Outro luzir dissonante em trevas d’alma
Achou de tecer o ângulo descrente
Desse lampejo indolor que cresce e envolve
A tempestade encoberta em sonho e dor,
Sob a esperança encontrada na semente;
Sob a dureza encerrada em corações
De outros sepulcros caiados, adornados
Pela aspereza do caos que é iminente;
Pela grandeza do nada a se espalhar
Lá no horizonte perdido e inconsequente...
Outra manhã de descanso já cansada
Pelo pecado inserido em mente insana,
Onde o entregar-se a delírios desconcerta
E me permite checar o eu que eu tenho
Para encontrar novamente a origem: pó.
Outro poema insosso, gris, inválido.
Outra lembrança encravada em mero alívio
Que proporciona o infinito e despe o mal.
Outro olhar para as ondas e entender
Que não há pranto que molhe e irrigue a terra
Onde pisou a Poesia... Eis que essa é santa,
Mas tem as flores estranhas, inodoras,
Cujas opacas, disformes, feias pétalas
Mostram que o tom já nem é o tom sublime
Que despertou ser humano em outro Sábado
Em alvorada de luz que era bem vinda.
Outro monóstico algures tinto e findo...
Ronaldo Rhusso
Um comentário:
Uma poesia forte, densa e carregada de sentimentos. Gostei muito.
Um abraço
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