domingo, 8 de abril de 2012


Desfiz...

... meus caminhos,
os espinhos,
os tais ninhos,

os vis planos,
os enganos,
mas os panos

já subiram

e nem viram...


Ronaldo Rhusso  

Mote da Rose Costa

GOL!




Os pés que se tocam audazes
Passeiam roçando e incutindo
No resto da equipe o enlace
Que seguem e vão – indo e vindo.

Defesas parecem se abrir
Mas o retesar faz unir.

O meio quem sabe? Quem viu?
Fluídos no esforço e no espaço
No tempo perdeu-se, ruiu.

Foi frente a frente que o intento
Enfim se alcançou a contento!

Ronaldo Rhusso






Por amor...

Se eu rimar fome com dança
É de fato um fato e tanto!
Se virar ponta de lança
É mui forte, o choro, é pranto!

Quero o peito, qual criança!
Quero longe o desencanto. 
Se eu percebo que ela avança
Eu prometo ser mais santo.

Vida minha onde tu tás?
Onde aquele teu sorriso?
É somente o que eu preciso;

E o restante tanto faz.
Abre a porta um pouco mais
Que eu, por ti, rimo conciso.

Ronaldo Rhusso

RETRANCA IMPENETRÁVEL!





I
Divago no turno noturno
Na tranca que trava o ruído,
No excesso que é grande e é absurdo,
No trago que nem foi sorvido...

Cativo, deturpo o caminho
Que é turvo e me faz tão sozinho...

Se ouço alguns passos no estrado
É pura saudade o que sinto;
É fardo, é prisão, é embargo...

Vingança que tu comes, fria.
Bocado amargo eu diria...

II
Centelha de luz eu procuro
E tiro do peito outra tira:
A dor que se mostra sem jeito.
É forte. Oh! É vil. Não expira.

Respiro com força e o ar
É denso, é intenso pesar.

Se penso que devo esquecer
A mente relembra o ocaso
Do sol que já não posso ver.

Viver por viver desmorona.
Tu ris, mas sou quem beija a lona.



III
O tento parece impossível.
Defesa é mais forte que ataque!
Coesa em si mesma, se fecha
E a mágoa não há quem aplaque.

Cativo no tempo e no espaço,
Eis, sinto entranhar-me frio aço!

Correr já não posso. É tão tarde!
As forças me faltam... É fato.
O sal lambe os olhos. Ai! Arde.

Perdoa e me tira da cova,
Pois amo-te. Tu tens a prova.

Ronaldo Rhusso












sexta-feira, 6 de abril de 2012







Confissão!


Nem sorvi do que me era proposto

como um raro e eficaz sucedâneo

pr'essa pressa que tenho em viver

cada instante em forma de um poema.

Sei que falam de mim por detrás

e eu me espanto co'a perda de tempo!

Não permuto meu jeito de ser,

pois que vibro com meu maior vício:

esse amar sem medir consequência

um Ser grande e capaz de só tudo!



Ronaldo Rhusso
http://descansodasletras.forumeiros.com/t10p150-versos-livres-ou-versos-brancos#1254






Palavras pontes...

Essa distância é coisa de somenos, Prenda minha!
Não há saudade, perda, vazio ou hiato,
pois que estás dentro de mim!

Essa distância é coisa de somenos, Prenda minha!
Não há maldade, desterro, fuga, procura vã,
pois que estás dentro de mim!


Essa distância te assusta, desperta para a falta que me fazem asas fortes...
Mas estou aqui.
Estou aqui.
Aqui...


Borrifo no ar que é gélido
o sopro do amor que te sinto
e o canto que ora ouves desnuda o silêncio da aurora.

Ó aguardada em sonhos, não me sentes?
Não te renova a esperança esse meu gritar pro céu?

Guarida procuro em tu'alma e me espremo até sentir-me um nada
para esse mundo medonho,
para sentir-me firme só para ti.

Para ti.

Para
Ti...






Mais nada...


Hoje só vou dizer que, oprimido pelo cansaço,


desato os nós das derradeiras dúvidas


e aducho meu ser para guardar as amarras


e ficar a contrabordo de ti.

Hoje só vou dizer que te amo


e tua nau valorosa


escolta o meu porte


e me traz a paz necessária,


anelada...

Hoje só vou repetir:

Eu te amo!

Ronaldo Rhusso

quarta-feira, 4 de abril de 2012




À nossa Matriarca...

A vida é uma dádiva suprema
E nessa ocasião estamos gratos
Por tantos anos, todos tão exatos
Que para nós é lindo e forte emblema!

Idade avançada é coisa extrema
E nos tempos de hoje, inexatos,
Onde dias tranqüilos não são fatos,
Nos faz usar teus anos como Tema.

Queremos dar louvor ao Deus Eterno
Porque do fogo lindo és a Pira;
O fogo que de ti não se expira!

Vivemos o correr mundo moderno,
Mas hoje agradecemos ao Superno
Pelo teu Centenário, ó Zulmira!

Ronaldo Rhusso



Ainda assim...

No corrimão do tempo a alma chora.
Quimeras que se foram, quais fagulhas
Que acendem fogo fátuo e vão embora...
Procuro um fio de palha em meio a agulhas...

Sou controverso e tu, pombinha, arrulhas
De longe enquanto eu vejo que agora
No corrimão do tempo a alma chora.
Quimeras que se foram, quais fagulhas...

A fé não me abandona e a vil demora
Insiste em derramar-se em tolas pulhas,
Mas paciente espero: o bem vigora!
A espiga da esperança tu debulhas.

No corrimão do tempo a alma chora...

Ronaldo Rhusso

Mote da Edith Lobato



Definitivamente... 

Sou Teu por tudo, pelo tempo louco
e assim a sina é sempre a que sorri... 
Sou todo o tempo insano e sossegado

nessa ebulição de amor infindo!
Assíduo, simplesmente eu sou diverso
E nesse Universo em Ti sou servo.

Sou nobre, alguém já disse, e eu já nem creio,

mas se é pra ser e ser só Teu, o sou.

Ronaldo Rhusso