quinta-feira, 10 de julho de 2014

Proverbial III



Quando se ama alguém e espera em troca
o sentir fica quase insuportável!
O dia a dia, assaz desconfortável!
Flagelo em si o ente, enfim, provoca...

Quando se odeia alguém a si sufoca!
Numa cadeia estreita e implacável;
num labirinto vil, desconfortável,
habita e num abismo se coloca.

Quando se faz o bem, não olha a quem
aumenta um mal que há em nosso mundo:
O de cair nas mãos de vagabundo!

Extremos são terríveis, pois também
desviam mesmo o mais pontual trem
e o joga no buraco mais profundo...

Ronaldo Rhusso

sábado, 5 de julho de 2014

Mãe IV...




Roubaram-te os sessenta e cinco Invernos
e quem sobrou, qual eu, ficou com frio.
Tu foste completar o mar qual rio
que junta-se a outros rios ternos...

Mamãe quis te contar dos hodiernos
dilemas que me afligem, mas sombrio
é esse eco vindo do vazio
que deixou tua ausência: mil infernos!

Trancado aqui no cômodo inseguro
da minha existência sem guarida
de teus conselhos, mãe é dura a lida...

Pensaste que eu estava bem seguro
nessa idade de homem maduro,
mas sinto-me desnudo nessa vida...

Ronaldo Rhusso

Ainda bem...



A face da morte é feia, dizem, mas eu nunca vi!
O brilho do riso queima, eu sei, mas tosto numa boa...
A vez da esperança humana chega, mas a gente ri.
E o tempo se alarga tanto! Não há mais prazer na selva...

Desci da ilusão e o susto fez-me ver outra verdade!
Bobeira esperar de quem não tem pra dar, pois é vazio...
Um dia sonhei em ter o Sol aqui na minha mão,
porém preferi a Lua e vi que não era o bastante!

Escolhas ruins fazemos dia a dia, não tem jeito!
Errar é humano e a gente sabe, mas quer ser perfeito.
Duvido que haja alguém que não provou algum veneno...

Metáforas uso, sou somente arauto de mim mesmo,
mas posso tocar bem fundo no seu eu, sou visionário
que nunca lucrou com dor ou com a fé de gente incauta...

Ronaldo Rhusso

Tipo assim...



Virei a página, mas lá estava ela
com seu perfume natural, infame.
No seu sorriso aquele brilho sádico
e estremeci, pois percebi, sou dependente...

Como se mata anos com suas lembranças?
Como se deixa para trás parte da gente?
Não há respostas, não existe explicação...
Olhar pra frente é sempre o tudo que nos resta...

Quem vai querer se dividir mais uma vez
e percorrer estrada íngreme e difícil?
Quem vai quer se contentar com outro vício?

Eu quero! Eu sou um descontente com o frio
das almas mortas, suicidas (pobres entes).
Eu tenho em mim manancial de amor e vida!

Ronaldo Rhusso

Paradoxo dos paradoxos...



Tem quem não acredite no amor.
Eu acredito porque muito amo
e não me surpreendo com a dor
que vem nesse pacote como o chamo.

A dor no amor, o espinho em flor, ardor
em dias frios e não, eu não reclamo!
Sou vacinado, aceito o dissabor
e amar a cada dia é o que tramo.

Eu amo a mim mesmo e isso basta!
Portanto não dependo de outrem
para sentir por mim o que convém.

Amar nos deixa com a mente casta
sem influência de coisa nefasta.
Amar é grátis, dói, mas nos faz bem...

Ronaldo Rhusso

Pérfidos!



Traição é gole amargo, é fel!
Quem nunca traiu não é humano,
pois se trai até no pensamento.

Saber-se traído é qual se o céu
desabasse; é grande o desengano.
Mas quem trai, em si, tem o tormento...

Pedro foi chorar amargamente.

Judas enforcou-se, coerente...

Ronaldo Rhusso

Círculo...



Às vezes as palavras não decorrem
e a gente vê doer o intelecto...
Poeta é tudo menos circunspecto;
escreve mesmo se as ideias morrem.

Da alma do poeta, assaz, escorrem
as dores e dilemas quase em séquito,
mas podem escorrer num outro aspecto
palavras de bom senso que socorrem...

As musas vêm e vão, são importantes!
Contudo o objetivo do poeta
é derramar tesouros da alma inquieta...

Dizer em letras tudo em rompantes
ou desdizer o que foi dito antes
porque já não mais crê é alvo, é meta...

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Para dois amigos!



(On The Road...)


O chão que percorremos e as paisagens que nós vimos
aproximaram sonhos nossos, antes separados...
Amiga, não foi bom ver os sorrisos bronzeados?
Não deu outra vontade de sentir qual já sentimos?

O frio nos molestou, mas nos fez fortes e nós rimos!
E agora no retorno o Sol nos deixa animados,
de modo que lhe vejo, amada, em dias coroados
por planos que, antigos, soam fortes quais ouvimos...

Valeu cada quilômetro e podemos já curtir
calor que se aproxima e esse brilho que ofusca,
qual diz o italiano: é fato! É vero e nos chamusca!

O chão de sete estados pode outra vez unir,
embora o que pensamos mesmo foi em divertir
as nossas mentes, corpos, nossa mais saudável busca...

Ronaldo Rhusso

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A TRUE STORY....

Welcome to “Folotecity”! 

Sem macular a mata a bela Serra
aos poucos nasce a tenra “Folotecity”!
É quase qual o céu como limite!
Lugar de paz futuramente encerra...

Não é lugar pra quem viaja em guerra.
De fato essa tolice lá se omite;
o rei deseja que à essa coisa evite,
pois ao progresso do sossego emperra.

De “Folotecity” o horizonte é lindo!
O Rio Canela cruza o seu domínio
deixando a sua marca e predomínio.

Sinceramente qual arauto rindo
de “Folotecity” eu vejo o Sol saindo
enquanto a noite cai com o seu fascínio....

Ronaldo Rhusso

domingo, 29 de junho de 2014

Watch out, baby!



Tranca-te em ti mesma e te ressentes
Quando o que eu queria era o teu riso
Age qual quem nunca está contente
Culpa desse teu eu indeciso
Uma vida só, eis o que temos
Não vejo razão pra tanto siso
Tempo é o tesouro que perdemos
E esse Poemeto é só um aviso...
Ronaldo Rhusso