terça-feira, 8 de maio de 2012

Historinha...

Percebi a ausência como fonte de tristeza;
A presença oculta nas vozes de um vento...
Descobri que a dormência no horizonte tem destreza
e que a mente adulta não engana o pensamento...

Desisti de tolher em minh'alma certo intento
que tirava do meu ser a essência da leveza.
Percebi a ausência como fonte de tristeza;
A presença oculta nas vozes de um vento...

Mesmo nessa solidão pode residir beleza;
mesmo na reflexão nasce o conquistar o tento
que persegue o fruir santo dessa insana realeza,
mas confesso com coragem que não mais a dor aguento...

Percebi a ausência como fonte de tristeza...


Ronaldo Rhusso




Trêmulo...



Não sei onde esse medo estava escondido...
Mas ele veio forte e, sim, me assustou!
Talvez tivesse apenas adormecido
Ou dele eu nem sabia; ou ninguém falou...

Oh! Pai socorre àqueles que me confiou
Embora eu nunca tenha aos tais merecido.
Não sei onde esse medo estava escondido...
Mas ele veio forte e, sim, me assustou!

Não deixa que eles caiam, peço envolvido
Em dor que é tão letal; que não me deixou.
Mas hoje eu sinto mais; meu ser já sofrido
Suplica que os guarde, pois manifestou:

Não sei onde esse medo estava escondido...

Ronaldo Rhusso


sábado, 5 de maio de 2012

Realidade...

(reloaded)


Sei que anjos veem distante,
Mas cadê que eles se enxergam?
E quando suas asas vergam
Pode haver ser mais massante?
Não suportam nem rasante...
Já não pode proteger
A si mesmo ou outro ser,
Pois com fim já decretado
Vai definhando calado;
Vai morrendo sem morrer.


Anjo velho e imprestável
É enfado ao Universo!
Antissocial, disperso
Do real. Que lamentável!
O passado, memorável,
Fica até envergonhado!
Fica desmoralizado
Pelo atuar escasso
Coroado de fracasso
Digno de ser lamentado...


Sobe frágil a montanha
E o olhar fica perdido
Fixo em algo já vivido:
Em uma antiga façanha
Que foi grande, foi tamanha
A ponto de ser lembrada,
Mas que já não vale nada
Porque sabe em seu eu
Que passado é pra museu
E pra alma amargurada...


Homem Raio envelhece
E se torna olvidado.
Sabe que ser rejeitado
É algo que lhe acontece
Porque de fato merece.
Sabe que não tem futuro
E que mesmo sendo duro
Escutar o coração
A dizer-lhe um outro não
É melhor que um sim escuro...


Resta-lhe olhar pra frente
Porque ele ainda tem brio
E encara a sangue frio
Sua condição recente,
Pois se é anjo é decente
Mesmo velho e dispensável.
Anjo é sempre um ser amável
E consegue até sorrir
Do inútil existir;
Tem um humor invejável!


Quando declarou amor
Uma ou outra vez na vida
Foi um sentir sem medida
Cheio do mais puro ardor
Do tipo que dói sem dor!
Para toda uma existência
Amar e com excelência
Duas vezes é tão raro
Que para encerrar declaro:
É uma linda experiência!




Ronaldo Rhusso





De mim pra mim...





Focado na solicitude mais severa
alongo meu dizer para quem queira
sorver da ilusão que eu não contenho.

Eu olho o mundo e temo que a esperança
seja só um sofisma envelhecido...

Sou eu ou é o mundo que se ilude?

Ronaldo Rhusso


Que feio!


Você já se entregou para dar vida?
Eu li a lenda um dia e me encantei
E até decidi ter nAquele Rei
Inspiração pra sempre em minha lida...

Mas entristece quando ao dar guarida
Um dedo já não querem e eu bem sei
Que anelam pela mão, mas não darei
Pois tenho a alma pura e decidida!

Sou nada do que pensam; imaginam...
Sou encarnado na minha Missão
E minha fé tem base na razão.

Eu vejo aborrecido se declinam
Do amor da amizade e se inclinam
A alimentar o mal da vil paixão.

Ronaldo Rhusso



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sou, também, assim...

Amo o frio como quem ama
algo bom e atraente.
Amo mais que o vigilante
ama e anseia a alvorada!

Amo mais que o marinheiro
ama o porto que o fará
ver mais do que água e céu!

Amo o frio e sou assim
desejoso do calor
que eu consigo controlar.

Amo o frio sentido forte
nessa derme que envelhece,
só não amo o frio que sinto
nesses corações tão duros...


Ronaldo Rhusso



Consegui?


Brincar com Poesia é divertido
E dá leveza a alma enclausurada
Em meio a dissabor tanto sentido
Em vida cinza, em lida que é pesada!

Você que lê um verso comedido,
No qual o bardo emite a voz alçada
Só pra dizer que o mundo está perdido,
Dá crédito ou não liga para nada?

Entenda, a Poesia é instrumento
Que uso por amor a quem me lê,
Mas sobrenatural ainda não vê!

De amor e dor eu falo e no momento
Espero que ao ler meu divertimento
Eu tenha dito muito pra você.

Ronaldo Rhusso


Ta bom?




Se eu disser que eu me dou é de verdade,
Mas quem vai entender esse se dar?
Se eu disser que ainda voo é de verdade,
Mas quem vai entender esse voar?

Eu chorei outra vez e foi estranho!
Não senti a vergonha tão normal...

Se eu disser que me vou é de verdade,
Mas talvez eu retorne e te ensine
A se dar, a voar, mas ir feliz.

Ronaldo Rhusso


terça-feira, 1 de maio de 2012

Mas e daí?




Por que você me quer? Eu me pergunto...
Sou só um nada já despreocupado
Com a luxúria besta... Eu sou quadrado!
Nem vê que sempre verso o mesmo assunto...

O bom ta bem ali e eu chego junto?
Que nada! Gosto mesmo é do passado.
Ele me faz lembrar que, resguardado,
Não volto a sofrer dores em conjunto.

Eu gosto de escrever por ser de graça
E a graça é constatar que tem quem leia
E me descubra preso em própria teia.

Já tive boa fama pela praça,
Porque meu beijo é doce e ultrapassa
O trivial que nem sequer tonteia...

Ronaldo Rhusso

Fool!



O reverso do meu verso é uma coisa angustiante.
Se ele tem o pé quebrado e manqueja a mim puxou,
Pois manqueja a minha mente nessa gana de ser livre.

Não me importam turbilhões, julgamentos ou o que valha.
A palavra que eu escrevo não faz curva, eu sou real
E mesmo as digitais que me fazem ser diverso,
São transversos do que tenho sido nessa vida tosca!

Essa fila nunca anda e eu me sinto um idiota!
Quem pediu – eu não pedi – essa coisa de paixão?

Sou um rato pequenino num laboratório sujo
E nem gosto desse queijo que me trazem por ração.

Sei amar com força e tato;
Sei fazer bem diferente...
Sei que sou um Universo, mas não sigo em paralelo.

O que esperas desse “eu” que te diz “look out, baby”?

Quando eu me vi em catena, té gostei da sensação,
Mas ao descobrir o engano dei risada de mim mesmo
Por acreditar que a vida da uma trégua quando em vez...

Ronaldo Rhusso