domingo, 15 de julho de 2012

Louvor!

E por falar em D’us, eis um poema
que vem num aflorar puro e sincero
engrandecer Seu nome porque quero
anunciar que ainda que me trema
a Terra sob mim, grande problema,
eu hei de confiar em Seu socorro
em vales frios por onde, enfim, percorro
porque me resgatou – e de mim mesmo –
que andava por aí, de fato, a esmo
de modo que é dEle que decorro.

Ronaldo Rhusso



Soneto da Vitória! (Ao meu amigo Abel Filho)




Conquanto o pranto venha em madrugada
O riso é coisa certa em nossa vida.
Nós temos um Deus vivo por guarida
E o tudo se for Mal Deus torna em nada!

Eu lembro que trilhei estrada errada
E tive nova chance, uma saída!
Aquele que não tem fé segue a lida
E o amanhã apenas lhe enfada...

Jesus é Rei e Seu cuidado é certo,
Pois reina com Justiça e equidade!
Ele é o Caminho, a Vida, Ele é a Verdade!

Amigo eu sei que às vezes o deserto
Nos faz chorar e não ver que está perto
O fim da dor e o amor que ao peito invade!

Ronaldo Rhusso


sábado, 14 de julho de 2012

Elegia IX


Não sabes a falta que me fazes.
Não sabes do medo que ora sinto...
Solzinho eras tu, mas eu brilhava!
Mesmo a dor cruel sequer me assusta,
Pois me assusta a ausência de tua força
A dizer-me: vai, veja e conquiste!

Tenho medo desse medo horrível!

Suo frio. Inverno? E eu aqui quente...
Descrente em mim mesmo e nessa vida.
Que fazer? Perdi e não foi pouco.
Sou nem sombra (vês?) do que já fui...
Sei chorar, mas qual vantagem nisso
Se não sei fazer qual deveria?

Hoje cedo eu vi: sou só lembrança!

Teu sepulcro, digam-me onde fica!
Eu nem posso ver o horizonte,
Pois moravas lá e agora...  Fostes...
Rodeiam-me, querem minha mente
E nem sabem ler nas entrelinhas.
Só mortais. Sim, são meros mortais...

E amanhã será o mesmo dia...

Ronaldo Rhusso


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Audaz...


 Posso, também, falar de ti, ó Lua!
De teu mudar constante e perigoso;
Posso falar, também, de cada gozo
Que não senti. Sou Sol. Meu ser recua...

O desencontro é fato e continua
E a cada ciclo teu sempre formoso
Permuto meu estado ora animoso
Ora sem esperança. E a culpa? Tua!

Mas antes que meu crítico, mordaz,
Dê-se ao trabalho “ímpar” de julgar
A ti, ó Lua e a mim um triste par,

(antes que ele se sinta, então, capaz)
É bom saber que nossa vida, assaz,
Não chega a ter um “nós”, posso falar...

Ronaldo Rhusso


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Soberanamente...



Caso perdido detido em coração que é frágil
Não recupera a vontade de ser mais que ter.
Caso dorido e trajado de Tie Black ou White
Não me incomoda, pois moda pra mim é tolice.
Fui eu quem disse que os maus são coitados;
Vítimas pobres do demo ou do ser que não são.
Sãos, eis, nem são os que bebem da ira, eu creio!

Eu continuo a amar com a força de mil!
Ela me despe ao olhar-me e eu tremo sem graça...
Sou ser humano e humanos meus atos, de fato!

Tenho em meu beijo o que é doce e é veneno, também.
Ói! Não tem preço tocar-me, eu não deixo! Sou louco!
Mas eu conheço o Caminho e O adoro! Oh! É lindo!

Ronaldo Rhusso

Eu fiz pra ti, mas lês?


sábado, 26 de maio de 2012

Dossiê...


Outro luzir dissonante em trevas d’alma
Achou de tecer ângulo descrente e descendente
De um lampejo indolor que cresce e envolve
A tempestade encoberta em sonho e dor,
Sob a esperança encontrada na semente;
Sob a dureza encerrada em corações
De outros sepulcros caiados, adornados
Pela aspereza do caos que é iminente;
Pela grandeza do nada a se espalhar
Lá no horizonte perdido e inconseqüente...

Outra manhã de descanso já cansada
Pelo pecado inserido em mente insana,
Onde o entregar-se a delírios desconcerta
E me permite checar o eu que eu tenho
Para encontrar novamente a origem: pó.

Outro poema insosso, gris, inválido.
Outra lembrança encravada em mero alívio
Que proporciona o infinito e despe o mal.

Outro olhar para as ondas e entender
Que não há pranto que molhe e irrigue a terra
Onde pisou a Poesia... Eis que essa é santa,
Mas tem as flores estranhas, inodoras,
Cujas opacas, disformes e feias pétalas
Mostram que o tom já nem é o tom sublime
Que despertou ser humano em outro Sábado
Em alvorada de luz que era bem vinda.

Outro monóstico algures tinto e findo...

Ronaldo Rhusso



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tinha que ser comigo...


Boatos me revelam cara mau?
Tem louco para tudo nesse mundo!
Não sinto mais tristeza lá no fundo
E perdi o meu tempo em trivial.

A Poesia linda é minha nau
E nela eu nem me importo se redundo,
Pois tira o sentimento iracundo
E me faz alcançar outro degrau.

Disseram que sou ópio e eu me ri
Porque odeio drogas e afins.
Odeio muitas coisas, vis ruins...

Mas odiar de fato não me vi.
É sentimento que jamais nutri.
Agora me odeiam... Fim dos fins.

Ronaldo Rhusso


Cru...


Olhou-me como quem vê negro anjo
E a morte lhe sorriu em face clara.
Deixou-se lastimar e um desarranjo
Na mente em confusão... Coisa não rara!

Se poupo da tortura eu não esbanjo
E se faço o contrário, diz-me: pára!
Até vou concordar que às vezes manjo
Da arte de jogar contra a antepara.

Eu sei o que queriam que eu dissesse,
Mas meu ser é confuso e não tem pena
E sabe infligir a dor que é plena.

Nem tudo nessa história é o que parece
Ou é o que dá voltas, quase em “s”,
Na estrada de feridos... Não pequena...

Ronaldo Rhusso


Talvez!

Não fantasio, sou sem graça...
Previsível!
Não amacio, sou sem seca...
Inflexível! 


Ato os feixes de minhas sobras
e percebo que não vão dar uma fogueira.


Acaricio, sou sem temores...
Sou terrível!
Policio sentimentos, sou testado...
Irascível?

Ronaldo Rhusso