ




 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Estupefato!


Acendo um sorriso ímpar em sua face
E vejo-me em espelho, emoldurado
Por luzes que percorrem todo o enlace
E o encanto escorre em mim feliz, molhado...

Deveras sou-lhe escudo, desenlace.
Protejo-lhe com corpo já cansado,
Mas sou o seu vassalo, oh! Me abrace,
Pois tépido é seu seio a mim guardado...

Há horas que lhe espero no Universo
E sinto que nós somos gêmeas almas,
Porém sem redundâncias, quase traumas...

Daria a você meu melhor verso
Acaso eu fosse um bardo não disperso
E fossem nossas fases bem mais calmas...

Ronaldo Rhusso




 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Amolecência bendita!

Gosto de melão maduro...
Juro! Como. Não rejeito.
Gosto de um peito duro
sim, confesso, é o meu jeito!
Melão maduro me ouve;
sorve, com fé, a Verdade.
Peito duro em sí aprouve
não crer na Eternidade.
Mas insisto sem ter medo:
peito duro tarde ou cedo
chega a melão maduro,
se liberta desse escuro
vira carne o que era pedra
torna-se qual quem não medra
vai crescendo, amadurece
e se despe da dureza.
Crê em D'us que é uma beleza!

Ronaldo Rhusso



 

sábado, 5 de janeiro de 2013

Mais tarde? Impossível!

Minha pressa é em função do morredouro
que traga a minha fome de dormir
nos braços de Quem fez-me... Apogeu!

A fé se esforça pra ir de mansinho
e fico preocupado porque ela
tem pressa de deixar a esperança
na podridão da orbe condenada.

Depressa deprecio a dor teimosa
que pensa que terá minha atenção
apenas porque sou assim tão fraco
a ponto de negar que apresso o passo
aquém do que professo ser, de fato,
nesse conflito cósmico real...

A pressa me apressa e apresso o verso
enquanto o meu caráter endurece
e não me resta nada a não ser crer
que aprendi da forma mais covarde
que a a tarde dura menos que a euforia...


Ronaldo Rhusso



 

Ainda retrancada...


Tentando vencer a batalha
O muro que encontro é gigante
Enquanto sou só um menino
Deveras pequeno, um infante...

Por que tu me fazes sofrer
Se és minha vida a valer?

Talvez te transmutes já tarde
E não seja a tempo de ver
Secar o que escorre-me e me arde...

Vai ver é só sonho essa vida
Que tranca depois que convida...

Ronaldo Rhusso



 

Tardiamente...

Outrora amei a tarde e tarde percebi
que falha, sim, quem tarda a descobrir que é tarde!


Manhãs são tão distintas
quanto o são as tardes
e passam repentinas
fundindo-se nas tardes.

E as noites? Ora, as noites
se fundem em madrugadas
e viram manhãs quase
desnecessárias, breves
e sempre, enfim, tardias...


Ronaldo Rhusso