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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Elis Rainha!




É uma Elegia, mas dessa vez, em Martelo Agalopado (poemas em décimas com tônicas nas 3as, 6as e 10s sílabas poéticas). A estrutura rímica é abbaaccddc. Cantadores do nordeste gostam muito desse formato e o utilizam com indizível maestria. 


Em 19 de janeiro de 1982, morreu Elis Regina, em São Paulo, por intoxicação exógena aguda. O corpo da cantora foi levado para o Teatro Bandeirantes, onde foi velado. Elis vestia a camiseta que não pôde ser usada no show Saudade do Brasil, com seu nome no lugar de Ordem e Progresso, da bandeira brasileira. Foi apelidada de Pimentinha, pelo maestro Tom Jobim. É quase unanimidade a opinião de que foi a maior de todas as intérpretes musicais brasileira.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Elegia





A Elegia é um canto ou desabafo em Poesia! Geralmente evoca a perda, a saudade... Não há forma fixa para esse Estilo poético (acima usei versos hendecassílabos com tônicas nas 3as, 7as e 11as). A Elegia surgiu na Grécia antiga, com Calino de Éfeso (século VII a.C.). Em Portugal, o primeiro escritor de Elegias foi Sá de Miranda, mas Camões foi o principal!


Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves venceu Paulo Maluf e seria o primeiro presidente brasileiro civil, desde o Golpe Militar de 1964. Mesmo indireta, a eleição foi recebida com entusiasmo pela maioria dos brasileiros. Tancredo não assumiu o cargo por problemas médicos e José Sarney tomou posse. Tancredo veio a falecer em 21 de abril daquele ano.

sábado, 11 de agosto de 2012

Elegia X (10/08 - 2 anos sem Betinho)


Menino, eras veloz em demasia
E havia em ti o mal que há em mim...
O tempo, o ente atroz, tem primazia
E corre, qual corrias, para o fim...

 Mas ele engana a gente e eu fazia
O meu pior achando bom, enfim.
Já tu te foste e agora a fantasia
É ver-te em Shangri-lá sorrindo, oh sim!

Eu lembro tu pequeno e nós correndo
À beira-mar... Menino era tão lindo!
Agora aqui, sem ti, ah eu me blindo...

O mundo é cão e é sempre tão horrendo
A multidão não vê e está correndo
Atrás do nada e o nada? Ei-lo sorrindo.

Ronaldo Rhusso



sábado, 14 de julho de 2012

Elegia IX


Não sabes a falta que me fazes.
Não sabes do medo que ora sinto...
Solzinho eras tu, mas eu brilhava!
Mesmo a dor cruel sequer me assusta,
Pois me assusta a ausência de tua força
A dizer-me: vai, veja e conquiste!

Tenho medo desse medo horrível!

Suo frio. Inverno? E eu aqui quente...
Descrente em mim mesmo e nessa vida.
Que fazer? Perdi e não foi pouco.
Sou nem sombra (vês?) do que já fui...
Sei chorar, mas qual vantagem nisso
Se não sei fazer qual deveria?

Hoje cedo eu vi: sou só lembrança!

Teu sepulcro, digam-me onde fica!
Eu nem posso ver o horizonte,
Pois moravas lá e agora...  Fostes...
Rodeiam-me, querem minha mente
E nem sabem ler nas entrelinhas.
Só mortais. Sim, são meros mortais...

E amanhã será o mesmo dia...

Ronaldo Rhusso


quarta-feira, 21 de março de 2012

Elegia...





I

A dor que me devora a alma, tudo...
É nada se comparo à estultícia
Do dar-se a emergir na imperícia
Que só o relembrar me deixa mudo...

*******************************

Esforço-me a buscar por um escudo...
Fingir que o pesadelo é uma delícia,
Mas minha mente não tem a malícia
E em versos tristes logo me desnudo...

Oh! D´us por que não cresço e me controlo?
Por que me deixo agir como um vil tolo?
É certo que agi mal e com dolo!

O Mal é lama e, nele, a alma atolo.
Se vem qual precipício dele rolo
E nem o arrepender me traz consolo...

II

Navego em mar bravio e, sei, sem rumo.
Sou nau sem cais por livre e própria escolha
E sinto-me quedar-me como folha
Sem vida e a mim mesmo, podre, estrumo.

Preciso vigiar ou me acostumo
A não poupar, sequer, última bolha
De ar e obrigar que meu ser colha
A morte, em vida inútil e sem prumo.

Espero que a metade que há em mim
Suporte ainda mais esse meu erro
Que a arrasta rudemente ao vil desterro!

Decerto isso é mau e intento o fim
Pra esse existir que é sim ruim,
E que carece urgente de um enterro.

III

Deixei-te, ó cidade que me amou!
Mas vou voltar porque D´us é fiel
E quando quer salvar delega ao céu
Dizendo: “Raios, Meu filho clamou”!

Então Raios alados dos quais sou
Leal cooperador me trazem mel
Delindo esse sabor de amargo fel
Que em meu palato véu se alojou.

É tudo uma questão de certa espera
Porque fui eu, de fato, que escolhi
A prova amarga que me assola aqui.

A gente quebra e D´us, sim, recupera
E logo que vencida essa fera
Retorno rindo, linda, para ti.