sábado, 26 de julho de 2014

Assassinos...


(texto que leva o mesmo nome da Crônica do Alexandre Acampora)

Desmilitarizaram meu orgulho
quando atinei que eram assassinos!
Carecem de castigo, esses covardes
que pestificam tudo aonde passam...

Devoram propriedades, qual façanha
de quem fez outro bom, limpo negócio...
As terras deles servem para que
senão pra ocultar cem mil cadáveres?

Meu sangue ferve forte nesse frio
e a alma desses grandes miseráveis
desejam ainda assim um paraíso?

E o povo que adotou o mesmo D’us
consegue empatizar com esses bárbaros
e olhar pro céu depois em gratidão... 

Ronaldo Rhuss

Quem quer paz me representa...



Enquanto alguns defendem a matança
a moça põe-se contra e a apedrejam!
Enfim, os pestilentos que despejam
mentiras diuturnas (podre herança)
demonstram: não merecem confiança!
Medíocre é quem vê e silencia!
Dá nojo essa grande hipocrisia
que cai em cima de quem tem coragem
porque não considera ser bobagem
a morte que se espalha em forma fria.
O jogo sujo, a plena pilantragem
não ligam para a lei, se põe à margem!
Preferem ver morrer à luz do dia
mulheres e crianças: eugenia!
Mas eu ainda nutro a esperança
de ver parar a música e a dança
dos tais vampiros vis que nos cortejam.
Sim eu repilo a esses que motejam
enquanto alguns defendem a matança...

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Eufemismo...


Desprovido de beleza,
foi faltar com a verdade
usurpando o bem alheio...

Encontrou aço perdido,
viu  a terra mais de perto,
mas virou uma estrelinha...

Ronaldo Rhusso

Como o título já diz a Figura de Estilo ou de Retórica utilizada é o Eufemismo. Alguns livros didáticos costumam dar exemplos errôneos de Eufemismo “comeu capim pela raiz”, “vestir paletó de madeira”... Essa forma tragicômica e grosseira nada tem a ver com Eufemismo  que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. Consiste na visualização de uma expressão. 

Sina...


Teu olhar, doce olhar
a deixar-me na tez.
E esse gosto de azul;
da tristeza maior...
Quanto o quero!

Lambuzou-me o olfato
e, eu, feliz
mergulhei e eis-me
em frio pensar...
A ansiar...

Teu olhar, frio olhar
a me expor e a deixar
e a sorrir e a delir
como se me dissesses:
és meu!
E o sou...


Ronaldo Rhusso


A Sinestesia (fusão de impressões sensoriais diferentes) aparece no texto acima dando prosseguimento ao básico estudo das Figuras de Estilo ou de Retórica.

Ante nós...



O poema é de amor, eu garanto,
ele não mata, morre de paixão.
Coração da menina de pedra é tangente:
A descida é tão íngreme
e eu a subo sem mãos...

Esse bem que me fazes
é mal ansiado e olvidado por ninguém...

Vem adoça e lambuza o ensejo,
eis que mel desejado és tu,
apesar de amargar-me qual fel
és, garanto, no instante de agora
o meu lado melhor, ideal...

Ronaldo Rhusso

Uma Canção. A Antítese se aglomera no decorrer do texto e mostra a diferença entre ela e o Paradoxo: a Antítese se dá com teses contrárias e antônimas, por assim o dizer, enquanto o Paradoxo apenas expõe oposição de ideias num mesmo referencial.
Seria, então, a Antítese, a construção de um sentido através de um confronto de ideias.


Em 26 de março de 1973, pela primeira vez, mulheres são aceitas na Bolsa de Valores de Londres. Teria sido o fim de antítese do preconceito? Talvez...

Paradoxo...


Minha boca sedenta
 e teus lábios molhados
desterrados, deixados
 em frente a essa fonte
que aos montes saciam,
e a mim dizem: não!

Avião tão pesado!
E esse enfado que suga
para baixo... Os destroços,
confesso, antevejo,
os pedaços, os cacos
de mim, sobre o chão.

Ronaldo Rhusso

Dodecassílabos partidos quais corações de amantes desesperados... Eis o Paradoxo, essa aproximação de ideias contrárias tão usadas pelos poetas...

Relacionado com a antítese, o paradoxo é uma figura de pensamento que aparece quando a conotação extrapola o senso comum e a lógica. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista psicológico/poético. Simplificando, é uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível


Em 25 de março de 1945 nasceu a muito talentosa e intrépida Leila Diniz, atriz brasileira da cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro. A atriz escandalizou o mundo ao mostrar sua gravidez de biquíni na Praia de Ipanema... Foi, como dizem, uma mulher à frente de seu tempo.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Pra sempre...



Dizei senhora minha dos enfados
que rondam vossa alma e a entristecem!
Dizei de sonhos belos que fenecem
em anos, vossos, tenros, desejados!

Bebei desses meus versos dedicados
àquela por quem anjos enlouquecem
e céleres à Terra, lindos, descem;
protegem-na, meninos animados...

À beira mar a tez vossa rebrilha!
A areia geme sob o vosso andar
e as ondas vêm a praia vos beijar...

Senhora minha sois a maravilha!
Ao vosso olhar meu sangue assaz fervilha!
Deseja ao vosso sangue se juntar...

Ronaldo Rhusso

sábado, 19 de julho de 2014

Pra você...




Eu acordei com saudade de você.
Dos olhinhos tão brilhantes e sinceros;
dos carinhos em palavras e os esmeros...
Você sempre me amou sem ter por quê
e eu percebo: é no amor que tanto crê
que percorre em meio à vida complicada,
sem deixar que aquela lágrima vazada
escureça o coração nesse seu peito
que carrega o sentir bem sem preconceito
e nem sabe que por mim é muito amada...

Ronaldo Rhusso

domingo, 13 de julho de 2014


Retrato...

Tu tremes e eu te entendo! É frio! É quente!
A tez tua (tão pálida!) enrijece.
E assim um que do outro mui carece
a cada toque cálido ressente...

Um beijo demorado e o eloquente
apelo lá da alma, eis que acontece!
No ar toda a libido um grito tece
e o Sol nasce outra vez bem mais ardente...

O olor do amor se espalha e banha o mundo
sem culpa, sem denodo, alvissareiro!
Pois dois são um agora e por inteiro...

No ir e vir conciso é que redundo!
Com a minha alegria eu te inundo
e fazes do meu peito um travesseiro...

Ronaldo Rhusso



sábado, 12 de julho de 2014

Fi-lo!

Eu fiz esse Soneto pra você
que me da, qual presente, a amizade
que sobrepuja a vã virtualidade
e me acarinha, mas nunca me vê.

Eu fiz esse Soneto pra quem lê
meus versos simples cheios da verdade
que une a minha à sua metade
sem importar aquilo em que se crê.

Eu fiz esse Soneto por gostar
de rimar dor, ardor e aprendizado
com coração maduro e equilibrado.

Eu fiz esse Soneto pra expressar
o que a Forma Fixa pode dar
pra Poesia qual rico legado...

Ronaldo Rhusso